sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Um dia sem "meo"

Uma avaria fez-me passar o dia sem acesso na rede meo, o que implica não ter internet, televisão e telefone fixo. Desta forma se percebe como estamos "dependentes" destes meios. Claro tem a vantagem de não haver mais más notícias, pois agora desses meios é o que vem , e cada vez piores. Basta ver como exemplo a entrevista de PPC à TVI, na realidade um verdadeiro "pedaço de mau caminho" que nos foi anunciado pelo entrevistado...  claro, não a ouvir nem ver não adiantaria nada, mas talvez diminuisse o stress. Será a ignorancia uma virtude ?

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Um dia na segunda casa

Dia longo o de ontem na minha na segunda casa. As visitas começam a tornar-se penosas. O dia começa cedo, pois há que estar pelas 8h00, para que a agulha que já está à espera entre na veia, retirando o sangue, por sistema muito, dadas as cinco páginas de resultados que se espera obter. Depois os exames rotineiros, Eco, Raio x, ECG, consulta, em que se "espreita" para o coração, para ver como se apresenta, se as válvulas "batem", se o ruído é normal ou há algum "rater", mas o pior é a espera por resultados, que desta feita se prolongou até cerca das cinco da tarde, tudo isto com pouco conforto, em termos de "alojamento". Nesta vez, por mudança do prestador de "catering", talvez para um miserávelmente barato, a confusão no "cantina" era grande, mantendo-se a maravilhosa marmita azul. Do serviço nada a dizer, da competência, no que possa avaliar, a melhor. Mas viver aquele dia custa. O fundamental  estava bem, a medicação é para manter, mas o estado geral é pouco simpático com mazelas que não matam mas moem. Mais um dia que, não sendo o melhor, vi o sol. Há cerca de dois anos isso não era evidente como se pode ver por este registo.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Mais uma rotina

Hoje estou de visita à minha "segunda casa" para mais uma rotina habitual. Mais um dia complicado e muito duro de passar, pela espera, pela incerteza, pela panóplia de exames e outros mimos. Uma coisa eu sei, vou comer da marmita azul. Não sabem o que é, mas é uma caixa isotérmica, tipo lancheira de pic nic, onde o almoço dos transplantados é fornecida. A gente habitua-se a tudo ...

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O enorme aumento de impostos

Hoje aprova-se o Orçamento de Estado para 2013, Isto é, está dado o primeiro passo para um verdadeiro terramoto que vai abater-se sobre a classe média, dado que a classe mais baixa já está desgraçada há muito tempo. PPC diz que são os que têm mais que protestam, mas isso não lhe dá razão, pois quem protesta tem razão, independentemente da justificação para os cortes. Na realidade foi a incompetência dos políticos e a resignação das pessoas que permitiu que tal tradédia ocorresse no nosso país. Agora está a passar-se algo interessante, cada vez são mais os economistas ligados às entidades da troyca, FMI ou UE que criticam o caminho da austeridade, e ainda hoje um assessor de Barroso manifestou tal opinião. No entanto tal não se reflete em nenhum lado. Como é que a opinião da instituições é tão diferente da de muitos técnicos que as compõem no limite até da presidente do FMI. No final só lançam confusão !

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Catalunha, o dia seguinte

Após a derrota de Artur Mas, que não alcança maioria, perde parte da representação no Parlamento, o "sonho" da Catalunha independente parece adiado por uns bons anos, e ainda bem. Querendo voar muito alto a queda foi maior. É melhor trabalhar para resolver os problemas, pois a Catalunha está também sob resgate entre as autonomias de Espanha, e não vale a pena semear ilusões e fazer fugas para a frente.

Como disse ?

Parece que, como tantos outros já foram, é o "ultimo" Congresso com o candidato Jardim. A ver vamos. Olhanos o dito Congresso e vemos o pior da política. Gente que tresanda a venalidade, videirismo, que tem toda a "pinta" de pouco escrúpulo. Sei que julgar pela "pinta" é má solução, mas que querem, quando tanto se defende um sistema em que as incompatibilidades não existem, em que as pensões e os salários se podem acumular, originalidade do reino da Madeira, em que o interesse publico e privado se misturam, em que o cartão do PSD é um verdadeiro passe social para o emprego, os partidos auto financiam-se de uma forma que não se vê em mais nenhum lado, e o sistema é tão defendido, sendo tão óbvio que nada devia ser como é, que é dificil não fazer "julgamentos", mesmo que injustos, quando se vê aquela gentinha de meia idade, toda salamaleques, tão alinhada a "lambuzar" o "querido lider". Percebemos porque é que aquele "statos quo" se mantém.
Já agora, uma vez que PPC falou e referiu os "amnésicos" que falam em renegociar a dívida, não se esqueça que encontra Alberto João nesse rol, que não deve ter gostado nada da intervenção do dito, pois também contribuiu para o "estado a que isto chegou", e ainda diz que a divida da Madeira ( a  que se conhece...) representa "apenas" 2% da dívida nacional. Pudera a Madeira representa "apenas" 2,5% da população nacional...

domingo, 25 de novembro de 2012

Twenty five

25 de Novembro de 1975, uma data que já ninguém recorda perdida nas memórias, cheia de poeira do tempo que assentou e começou a cobrir tudo de um manto fino mas opaco. Por mim, iniciei nesse dia o meu curso para "técnico de exploração" nos CTT, que duraria 6 meses, embora estivesse a estudar no Técnico em simultâneo, mas precisava do emprego, já nessa altura. O curso decorria num andar do edificio dos CTT dos Restauradores, o grupo tinha 3 turmas e cada turma cerca de 25 pessoas. Todos jovens, eu tinha acabado de fazer 23 anos, e tinha casado há pouco mais de um mês. As notícias já há alguns dias indiciavam uma grande instabilidade política-militar, nessa altura os militares tinham um papel de grande relevo. De repente, a meio da manhã, ouviam-se nos Restauradores algumas detonações, alguns disparos de obus. Na realidade eram disparados na Calçada da Ajuda, mas ouviam-se com nitidez.
Sabia-se que havia muito quem entendesse que se devia pôr termo à aventura da esquerda militar, e tal acabou por acontecer nesse dia. Na altura, para mim, foi um drama, o fim de um sonho, que não sei se seria um sonho realizável, nem mesmo se seria um sonho bom, ou um pesadelo. Para muitos outros foi o gesto que permitiu "salvaguardar" a democracia e afastar o espectro de uma ditadura de esquerda, ou uma ditadura popular, como na altura era defendida pela extrema esquerda militar, e civil, UDP, e outros. O PCP não partilhando a tese da extrema esquerda aproveitava para ter na área do poder os seus representantes mas sobretudo para dominar na área militar onde dispunha de muitos adeptos. Nesse dia Melo Antunes disse à noite na TV que "o PCP é um partido fundamental para a democracia", e assim o salvou de uma ilegalização que parecia na ideia de muitos. Esta entre outras razões que fizeram de Melo Antunes um dos homens que mais contribuiu para estabilizar este país quase ingovernável, já naquela altura. Trinta e sete anos depois, embora com outras razões e com outros actores parece que é verdade o que dizia o imperador romano "lá para a Ibéria há um pequeno povo que não se governa nem se deixa governar".
PS: na imagem para recordar Eanes, Neves e Lourenço, alguns dos autores do evento...

Casével hoje de manhã

Das mais bonitas vilas do concelho de Castro Verde, hoje de manhã, os velhos sentam-se com os seus bonés, a paz impera, a calma de um dia de chuva que se antevê mas que o céu ainda não promete. Algumas fotos que me podem servir de imspiração. Não faltam temas por aqui. Um programa para domingo de manhã, ir visitando e conhecendo as muitas vilas isoladas na planície.

sábado, 24 de novembro de 2012

Eles não sabem nem sonham que o sonho comanda a vida

Palavras que entraram na memória de todos nós. Faria hoje 106 anos o seu autor, António Gedeão, ou se quisermos o Professor Rómulo de Carvalho. No meu tempo de miúdo até estudei pelo seu livro de Fisica (ou seria de Química...)  Uma personalidade que não se esquece.

Catalunha

Amanhã decorrem eleições na Catalunha. Artur Mas, lider do partido Convergência e União (nacionalista), prometeu referendo acerca da independência, até final da legislatura. Ora o referendo para aprovar separatismo é inconstitucional em Espanha. Creio que esta promessa da independência é apenas demagogia, que se apoia numa ancestral vontade da Catalunha se separar. Quando não há mais argumentos retira-se esta ameaça do armário, nada que se compare, mas faz lembrar as ameaças de Alberto João.  Se algo de parecido avançasse a Espanha que conhecemos correria risco de se desmoronar, mal para todos, Portugal incluido. Nestes dias que se fala de federalismo europeu, perda de significativas partes da soberania dos paises europeus é que estes politicos se lembram de arrastar os eleitores na aventura da independência. É contra os ventos da história.

A morte do vilão

Notícia de hoje dá conta da morte de Larry Hagman. O nome pouco dirá a quem tem menos de 40 anos. Eu que já tenho mais 50% em cima lembro este vilão dos meus 30 anos, quando ainda não havia novelas, nem talk shows, nem big brothers, e a TV nos agarrava pela força de um grande argumento e de personagens e actores credíveis.  Esperava o sábado à noite para ver a série Dallas, onde o actor dava a cara pelo odiado JR Ewing, patrão do petróleo no Texas, por todos detestado, por todos temido, por todos "amado". Grande papel que deixou marca. A série passou em Portugal entre 1981 e 1983, sendo que na América passou nos finais dos anos 70. Parece que este ano de 2012 voltou e com um grande sucesso.

Fumo branco ...

Terminou a Cimeira mas não se viu o fumo branco. Os interesses de cada país impedem que os interesses da União Europeia se imponham. Mas é normal. Como pedir que paguem mais, países que internamente reduzem despesas. Seria um contrasenso, embora se saiba que retorna muito dinheiro aos ditos "contribuintes líquidos", e não apenas os paises ditos da coesão, aqueles que recebem mais do que pagam. Fica tudo adiado ( coisa que os lideres europeus se especializaram a fazer ). Em Janeiro novo episódio, até lá pode ser que o espirito natalício impere, e os pobrezinhos sejam beneficiados. Duvido, cada vez há menos lugar para a caridade.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O pós sarkozismo

Tem sido pouco falado na comunicação social portuguesa, mas em França é tema principal, estou-me a referir  às eleições no partido de Sarkozy, que visam designar o seu "sucessor", e lider da direita francesa, a UMP (União para o Movimento Popular), assim uma espécie de PSD-CDS, partido criado em 2002 e que teve Jacques Chirac por referência. Estas eleições colocam frente a frente, François Fillon, ex primeiro ministro de Sarko, e Jean-François Copé. Depois de uma campanha carregada de polémica e ódio mútuo, a votação no domingo passado esteve ao nível do terceiro mundo, com os dois candidatos a reclamar vitória, aparentemente Copé ganhou com uma diferença de 80 votos, mas o adversário não aceita a derrota, e promete ir para a justiça, não sem antes dizer do seu adversário o que não é habitual na pior política, mesmo em Portugal. Por enquanto estão na comissão de recurso de partido, e atacam-se com uma gana digna da célebre "escumalha", nome com que Sarko baptizou os incendiários dos arredores de Paris. E ainda se diz que face à crise ninguém quer governar. Não é bem assim. Entretanto o próprio Sarkozy, "livre" da imunidade presidencial agora está a ser chamado a depor num "affaire" de financiamento ilícito da sua campanha presidencial, envolvendo a octagenária Mme Bettancourt, dona da L'Oreal. Más notícias para o agitado ex presidente.

Não fui eu ...

A propósito da utilização das imagens da manif de dia 14 no Parlamento, e ainda antes de alguém o acusar, Relvas já veio dizer, não tenho nada a ver, não fui eu...  Todas as cidades e vilas deste país têm o seu "maluquinho" de serviço, que se culpa sempre das patetices que aparecem feitas e não se esperam de gente normal. Relvas já assumiu esse papel, o de bode espiatório do Governo

Vocabulário

Agilizar, mitigar, acomodar, ajustar, reduzir, aumentar, cortar, desalavancar, almofadar (esta é nova... a propósito do OE e deve significar revestir medidas hediondas com uma "esponja social" ), refundar, reformar, empobrecer, privatizar, reprivatizar, poupar, são alguns dos verbos destes tempos de política de austeridade.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Pessoas que nos fazem sentir bem

Ontem entrevista com Joana Carneiro na RTP. Agora só se fala de crise, economia, dívida, bancarrota, falência. Fez bem quem pensou em entrevistar uma pessoa luminosa, que aos 36 anos dirige uma grande orquestra nos Estados Unidos, sendo raro por ser mulher, e raro por ser portuguesa. O papel da cultura tem sido pouco valorizado, e é pena, quando estamos em crise necessitamos ainda mais de algo que nos ilumine, que não deixe morrer a chama dentro de cada um de nós. A Joana Carneiro é de facto alguém que faz por manter essa chama.

Nuno Santos demite-se

O Director de Informação da RTP apresenta a demissão que foi aceite. Aparentemente está em causa a cedência de imagens dos acontecimentos em frente ao Parlamento à Polícia. Não sei se houve essa cedência mas julgo que com o acordo de Nuno Santos duvido, pois tenho em conta de grande profissional. Agora de certeza que essa cedência de imagens não está incluida no "serviço público" de televisão, e sabemos  que a própria polícia as recolhe. Promiscuidades é que não !

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Orçamento da UE

Foi tema do debate de hoje na AR, e Portugal pode sofrer alguns cortes no financiamento de projectos integrados na chamada "política da coesão". Agora fico com uma dúvida. Como é que um Governo que corta em tudo o que mexe, pode ter autoridade política para se opor a cortes no Orçamento da UE ?

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Gaspar

Conferência de imprensa para "anunciar" os resultados da avaliação da troyca. Sendo sincero, preferia o tempo em que a troyca ela em pessoa anunciava os resultados. O ministro suporifero anuncia o melhor dos mundos, tudo está bem, vai ser dificil mas estamos no bom caminho, faz projeções para 2015, 2016, 2017, mas ainda não sabe dizer qual o deficit de 2012, anuncia crescimento no 2º semestre do próximo ano, mas ninguém percebe como, pois não há dinheiro, um Estado gordo e voraz, retira riqueza das empresas que funcionam e dos bolsos das pessoas, para alimentar os seus vícios. Depois, ninguém percebe o que ele diz, e não se acredita no pouco que se percebe, pois só tem falhado nas suas previsões.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Dilma

Depois de ter dito na Cimeira Iberoamericana aquilo que pensava da politica de austeridade, e dos seus efeitos nefastos quando não acompanhada por medidas que estimulem a economia, o que deixou Rajoy incomodado, tendo-se feito "surdo" ou "desentendido", ainda explicou o que está a fazer para dar uma vida básica a todos os brasileiros, Dilma Roussef brilha em Espanha, onde está agora em visita oficial. Todos a seus pés, até o Rei lhe "pediu" para que incentivasse o investimento brasileiro em Espanha, e que "contasse" com as empresas espanholas para "ajudar" ( isto é serem contratadas) para fazer trabalhos para o Campeonato do Mundo de Futebol e Jogos Olímpicos ou até para a iindústria petrolífera. Com estes trunfos, e uma taxa de crescimento de 5% ao ano quem quer saber de austeridade ?

Restauração e outros contos

Esta semana haverá uma luta de contestação ao IVA a 23% na restauração. E têm razão ! Pois em Espanha o IVA subiu na restauração a 1 de setembro de 8% para 10%, o mesmo se passará em França, julgo que a 1 de Janeiro, e quando comparamos com os 23% em Portugal, compreendemos que é insuportável esta diferença de 13 pontos. Agora alguém diz que se vai criar um grupo de trabalho, (não se sabe se o Governo, se o PSD, se o CDS), mas os seus resultados só daqui a uns meses, nessa altura como diz MFL "estarão todos mortos". Estou certo que a fuga aos impostos é mais que muita na restauração, nesse caso que se controle, e quanto mais se aumenta mais se penaliza os que pagam, e mais se justifica fugir (quando se pode), que o aumento do IVA é apenas "mais  um" problema para um negócio que morre aos poucos, que muitos destes restaurantes, cafés, bares, estariam condenados de uma forma ou de outra. Mas tem de haver uma solução, e o Ministro Gaspar tem de entender que a cobrança de impostos não pode ser uma "razia" que se aplica às cegas, onde se suspeite que há dinheiro, ou possibilidade de o obter, nem que seja emprestado. O resultado pode  ser desastroso, e o balanço final pode nem ser aumento de receita.
Já agora, julgo que este Governo deveria pensar as suas decisões caso a caso, passando-as por um balanço custo/benefício, isso teria decerto impedido a colocação de portagens na A22, Via do Infante, por exemplo outra medida que lesa o turismo.

domingo, 18 de novembro de 2012

Mobilização geral

Fico contente quando as pessoas arregaçam as mangas e puxam pelo que é seu, e foi o que aconteceu hoje em Silves. Segundo noticias cerca de um milhar de pessoas acorreu à chamada do autarca e numa manhã retiraram o que de pior havia, a imagem de destruição e caos, que infelizmente era a marca da catástrofe. Isto serve de exemplo para outras coisas no país, esperar sentado que outros resolvam não é boa estratégia, e só se pode esperar ajuda quando esgotámos tudo o que nós próprios pudemos fazer. Parabéns a Silves, e já agora a Lagoa, pois sem alardes nem ruído já o Município limpou o essencial e endireitou o que estava torto. Ficam os estragos nas pessoas mas esses são mais dificeis de endireitar.
Bem esteve o Ministro que visitou os locais atempadamente e não se quiz comprometer com valores concretos, pois nem sequer foi feito o levantamento dos estragos. Mal, como sucede tantas vezes esteve PPC, ao "criticar" o Ministro em público, ainda por cima sem razão, por este ter "dado pouca  informação". O homem está cada vez pior e mais parecido com Seguro, isto é, não resiste ao trivial, à banalidade e a dizer aquilo que acha que as pessoas vão gostar de ouvir e ainda bem que não utilizou as "metáforas" de mau gosto, tipo "carro usado", pois aí seria fatal. Tem de fazer uma pequena formação de Técnicas de Comunicação (nível 1), penso que até é comparticipada pelo POPH...

sábado, 17 de novembro de 2012

Tornado causa destruição

Não posso deixar de citar aqui a calamidade que afectou dois concelhos onde tantos laços me ligam. Silves e Lagoa. Nada se pode acrescentar pois já muitos disseram e mostraram a dimensão da catástrofe e não teremos visto tudo, pois o rasto de sofrimento pessoal deve ser interminável, e isso não se consegue mostrar. Lagoa é um concelho pequeno,  rico, bem gerido, e decerto vai ultrapassar a dificuldade com empenho e trabalho do Município, que em geral tem uma actuação muito profissional, competente e séria. De Silves não diria o mesmo, pois é um concelho enorme, assimétrico e pobre, carregado de dívidas e cheio de má gestão e nepotismo, que só conseguiu com muito esforço e com os dinheiros do Polis construir o que o tornado agora destruiu, e jamais irá reconstruir o que tem de ser reconstruido sem que o Governo entre com muito dinheiro dos contribuintes. Mas sendo uma cidade histórica, lindíssima e carregada de património vai ter mesmo que ser. Abram lá os cordões à bolsa e dêm uma ajuda. A cidade de Silves merece e a população também. ( Nota: ao contrário do que se possa pensar os dois concelhos são geridos por autarcas do mesmo partido)

Tanta negociação para tão pouco

Meio por cento de redução na sobretaxa do IRS, foi tudo o que o CDS conseguiu e o ministro suporífero permitiu, depois de semanas de birra, silêncio, negociação, pequena chantagem, o que não é quase nada. Afinal fica tudo na mesma ou quase, e não havia mesmo margem de manobra, ou vontade política. Depois do malfadado dia 7 de Setembro são só más notícias.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Esclarecedor, ou talvez não

Debate ontem entre dois ex-ministros, Beleza, das Finanças, Mateus, da Economia. Acerca da intervenção do ministro suporífero, ontem na apresentação do OE na AR. Dizia-se, que haveria que distinguir entre taxar as empresas e taxar os accionistas, e para a "vox populit" é a mesma coisa, e é excelente. Ou seja a ideia de agravar impostos a essas duas entidade, tão apetecível na nossa esquerda radical, e tão popular, esquece que taxar as empresas muito, variar permanentemente a política fiscal, é fatal para o emprego. Reparem que na França de Hollande se vai baixar as contribuições das empresas em 20 000 milhões, tornando o emprego mais barato, e a França mais apetecível ao investimento, e nós que fazemos, aumentamos o IVA, mantemos a TSU, queremos baixar o IRC, mas só para novos investimentos e com um tecto minimo. Há que não ter medo de dizer, e de tomar medidas práticas, que são as empresas, e sobretudo as pequenas quem cria emprego não o Estado.
Outra coisa é taxar os accionistas. Os dividendos, se os houver, por exemplo. Ai também há que estar atento, pois o capital é volátil. Já lá vai o tempo em que as saídas de dinheiro se fazia em malas, sacos, ou transferência físicas ou não, feitas na banca e suportadas em documentos. Lembro-me nos idos de 70, em para ir a França se registava no passaporte o valor que se levava e podia ser controlado na fronteira. Hoje um "click" no rato e já está. Sendo assim o Estado pode fazer o que quiser, mas os que têm capital também, muito ou pouco. E faz falta que esse capital fique por cá, nos bancos ou na economia. Assim até eu, que sou um leigo em economia percebo que "certas" políticas, embora populares, ou que ajudam a encher os cofres do Estado para pagar as suas dívidas, os seus carros, os planos demagógicos de "investimento" público não reprodutivo, são perigosas e não facilitam nem a poupança nem o investimento. Valeu a pena ouvir os dois "senhores".

90 anos

Faria hoje 90 anos José Saramago, e recordo aqui o escritor mas também o homem inquieto que nos desassossegava, quer se concorde ou não com ele, e embora isso interesse pouco, muitas vezes não partilhava os seus pontos de vista. Ao pensar que esse homem já não está entre nós, e nos seus 90 anos, admira-nos a sua obra tão actual, sem presunção, aberta e acessível a todos. Recordá-lo é um prazer.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Por isso gosto da democracia

O que ontem sucedeu no Parlamento é um desafio a quem gosta da democracia. Assisti no passado a cargas policiais, em particular antes do 25 de Abril, e contestei essas práticas. Hoje não aceito quem diz que "estamos de volta ao fascismo", e essas afirmações só me causam repudio. Porquê ? Simples...  naqueles anos o regime era imposto por simulacro de eleições, a polícia só obedecia a poderes autoritários e sem legitimidade, a polícia não dispunha de procedimentos de actuação que permitisse aos cidadãos separar quem quer estar de quem "está por acaso", a polícia actuava sem pré aviso, usando meios desproporcionados, pois "tudo temia", a imprensa não podia nem sequer referir os acontecimentos quanto mais filmá-los e recolher as opiniões de todos os que queira, mesmo daqueles jovenzinhos ingénuos" que hoje na porta do tribunal diziam que " só tinham ido lá e agora até iam em paz beber um copo".
É tudo diferente em democracia. A polícia ali defende o Parlamento eleito pelo povo (mesmo que se não concorde), o Parlamento não pode ser sequestrado, pois se o for toda a democracia está penhorada, felizmente tudo foi filmado e vimos bem onde estão os agressores e os agredidos, a actuação da polícia foi profissional, equilibrada e estóica, ninguém aguentava ser tratado assim pelos desordeiros, e até quando deu umas "porradas" fê-lo em nome de todos os que acreditam na democracia que tanto custou obter. Não está em causa a justeza dos protestos, a razão das "massas" ou a sua justa revolta. O que está em causa é a atitude e esta não pode merecer apoio de ninguèm, apesar dos "lamentos" de alguns, que até lutaram pela democracia, e que agora parece desprezarem.

Um Portugal de que nos orgulhamos

Ontem na SIC Notícias, o excelente programa "Negócios da semana", para quem gosta de economia, bem servido pelo jornalista José Gomes Ferreira, que tem o condão de falar claro, e dar-se a entender mesmo pelos que discordam das suas opiniões. Num dia cheio de coisas penosas, optou por nos trazer um bom exemplo. Uma área de negócio onde Portugal dá cartas, e onde trabalham já 50 000 pessoas e se factura 1 000 milhões, isto é 20 000 euros por empregado, com impostos pagos em Portugal, e com um nivel extraordinário de crescimento. Chama-se "outsourcing", um palavrão que significa "contratação de serviços ao exterior". Os clientes estão desde a Europa à América, Austrália, África do Sul, algumas empresas são portuguesas de gema, caso da Novabase, outras são filiais muito desejadas por todos os países de grandes multinacionais, caso da Fujitsu, Nokia, Siemens, Cisco, que optaram por Portugal, dada a qualificação técnica da mão de obra, nomeadamente, aliada com excelente desempenho nas línguas inglesa, francesa ou castelhana, em detrimento doutros destinos. Salientam-se as empresas de "outsourcing" na área das TI, todas as que citei o são, que desenvolvem soluções, e dão apoio a software instalado em todo o mundo, em grandes empresas. E estas empresas não são "call centers", onde uma mão obra pouco qualificada atende telefones ou faz telemarketing. São empresas muitas delas que desenvolvem as suas próprias aplicações e as apoiam. Portugal tem assim possibilidade de exportar serviços sem que os jovens precisem de emigrar, pois esses serviços são "produzidos" no país. Faz bem JGF em nos trazer tais exemplos.

Enganam-se muito

Hoje conheceram-se resultados da recessão e do desemprego, mais penalizadoras que o que o Governo previa, quando já tinha furado a previsão do deficit pois os 5% em 2012 já foram. As políticas não sei se são boas, ninguém sabe dizer, o próprio PPC diz que vai piorar e só depois melhora. O problema é que se enganam tanto nas previsões, e voltam sempre a reafirmar tudo com as mesmas certezas, e  já ninguém acredita. E nada pior que um povo que perde a esperança. Seria melhor que os ministros pensassem duas vezes antes de falar e alimentarem falsas expectativas.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Carga policial

Ninguém gosta de ver, por isso os agitadores profissionais tudo fazem para que aconteça e se dê uma imagem de "pobres e humilhados". Na comunicação social, o pivot diz  " a ver se conseguimos ouvir qual a justificação que a policia dá para esta carga" (SIC Notícias), isto depois de estarem horas a transmitir em directo, e de todo o país atento ter visto como a polícia sofreu mais de uma hora a levar com pedras, garrafas e lixo. É importante para estes rapazolas, e os que por trás deles se acoitam, dar do país a imagem de que "somos a Grécia" , para o resto da Europa, pois para eles quanto pior melhor. Desculpem mas a estratégia é simples, Arménio leva o pessoal até lá, com estes energúmenos a reboque, bota discurso rápido e vai embora, diz que a manif acabou, a partir daí começa o trabalho sujo. Não verão que a própria greve se descredibiliza com tais atitudes ? Não tenhamos dúvida, se a CGTP quiser estes rapazes não se colam às suas manifs, pois têm organização para o evitar.

Freguesias

É sabido que das recomendações do "memorando" acerca da reorganização territorial, o Governo decidiu, aplicando a sua estratégia habitual, fazer o mais fácil, e deixar que sobre para os mais frágeis. Nesta questão sobrou para as freguesias, onde o impacto financeiro é baixíssimo, na maioria dos casos, evitando o "embate" com os tubarões das autarquias, que resultaria de mexerem uma palha que fosse nos municipios, fundindo-os por exemplo. Certo que a função das freguesias cada vez é mais simbólica, sendo que a actividade social é sempre muito citada, mas nem julgo que seja função das freguesias. Agora os Municipios que não se reorganizaram vão sê-lo à força. No caso do concelho de Ourique, onde vivo, segundo comunicado do Municipio propõe-se a integração da Conceição em Panóias, e de Santa Luzia em Garvão. Até nem parece mal, são duas freguesias muito pequenas, onde ainda por cima o Municipio parece querer manter uma porta aberta para prestar serviços, para o que não se justifica uma frguesia. Agora, não nos vamos enganar, esta extinção, neste caso não deve reduzir custos ao Estado, mas para a população também não é nenhuma tragédia.

A minha greve geral

Passou-se no paredão da barragem do Monte da Rocha, como já tinha referido, uma marcha forçada a pé, dentro do que se vai podendo, e em simultâneo comemorei o Dia da Diabetes. Agora ouço as habituais opiniões populares de uma Antena Aberta qualquer, em que a greve está a ser comentada. E é assim, a greve é um direito, é! A greve tem justificação, tem ! Deve-se manifestar desagrado, deve ! A greve tem resultado útil, não tem ! A greve vai unir as pessoas, não vai ! A greve é geral, não é, pois nem a UGT aderiu, nem seria possível fazê-la sem a pressão exercida pelas greve nas empresas de transportes públicos, que impedem as pessoas de ir trabalhar. Mas enfim é muito relevante o levantamento das pessoas de vários países para contrariar uma coisa que afinal não existe, políticas visando, para além de pagar as dívidas, assegurar os meios das pagar, o crescimento económico. Agora meus caros, essse crescimento não se consegue com greves gerais, pois para haver crescimento é preciso investimento, e isso implica capital produtivo, e não nos iludamos, não será o Estado a assegurar isso, até porque não tem dinheiro. Assim, fazer greve não adianta, também não atrasa, é um placebo... agora, como dizia hoje Bagão Félix, as propostas da CGTP até fazem sentido como mais uma base negocial, agora neste dia, como noutros, essas coisas nem são discutidas, prefere-se os slogans. É mais fácil.

Diabetes

Hoje é Dia Mundial da Diabetes, uma doença que cresce em todo o mundo, e que também me tocou a mim, está no meu menu...  Não dramatizo, mas sei dos riscos, e no meu caso nem será o maior. Cada vez mais se considera que é uma doença que deriva da "civilização", isto é dos hábitos alimentares errados, no entanto comigo penso que outra foi a origem. Se os diabetes são uma origem dos problemas cardio vasculares, para mim julgo que foi o contrário, a insuficiência cardíaca danificou o pâncreas. Custa os primeiros tempos, toda a parafrenália a que nos obriga, canetas, lancetas, lamelas, agulhas, aparelho de medida da glicémia capilar, etc etc... os hábitos alimentares que nos impõe, afinal aqueles que toda a gente sempre deveria ter. Para comemorar vou fazer uma volta a pé, andar na barragem, caso o tempo o permita. Gastar açucar, é o que devo fazer, dado que o corpo não o elimina por si, o esforço físico trata dele !! Depois dou notícias...

PS: dado que o evito comer aqui fica uma foto de uma das coisas que mais me apetecia neste dia, LEITE CREME !!!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Hollande seis meses

Fazem seis meses da sua eleição. Não digo que não tenho ajudado a inflectir um pouco as políticas Merkozy, mas a sua imagem em França desce em queda livre, pois os seu slogan de "constancia, coerência e confiança", cada vez menos os franceses acreditam nele, pois tudo o que faz é diferente do prometido, pelo que as três palavras começam a não fazer sentido. Não é bom para a França nem para a Europa mas já era previsivel. Hoje vai dar uma mega conferência de imprensa de duas horas para tentar retomer fôlego, mas já outro problema se coloca, os Verdes, que participam no seu Governo ameaçam bater com a porta, ao fim de seis meses. Não são boas noticias. A França faz falta para contrabalançar uma Alemanha omnipotente e um Reino Unido ferozmente anti-europeu.

De olhos nos olhos

Não é que eu seja um incondicional do Dr Medina Carreira, mas tenho de reconhecer que, com a sua verve pedagógica, diz por antecedência muita coisa que devemos ouvir, e de forma clara. Ontem o programa foi arrasador, pois falou-se do Estado Social, aquilo de que tantos falam, mas poucos compreendem e explicam. Bem documentado apresentou e explicou como foi "inventado" ( uma ideia da direita, pouco apoiada pela esquerda que via aí um aplacar de convulsões sociais no final do sec XIX), como de um Estado Social baseado em redistribuir as contribuições quando havia dificuldades, se passou a Estado Social para todos (contribuintes ou não), e de como ele se encontra ligado à industria e mantê-lo sem industria é quase impossível.
Depois passou a explicar como têm subido as despesas e diminuido a capacidade de pagar,pois o crescimento é residual, num processo permanente, que em 2010, 88% do que se cobra em impostos tem como destino pagar este monstro, das quais 60% só para pensões e subsídios. Ao pé disto as despesas de Saúde e Educação são coisas menores. E esta tendência não é de agora, já nos idos dos anos 90 a tendência lá estava e foi "ignorada" pelos políticos baseados apenas na "capacidade de prometer" e distribuir como diz M M Carrilho. Não tirando conclusões dos sinais já presentes, continuou-se pela década 2000 2010, rumo ao abismo, que nos levou à falência de 2010.
Assim não há direitos adquiridos que se mantenham, Constituição que nos salvaguarde, pois não havendo com que pagar o Estado Social afunda. Para que exista, segundo Carreira, é preciso "economia" e "prudência" na gestão. Coisas que como se sabe falta em Portugal.
Na próxima semana continua no mesmo tema. Recomendo, para quem não acredita em contos de fada.

João Albuquerque

Quem é, não sei bem. Um RPI no dizer de certa esquerda dada a taxonomia (Reformados Pensionistas e Idosos), que ontem disse no "Prós e Contras" aquilo que muitos pensam mas poucos dizem, na cara de Arménio, que a sua greve geral é uma inutilidade, que nada vai obter que não seja prejudicar o pais, nomeadamente aqueles que ainda têm trabalho, e as empresas que vão funcionando, pois as que já fecharam ou os desempregados tanto lhes faz. Se querem deitar o governo abaixo então façam greve dia sim dia não, que decerto PPC não vai aguentar, mas o  país também não. Propôs manifs, ao domingo, quando todos podem manifestar o seu desacordo, e se virmos o único recuo claro do Governo obteve-se com uma grande manif sem a presença dos do costume que lá não fizeram falta, pois aparecem apenas para o discurso e organizar o controlo das "massas".
Arménio enguliu em seco, habituado à boa imprensa que a CGTP tem em Portugal nem queria acreditar na "ousadia",  ligou a cassete, desbobinou várias vezes a sua já estafada conversa de café, mas perante a lógica imbatível do sr Albuquerque, não conseguiu convencer ninguém que não o estivesse já. Até uma júnior estudante dizia que em França, que está muito bem (estará ???? ), fazem mais greves que em Portugal, e com isso têm boas condições sociais, (será que foi por isso?) .
Não vale a pena argumentar, pois um dos presentes no debate disse, e sabe do que fala, que na Grécia foram feitas mais greves gerais este ano, do que em Portugal desde 1900. Pois foi, mas não será por isso que os Gregos estão melhor que nós, bem pelo contrário.
É bom ver quem pense pela sua cabeça e não vai em ondas.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A montanha pariu um rato

De uma visita que foi quase apresentada como uma invasão germânica, uma provocação miserável, uma ingerência intolerável, ficam algumas palavras bonitas, carros alemães e motas apressadas, umas manifestações com meia duzia de radicais, o Arménio, para não ficar de fora, convocou para o Camões, e aproveitou para promover a greve geral, do que não vimos não sabemos nada, mas foi tão pouco tempo, que pouca relevância terá. Esperemos que fique alguma coisa de concreto, algumas portas abertas, da  reunião de empresários, pois aí residem as esperanças, no investimento, nas empresas, donde afinal pode vir o crescimento que precismos para que se crie emprego. Em termos públicos a montanha pariu um rato, e cobriu de ridículo alguns que andaram por aí a perder tempo, dando à senhora uma importância que não tem. Durante a semana teremos outra visita, Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, país que já não é "apenas" um exportador de droga, mas uma economia que cresce 6% ao ano e cujas relações devemos previlegiar.

Video não passou

Pretendia-se passar o video acerca do "esforço" dos portugueses na Alemanha, mas foi recusado, não sei por quem, nem qual a difusão que se queria fazer. De qualquer forma, respirei de alívio. A ideia de Marcelo até podia ser boa, o video é uma desgraça. Artesanal, piroso, provinciano, dá uma imagem do que afinal somos, uns "desenrascados". Guardem lá o video e concentrem-se na srª Merkel e nos empresários que a acompanham. Tomara muitos países receber tal comitiva, uma oportunidade de ouro para atrair investimento que tanta falta nos faz. Sei que muitos não gostam mas é a realidade.

domingo, 11 de novembro de 2012

Na linha do horizonte (4)

Quando vimos no IC1 e nos aproximamos de Ourique encontramos uma pequena vila cimeira, que nos contempla muito ao longe. Normalmente passamos ao lado e assim como a vimos desaparece. É Panóias, cujo estranho nome está ligado à palavra "pão", e poderá significar "o que é utilizado para fazer pão", espero não me ter enganado. Decidi incluir nos meus horizontes. Fica aqui uma foto da pequena pintura que fiz. A foto está um pouco desmaiada... falta de toner...

Militares

Manifestação de militares ontem em Lisboa, em silêncio para manter a pose, e o estatuto da instituição. Seria dificil num país onde a maioria está a sofrer fortes restrições que os militares fossem um caso à parte. Não há estatuto, relevância, função, importância para a soberania, que os possa salvaguardar das medidas deste Governo, da austeridade, do memorando. Entendo a sua frustração, o seu desânimo, o que é péssimo para o país, pois na realidade teremos de reconhecer que as forças armadas tiveram e têm um papel muito saliente na defesa do pouco que resta da nossa soberania. Por outro lado, têm sido servidos por ministros que não têm sensibilidade para os seus problemas e os tratam como "botas da tropa", ministros desajeitados e com posturas inconvenientes. Muita atenção, devemos a estes homens e mulheres o melhor da nossa democracia, e podemos impôr a austeridade mas não a indignidade.

sábado, 10 de novembro de 2012

99 anos

Se fosse vivo faria 99 anos hoje. Álvaro Cunhal, não sou ninguém para comentar a sua longa vida, mas dificil imaginar em Portugal (e não só), uma vida mais cheia, mais aventurosa, mais comprometida com um ideário, mais completa, mais influente, mais conturbada, como se pode constatar nas biografias, nomeadamente naquela que, embora incompleta, é uma obra extraordinária, a que foi escrita por Pacheco Pereira. Foi um homem completo, politico, escritor, artista gráfico. Teve apenas o problema de adoptar uma ideologia que, embora sedutora, se revelou num dos grandes embustes do século XX, que causou milhões de vítimas, a escravidão de povos, sob a capa da sua "libertação", e oprimiu países. Mas os homens também se enganam, embora Álvaro Cunhal, tanto quanto sabemos, nunca reconheceu que se enganara. Também seria pedir demais, depois de uma vida como a dele, como alguma vez reconhecer que parte dela foi em vão ?

Convenção bloquista

Este fim de semana em Lisboa decorre a Convenção do Bloco de Esquerda. Duas linhas se confrontam no debate das ideias, uma que imagina poder vir a governar se toda a esquerda se unir, com independentes, e outros, mas exceptuando o PS, que no dizer de Louçã não passa de um  "partido de protesto" (o que costumam dizer do próprio BE), e ainda tem um pé no "memorando", e uma outra que defende que sem PS nada feito e tudo a fazer para o conseguir. A direcção será a tal "bicéfala", mas não "acéfala" como a do PS (palavras de Semedo, se não me engano). Agora para serem "governo", inspirados pelos gregos Syriza, é preciso ter votos para isso, e não têm e terão cada vez menos, pois ninguém lhes dá essa credibilidade, nem se acredita nessa hipótese. Quanto à unidade sabem bem que o PCP nunca aceita entrar em quaisquer "acordos" ou "alianças" que eles próprios não controlem, portanto não tenham ilusões quanto a unidades com tal gente que se sente tocada por Deus ou Marx. Mais depressa o PS aceitaria esse tipo de alianças, mas não querem, são esquisitos, fazem mal. Finalmente é preciso propostas credíveis. Como lidariam com a dívida, com o deficit, com a Europa, ninguém sabe, resume-se tudo a um slogan "vencer a troyca" ou  renegociar, mas será que teriam peso para isso ? Como programa de governo é pouco.

Senhora Merkel

Não gosto da senhora Merkel, não gosto  da sua política, embora a entenda sob o ponto de vista dos alemães, não gosto das suas ideias luterano-punitivas, não gosto da maneira como muitas vezes se refere aos países do Mediterrâneo, agora penso que é estúpido vir fazer manifestações contra a dita senhora, que não tem culpa de uma Europa gastadora, de uma Grécia relapsa, de um Portugal com mais autoestradas e carros do que a imensa maioria dos paises europeus. Merkel representa uma economia forte que nos pode ajudar com investimento, e vem com muitos empresários, as manifestações dão-lhe uma importância que ela não tem, a própria Alemanha está a entrar em crise, e para que seja possível continuar a libertar dinheiro tem de convencer os próprios alemães disso, o que parece cada vez mais dificil. Atacar a Senhora Merkel, embora para ela seja indiferente, nada ajuda a convencer o povo alemão de que deve manter o apoio aos povos do Sul, e é má educação pois é nossa convidada. É pormo-nos de joelhos perante a senhora... Se querem manifestem-se contra este Governo e exijam que negoceie com a troyca e deixem a senhora Merkel em paz. Chega de folclore, e certas pessoas nem as pensam. Vejam Jerónimo, vai à manif mas no passado gostava muito do ditador Honecker, da RDA, não consta que alguma vez se tenha demarcado desse tirano, mas ainda hoje Silva Peneda (presidente do CES) deixou transparecer que até lhe apetecia ir, e Helena Roseta confessou que ía mesmo à manif, não sabemos se não será só conversa...  com ajudas destas !

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Exportações em queda vs estivadores em greve

Pela primeira vez de alguns meses. Vem logo à nossa mente a greve dos portos. Pode ser um reflexo condicionado, mas é um reflexo imediato, relacionar as duas coisas. Pois é cada vez mais incompreensível uma greve que dura já há mais de dois meses. Será que estas pessoas precisam mesmo de trabalhar ? ou precisam só de um emprego ?  Como pode a economia estar penhorada a estes senhores irresponsáveis, que já mostraram que nada os demove e que se estão nas tintas para o país. Será que nada se pode fazer ? Negociar melhor, pois os portos devem ser competitivos, negociar mais, ou no limite  estabelecer a requisição civil, se tal for legal e possível. Julgo que uma vez o Presidente da República conseguiu resolver uma greve  (foi Jorge Sampaio), uma vez que o Governo não pode ou não quer fazer nada onde está Cavaco, não poderia ajudar, recebendo os estivadores, chamando a atenção para um problema que parece prejudicar muito o país. Afinal por onde anda o "nosso" Presidente ?

Tema do dia: bifes

Estamos à rasca, muitas crianças vão para a escola sem pequeno almoço, muitas só comem o que a escola dá, muitos vão a cantinas sociais, vivem da solidariedade de instituições que há anos se ocupam de quem precisa, a Caritas, as Misericórdias, o Banco Alimentar, entre outras. Apesar disso o tema do dia são os bifes, e a discussão indignada de muitos bem pensantes acerca de uma declaração óbvia, "se não podemos comer bifes todos os dias, não comemos". Dito por qualquer um seria de discutir (?), dito por Isabel Jonet, vale mais, sabe bem do que fala,  nada tem de aviltante para ninguèm, é a dura realidade de um país que empobrece, e não por culpa da Isabel Jonet, que muito tem feito para sarar as maiores feridas. Pensando que os "bifes" é apenas uma referência do domínio do simbólico, a verdade é que muitas coisas se podem fazer entre comer bifes e passar fome. Hábitos em desuso, como fazer e comer uma bela sopa, como comer fruta da época, como utilizar verduras frescas, como partir uma posta de salmão, por exemplo, em duas partes, como cozinhar uma boa jardineira de frango, em lugar de frango do Pingo Doce e batatas Pala Pala, ou hamburgers, comer bom pão, enfim não estou a querer dar receitas a ninguém mas é isto que quer dizer "não comer bifes todos os dias" para quem não percebeu, ou seja, comer melhor, muito mais barato, e sem excessos, pois come-se demais, desculpem mas isto nada tem de aviltante. Guardem lá as ridiculas petições no bolso, e vejam a realidade, não mordam a mão de quem construiu algo que nem devia ser necessário, mas infelizmente faz muita falta a muita gente.

PS: se não podem passar sem uma petição sugiro que assinem aquela que protesta contra o processo que a PT e a ANACOM pôs ao investigador Sérgia Denicoli, que na sua tese de doutoramente diz "haver indícios" de corrupção no processo da TDT.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Obama "and all that jazz"

Vem um pouco tarde e tudo foi dito. Quero só acrescentar que nos tempos que correm todos os que estão no poder têm a sua popularidade em baixa. Daí a grande incógnita acerca da vitória de Obama, pois em caso normal os presidentes em exercício ganham o segundo mandato, mas também o seu mérito. Acabou por ganhar, felizmente, para mim, para além da sua simpatia, inteligência, charme, e a vantagem diferenciadora da sua origem afro-americana, julgo que ganhou mais porque o adversário tinha muitos deméritos, do que pelo sucesso das suas propostas. A América fica mais "bonita" com Obama, mas não necessáriamente mais "rica", pois em deficit (mais de 7%) e em dívida pública ( ultrapassa 100% do PIB) a desgraça é total, e não vai demorar muito que o presidente dos EUA seja um ... chinês ! na realidade eles estão para a América como a srª Merkel está para a Europa. Só que são mais discretos...

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Santana

Santana da Serra, hoje de manhã, um dos locais mais "profundos" do concelho de Ourique. O país real, onde as eleições americanas são quase indiferentes, onde o medronho é bem mais importante que o Orçamento do Estado, e as coisas se passam apenas ao ritmo da vida, sem pressa, sem stress e com o ar só perturbado pelo movimento para o Algarve.

Entrevista segura

Em entrevista à SIC Seguro continua a "passar" a imagem do bem comportado,  indignado, muito chocado, mas incapaz de avançar com alguma ideia "aplicável". Assim não vamos lá. O Governo está numa situação em que só vê cortes, austeridade e aumento de impostos. Não tem outras "ferramentas"  e destas já sabemos que o resultado não andará longe do obtido este ano. Quanto ao PS, com tanta indignação, acabará sendo mais um Bloco de Esquerda em formato "low cost". Certo que perante a marginalização a que foi sujeito por PPC, era dificil outra postura, mas deveria ser capaz de ultrapassar tudo para se impôr como líder credível, e clarificar a sua política, coisa que não faz. A fuga para a indignação é sinal de falta de ideias. Ninguém lhe diz que o seu discurso tipo "picareta falante", nem espera pelas perguntas, o torna totalmente ineficaz e o aproxima do discurso cassete (célebre noutro partido político).

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Para pior já basta assim

Hoje, eleições nos EUA. Julgo que esta eleição tem mais influência na Europa que as eleições do Parlamento Europeu. No declínio da Obamamania, espero ainda assim que ganhe, como a maioria dos europeus. O estilo de Mitt Romney não vai com os europeus, para quem nem passaria pela cabeça eleger um pastor mormom, nem para presidente de uma junta de freguesia, ainda por cima com visões do mundo retrógradas, com prioridades que não passam pelas opções de uma Europa bem pensante. Não sendo tão primário como o cow-boy Bush, Romney está num Partido Republicano hoje muito contaminado pelo vírus do T-Party, movimento ultra liberal, quase fascizante, que combate toda a despesa pública e defende o estado minimo.  Assim eu diria Deus nos livre, para pior venha o Obama por mais quatro anos, que está muito bem, sabemos com o que contamos.

Segundo resgate à vista ?

Espero bem que não, pois isso significaria definitivamente condenar Portugal a ser a segunda Grécia, que essa agora está à beira... não sei de quê, pois Samaras já disse que "ou o plano de austeridade é aprovado, ou ele e o euro". Mas ontem mesmo o CES, veio avisar da necessidade de começar a negociar com a troyca, o que no silêncio dos corredores já se deve estar a fazer, pois, e têm razão, mais vale negociar agora, do que negociar quando a corda estiver no pescoço.  Para isso é preciso um pequeno pormenor, que a troyca queira ou tenha aval dos seus patrões para o fazer. Para já seria bom fugir ao segundo resgate, pois uma negociação não supõe necessáriamente o tal novo resgate. Podem negociar juros, por exemplo, pois a taxa calculada de 3,6% em média, parecendo normal, implica quase 8 000 milhões de juros no próximo ano, e sem abater um centimo à dívida. Prazos também, embora mais prazo mais juros, já se sabe...

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Não mexam no bolo

Elvira Fortunato, a célebre investigadora da Nova, que entre outras coisas desenvolveu o transistor em suporte papel, veio hoje numa entrevista dizer que, existe dinheiro que depositado nas contas da Nova por empresas internacionais para suportar investigações da Universidade, o Estado não permite utilizar, apropriando-se desses meios que foram disponibilizados para outros fins, estando em risco a perda de patentes que, não sendo pagas, por razões financeiras, levam a perder anos de investigação. Mas afinal que Estado temos ? Um Estado ladrão ?

Altinho


Do mais recente album de Vitorino e Janita, com o Coro dos Cantadores do Redondo, letras de António Lobo Antunes, escritas segundo os dois, em toalhas de papel. O nome do CD é "Moda Impura" e fica aqui um exemplo de que é muito bom, e clara visita aos cantares alentejanos.

Estranho caso do Hospital da Feira

Sairam notícias de que a administração destre hospital mandou cobrar nos vencimentos de 400 funcionários as taxas moderadoras em dívida por estes ao hospital. Aqui del rei, vieram, gestores, economistas, fiscalistas, comissões, sindicatos, utentes, carpinteiros, fadistas, enfim, tudo numa algazarra contra tamanha injustiça, ilegalidade, prepotência, autoritarismo, desrespeito, num medonho rapapé. Teve a habitual cobertura dos indignados "orgãos de comunicação social" sempre na sua senda quixotesca. Pois !  até poderá ser, mas ninguém apareceu a dizer quem se julgam estes 400 funcionários para não pagarem no seu devido tempo, 10 dias ao que julgo, as taxas moderadoras devidas ao seu próprio hospital, o que lhes dá uma responsabilidade acrescida, pois como cobram aos outros se a si próprios se isentam?  Em calhando, como é hospital público, ou seja de todos nós contribuintes, levaram a coisa mesmo à letra, e pensam que nada têm de pagar, como fazem os outros portugueses.

domingo, 4 de novembro de 2012

Ai, ai Sporting ...

Não gostando de comentar futebol, dado o meu sportinguismo, vejo, como as coisas se apresentam, uma sequência funesta: Farense, Salgueiros, Boavista, União de Leiria, Belenenses, e quem se segue ? sob o ponto de vista desportivo, financeiro e de gestão o Sporting está a um passo de poder descer de divisão ou mesmo de desaparecer como clube de futebol profissional. Fica a equipa B que pode jogar nos amadores.

Na linha do horizonte (3)

Uma das imagens mais fortes do Alentejo urbano, e uma espectacular linha do horizonte, Mértola. assim haja talento e técnica, o que não é fácil face a uma beleza de tão grande complexidade. Só mesmo facilitando, ou seja recuando perante a tentação de tudo representar. Aí se põe o problema de saber o que deixar de fora. Quem se propõe a esta tarefa tem de ser bom em muita coisa, coisa que não se passa comigo, em que por vezes a "ambição" ultrapassa o "talento", e este nem sempre servido pela técnica de um auto didacta principiante. Bom a representar paisagens com água, o reflexo, o céu, os contrastes das casas, castelos e suas sombras, o arvoredo, enfim, enfim ... de tudo um pouco. Perdoe-se a ousadia, mas ainda não está concluído. O que terei de alterar ?

Crato "ich bin eine berliner"

Crato vai a Berlim, e isso traz-me à memória a célebre frase de John Kennedy, que reproduzo no título, dita numa Berlim sitiada por arame farpado e muros acabados de construir, onde tudo dependia de voos que vinham do exterior da cidade rodeada, como uma ilha, pelo regime comunista de Erich Honecker, um verdadeiro modelo para os comunistas portugueses e de todo o mundo, que agora vilipendiam a srª Merkel, claro o seu modelo era outro....
Vem também a propósito recordar (para um momento em que a imagem da Alemanha está associada apenas à srª Merkel, na altura uma rapariga de 7 anos que vivia na Alemanha comunista), o esforço, trabalho e sacrificio do povo alemão para construir um país para onde hoje todos se voltam, com esperança, inveja ou ódio.
Vem também a propósito saber que Crato vai assinar um acordo que pode revolucionar o ensino em Portugal, o sistema dual, o qual não é nenhuma novidade. O sistema esté implementado em Portugal pela Câmara de Comércio Luso Alemã há já muitos anos, com resultados espectaculares, nomeadamente com emprego quase assegurado a todos os formandos. Para pormenores fica aqui o site, mas basicamente implica um dia de formação teórica para quatro dias de formação prática em empresas. Claro para isso é preciso existirem empresas com características formadoras. Penso que se trata de um bom sistema, que dá equivalência ao 12º ano, mas recordo que muitas das nossas escolas secundárias também já apostam neste tipo de solução, a diferença é que o sistema dual é perfeiamente estruturado e bem monitorizado para evitar "desvios". À alemã. Venha ele.

Meio dia no continente

Final da manhã. Muita chuva e céu cinzento e fechado. Parece que amanhã teremos menos chuva e mais frio. Preferia o contrário. Domingo preguiçoso e depressivo. Bom para comer uma boa feijoada, com os enchidos do Alentejo, com pão alentejano a acompanhar e um vinho para aquecer. É tudo para onde eu não posso nem olhar. Paciência. Ficam as fotos deprimentes.

sábado, 3 de novembro de 2012

Triste

É o minimo que se pode dizer da postura de Alberto João nas eleições do PSD Madeira. Triste as pessoas não saberem retirar-se a tempo. Triste o espectáculo que deu face ao seu opositor que também é companheiro de partido, e dizem que chegou a ser delfim. Triste o seu mau perder ( e ele até ganhou, imagine-se se perdesse, o que esteve por um fio...). Triste um lider referir-se como se referiu ao percurso do opositor, às suas ambições, até ao seu aspecto físico. Já está para além de tudo o que é aceitável, e o grande problema é como é que o PSD se livra desta "encomenda", pois se não se livra, e se o PS consegue arranjar um candidato credível, coisa que não tem acontecido, as próximas eleições regionais estão compometidas.

Na linha do horizonte (2)

Quando nos aproximamos de Castro Verde é uma mancha branca que sobressai do uma planície agora um pouco mais verde, muito verde quando a humidade não falha. No horizonte salienta-se a Basílica Real com as suas duas torres, a Igreja da Srª dos Remédios e um depósito de água. Nas casas temos muita construção recente, mas o cuidado com a mancha branca permite que a imagem se mantenha. Tentei pintar e fica aqui a imagem. As nuvens aparecem como na realidade se viam na foto  que tirei, como dois caminhos paralelos no céu azul muito claro.

Seguro segura-se

Num discurso de ir às lágrimas, puxando de todos os seus "melhores" argumentos, Seguro não vai aceitar o convite de PPC para a célebre "refundação". Os argumentos de Seguro fazem lembrar as pessoas que não querem cortar despesas pois pensam que vão sempre arranjar um trabalhinho suplementar para ganhar uns cobres... Também seria dificil aceitar, depois da relação desastrada que o Governo tem mantido com o PS. Assim o Governo vai ter de se "amanhar" sozinho com o FMI, e tem muito por onde procurar, pois se há algumas despesas virtuosas, temos também muita coisa a repensar, a Educação, por exemplo onde se gasta muito mais que a média europeia, com os resultados que se sabe. A grande dúvida é se terá o Governo competências, ou mesmo vontade, de tratar de forma séria, o que quer dizer sem ceder a soluções fáceis, o problema da despesa pública. Tenho dúvidas.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Contos de Mário de Carvalho

No âmbito do Clube de Leitura da BM de Silves, tenho estado a ler alguns dos contos de Mário de Carvalho. Dele já tinha lido "Fantasia para dois coronéis e uma piscina" e "O homem do turbante verde". Estes contos que li mostram bem o grande escritor que ele é, talvez mesmo um dos maiores da língua, que deixa a vaidade de terceiros um pouco a léguas ... A escrita é clara, o tom irónico, mordaz, ou apenas bem escrito. O imaginário é muito rico e atravessa muitas das realidades do homem e do "portuga" em particular, mas os seus contos assumem um conteúdo quase universal, caso dos contos do "Fabulário", em que as "estórias" conduzem a uma conclusão sem condicões, de país, povo ou local. A sua imaginação não tem limites e comunica de forma clara, mas simultâneamente sofisticada nunca caindo no óbvio, no banal. Vale a pena ser lido, pois quer-me parecer não ser ainda um escritor muito divulgado, apesar da extensa obra que já tem.

Juiz em causa própria

Os juizes sentem-se vitimas na sua independência se os cortes nos salários e ajudas de custo, entre outros forem aprovados. Têm um argumento imbatível. Carregam uma enorme cruz, a de terem dedicação exclusiva não podendo exercer noutro local, empresa, emigrar ou trabalhar onde querem. Só para o Estado que para os castigar lhes garante emprego para a vida, apoio para habitação, ajudas de custo, reforma choruda. É uma chatice... contrariamente aos outros portugueses não têm o direito de ser despedidos, de terem salários em atraso, de serem avaliados em função dos resultados, nada, não têm quaisquer direitos, e agora que o Estado os quer equiparar aos outros portugueses, fazendo os cortes que faz a todos, não querem. Se já era discutível haver sindicato de juízes, o mesmo que sindicato de ministros, sindicato de deputados, sindicato de secretários de estado, com estas atitudes mostram bem que se põem acima dos outros, fazem o que querem, quando e como querem, sem prestar contas a ninguém, e ainda por cima se dizem perseguidos. Que grande lata, e dizem isto tudo sem se rir...

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Na linha do horizonte

Pretendi dar uma ideia do que se avista quando nos aproximamos de Ourique. A vila surge no alto de uma elevação o que é raro no Alentejo. As linhas do horizonte são muito bonitas por aqui , seja quando surgem as povoações com o casario tradicional, seja apenas campos e árvores que no inverno se tornam muito verdes e na primavera florescem como já procurei representar em algumas pinturas. Uma grande inspiração as paisagens do Alentejo.

Afinal havia outra

Segundo o "comentador" ou "porta voz informal" Marques Mendes, a tal proposta de refundação já é mais do que uma proposta. Até já aterrou na Portela, uma equipa de técnicos do FMI que vai "assessorar" o Governo na tomada das medidas para suportar o corte dos 4 000 milhões. A ideia até não é má, só se espera que não se enganem de novo nas contas, como aconteceu com a estimativa do impacto da austeridade na recessão. E têm até Fevereiro para apresentar os resultados concretos. Então será que o convite ao PS não passa de um convite para uma cerimónia que já está a realizar-se ? Agora não se sabem as medidas pensadas mas foram dados exemplos, e, por exemplo, passar determinados serviços para gestão de privados, ou é um negócio que se suporta por si, e tem vantagens para o Estado, ou será um novo encargo, bem maior, e nós sabemos bem como certos privados são exímios em espremer o Estado, que se deixa espremer por certos funcionários pouco escrupulosos...

Todos os Santos

É já uma banalidade. Durante uns anos o Feriado de Todos os Santos vai deixar de ser feriado, e passar a dia de trabalho. A Igreja teve o bom senso de acordar com a medida "por um período transitório", pois muita água corre debaixo das pontes e os Santos não estão cá por apenas 4 anos, "já vêm de longe, e vão para longe, o que andaram para aqui chegar", como diz a canção. Como possivelmente o PPC e seus "advisers" nem 4 anos duram, melhor não tomar por definitivo o que é conjuntural.