quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Assustador

Entrevista de ontem de António Ramalho, Presidente das Estradas de Portugal, na SIC Noticias, para ficarmos a saber, objectivamente qual a situação das PPP Rodoviárias, e os riscos que se correm. Ora segundo o entrevistado:
1. As últimas 7 autoestradas cuja decisão foi tomada no Governo Sócrates, salvaguardados os números da altura, não têm tráfego que as possa justificar, e parece já não terem no momento da decisão, pelo que há que de imediato, como disse, "não deitar dinheiro bom em cima de dinheiro mau" e enquanto é possível, renegociar, reduzir, evitando mais este encargo inútil que não tem quem o pague, a não ser os do costume ou os filhos deles.
2. As infraestruturas já construídas têm uma dimensão "industrial" sobredimensionada. Por exemplo, existe um centro de manutenção, super equipado, em cada 100 km, com esquadras de polícias, oficinas, camas para o pessoal, escritórios, etc etc,na maioria sem qualquer uso, nem se prevê que venham a ter. Outro exemplo, os pórticos de cobrança das novas ex SCUT, custam mais de 1000 milhões de euros, quando ñós já tinhamos tecnologia de excelência na Via Verde, e que poderia ter sido usada. O número de câmaras de vigilância é excessivo, e a sua gestão é um custo insuportável.
3. Estão a auditar para saber se as compensações pagas aos concessionários são adequadas ou excessivas. Mas duma maneira ou de outra uma certeza, não se poderá pagar. O volume da dívida da empresa aos concessionários, a partir de 2014 subirá de forma astronómica e em 2020 passará dos actuais 3000 milhões para 14000 milhões, isto é, cerca de 10% do PIB. Ao pé disto o orçamento da saúde e da educação são amendoins...  escusado será dizer que é impagável.
4. Ficou ainda no ar outra ideia, não totalmente "dita". As decisões tomadas no Governo Sócrates, não só não implicaram em muitos casos qualquer pagamento inicial, remetendo toda a dívida para os outros pagarem, como terá havido pagamento dos concessionários ao Estado, com agravamento dos pagamentos posteriores, o que indica que o Estado poderá ter utilizado os concessionários para se financiar, e apresentar aqueles deficits expéctaculares, remetendo para as calendas o pagamento, quando já estivessem a estudar filosofia...
5. Durante a entrevista surgiram imagens de uma entrevista com o Secretário de Estado Paulo Campos, pai destas embrulhadas e actual deputado do PS. Dizia o sr que "não havia problema de deixar as dívidas para os filhos e netos, pois também lhes deixamos as estradas que duram muito anos". Só um pormenor, vão ter que pagar o que não decidiram construir, sujeitando-se às decisões destes iluminados pouco escrupulosos e incompetentes, e pelos vistos ainda vão pagar os deficit dos seus antepassados.
É assustador...

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