quinta-feira, 13 de março de 2014
O meu 25 de Abril (18)
Em 1970 estaria a terminar o Liceu, e pelos resultados obtidos, terminei o antigo 7ºano com 14 valores, o que me dispensou do exame de admissão à Universidade, pelo que me poderia inscrever em qualquer Faculdade da área das Ciências. Talvez por exclusão de partes optei pelo IST, onde em Novembro de 1970 entrei de uma forma tumultuosa logo no primeiro dia. Já referi este assunto num post designado por Praxes. Tendo havido ainda na sequência da Crise Académica de 69 várias ações repressivas, no primeiro dia de aulas, o Instituto foi cercado pela Polícia, fechado, até à retirada de uns cartazes que a Associação de Estudantes, a minha velha AEIST, colocara nos muros da escola virados para o exterior, com frases que denunciavam essa repressão. Na altura os muros eram para manter caiados e calados, sem cartazes, frases bombásticas ou informação de conteudo político. Assim a policia foi chamada, e nós caloiros, ficámos um dia fechados dentro das instalações da Escola, e só a retirada voluntária dos cartazes impediu a invasão pelas "forças da ordem" armadas de bastões, prontas para a "porrada". Esta foi a minha praxe, felizmente, a minha passagem pelo IIL já me tinha preparado para estas "doçuras", só não esperava que fosse logo no primeiro dia. A partir daí já sabíanos com o que contar e os 3 anos seguintes, extertor da ditadura, foram um incontável rol de invasões policiais, encerramentos forçados, greves, anulação de um ano lectivo, ocupação durante meses pelas forças policiais, contratação de gorilas, gritos, correrias, bastonadas, câmaras de filmar para espiar a estudantada, de tudo houve, expulsões e suspensões, processos disciplinares, detenções e também algumas aulas e algumas horas de estudo. Eu próprio acabei suspenso por 3 meses, mas disso falarei mais tarde. Era a imagem da repressão.
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