terça-feira, 7 de agosto de 2018
Inferno
Faz hoje um ano que tomei uma decisão que tornaria a minha vida num inferno. Mas até no inferno encontramos motivos de inspiração, reflexão, conhecemos amigos, conhecemos melhor "os amigos", e até aos sessenta e cinco anos aprendemos, embora muitas vezes da pior forma. Naturalmente não vou referir qual a decisão, mas devo dizer que o grande motivo da decisão tomada foi eu não saber dizer não. Ter sempre aquela horrível sensação de olhar o copo meio cheio, e o sentimento de "porque não tentar". Já vi tantos impossiveis realizarem-se que nada mais me admira. Depois houve algumas pessoas que me deram empurrão. Dessas algumas já saltaram da carroça, engordando o rol daqueles que acham sempre que tudo se deve fazer, desde que sejam os outros. Depois sempre pensei que vale a pena tentar, vale a pena ajudar, vale a pena procurar o "buraco da agulha". Certo que o reconhecimento não é o forte daquela população, e muitos outros antes de mim provaram esse veneno. Acabaram por encontrar o abismo abrir-se debaixo dos pés, quando apenas procuraram criar alternativas, projectos em prol do bem comum. O inferno aos poucos vai sendo um purgatório, nem por isso menos duro de suportar. Mas já que estamos em linguagem biblica, talvez contribua para ganhar o céu, coisa de que tenho sérias dúvidas. Terá valido a pena dar o meu tempo, o meu conforto, ter prejudicado a minha saúde periclitante, ter deixado por fazer outras coisas que me dariam mais prazer, ter dado a meu nome, envolver-me num caminho cuja saída está distante, incerta e custosa de atingir. Não sei. Outros dirão. Para mim decerto que muito perdi, e que terei de retorno ? Claro está uma questão que um voluntário nunca deve pôr. E calo-me já !
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