Parece que este ano o Algarve está a abarrotar. Tuda a gente que já lá tinha casa aproveita. Quem não tem aluga. Quem não aluga pede emprestado. Quem não tem a quem pedir vai para o campismo. Quem não tem tenda sai cedo do Baixo Alentejo, passa o dia na torreira, apanha com os ultravioletas e os infrvermelhos, e vem, qual lagosta cozido ao final do dia, com a lancheira vazia e o estômago cheio, as costas vermelhas o peito escalmurrado. Felizmente incluo-me no primeiro grupo. Assim, apesar da crise tira-se proveito do que está à mão. Os restaurantes queixam-se de que não há clientes, que os portugas não consomem, e prevêm encerramentos em catadupa. Na realidade já há muitos anos me interrogo como é que certos restaurantes, bares, snacks, cafés, pastelarias, e outros se mantêm abertos. Também aí a crise vai fazer o trabalho sujo, enterrar cadáveres mortos há muito tempo, sem os donos saberem.
A partir de hoje vou também seguir a carneirada. Uns dias na confusão podem afastar-me deste teclado, mas será breve a ausência.
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