A vantagem de ser utente das Bibliotecas Municipais é poder ver sem custos pequenas maravilhas, ou ler excelentes livros. Trouxe para ver o filme "O pai foi em viagem de negócios" de Emir Kusturica, filme de 1985, vencedor do Festival de Cannes desse ano, e primeiro sucesso do realizador na altura joguslavo, agora é bósnio. Uma maravilha, que embora já conhecesse ainda nunca tinha visto. Diremos não é actual, a Joguslávia já não existe, o comunismo como se conhecia é agora uma peça arrumada no museu da História, mas as pessoas, a sua mesquinhez, a sua dor, e sobretudo as ilusões, desejos, sentimentos, rostos, olhares, disfarces, traquinices das crianças são eternas, e as "fitas" dos homens-criança sempre a cair no mesmo erro (o erro chama-se "mulheres") são intemporais e não têm credo, raça, ideologia.ou opção politica. Verdade que todos os regimes têm os seus podres, mas nenhum ultrapassou em cinismo, degenerescência e hipocrisia, o regime comunista, basta ver o que é hoje a China, para perceber quão longe se pode ir. Por isso os filmes dos antigos "paises de leste" sempre foram tão bons, pois os argumentos tinham muito que explorar, até os realizadores terem de se "pirar".
Um filme belíssimo, emocionante e divertido, que confronta o "homem novo" com os velhos hábitos do "velho homem". Se alguém puder ver que veja, não perderá o seu tempo, e é melhor que estar a ouvir debates acerca das praxes..
Sem comentários:
Enviar um comentário