Em muitos aspectos parece que a falada "refundação" vai passar por cortar umas fatias de educação, de saúde e de pensões, bem como doutras prestações sociais, corta-se também uma pitada de funções de soberania ( segurança, defesa, negócios estrangeiros), até se chegar aos 4 000 milhões, sem qualquer lógica ou pensamento outro que não a redução de despesa. Desta forma todas as receitas servem desde que rendam dinheiro, mais à mão estão as "soluções" que já existiram no passado, pois essas nem precisam que se gaste neurónios, é só aplicar, e como o Estado Social se expandiu nos últimos anos, basta desfazer o que foi feito.
Lembro-me do tempo em que se pagavam propinas a partir do chamado ensino preparatório (hoje 5º e 6º anos). No meu caso era isento, pois tinha notas boas, e o meu pai ganhava 1800 escudos, isto é, 9 euros por mês, e eu ía todos os anos à Junta de Freguesia, com um impresso com dois carimbos de uma mercearia e de uma drogaria, e pedia um "atestado de pobreza", em que o presidente da Junta, o Sr. Tirapicos, atestava que era "pobre e sem rendimentos", e com esse papel no Liceu se pedia a isenção de propinas. Se não pagava-se, um valor que não me recordo, mas seriam umas dezenas de escudos por período. Assim meia dúzia de cêntimos, e ninguém se queixava ( nem podiam...)
PPC, não tendo confirmado, parece que comprou a ideia, mas Nuno Crato, que é homem desse tempo, veio demarcar-se. Digamos que não acho que seja por aì que o abandono escolar vai aumentar, mas vejo mal obrigar a pagar uma coisa que é "obrigatória". Portanto, puxem mas é pela cabeça, e não pensem que as ideias antigas é que eram boas, porque há ideias antigas boas e más, e não é "desfazendo" que se faz. Se a "refundação" se vai fazer por aí, vamos voltar às pensões ainda de maior miséria, "às casas do povo", e à "taxa de isqueiro".
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