quarta-feira, 1 de maio de 2013
Primeiro de Maio de 1975
Nestes idos de 75 o Primeiro de Maio era comemorado com uma intervenção mais clara dos partidos políticos, mais do que dos sindicatos. Na altura a CGTP já o comemorava em nome próprio, mas a UGT não existia, pois foi fundada em 1978. Havia assim comemorações por partidos. Nesse ano participei no Tereiro de Paço, no primeiro de Maio da UDP, ou se quisermos do que na altura se chamava "esquerda revolucionária", coisa repetida até 1979, quando acabei por sair dessa "linha" de pensamento. As reinvidicações eram mais políticas que salarias, ou outras. E, enquanto as comemorações do PS ou PSD, traziam artistas do mundo pimba, por ali ouvia-se o GAC, mas sobretudo intervenções políticas ou sindicais, de sindicatos ditos independentes, em geral á esquerda da CGTP, na altura acusada de "social fascista" ou "amarela" (ironia...), não esquecer que nesses anos o PCP estava presente nos governos, directa ou através da "esquerda militar". Às intervenções sindicais misturavam-se as dos dirigentes políticos, os "camaradas" Eduardo Pires ou Vieira Lopes (hoje presidente da Confederação do Comércio, mas na altura dirigente da UDP), ou outros, que apelavam a seguir o farol do socialismo na Europa, isto é a Albânia de Enver Hoxha, farol do desenvolvimento e da independência. Havia ainda o primeiro de Maio do MRPP, sempre inevitável por ser exótico, extremo, ridículo, e absolutamente esquizofrénico, publicitado por murais gigantescos e megalómanos, seguindo as regras do maoismo. Eram outros tempos, outras fés e outras obediências, mas o mesmo entusiasmo.
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