No meu tempo na enfermaria, e foram duas semanas, eis que me surge um companheiro de quarto, eram três camas, e este era mesmo ao meu lado, com um poder de ressonar, quer de dia quer de noite, equivalente ao motor de um tractor, com a primeira engatada. Dormir assim, já era...
Após uma primeira noite de inferno, e não sendo humanamente possível trocar, o pessoal de enfermagem teve dó de mim, e todas as noites pelas dez horas, procuravam pelo serviço de cardiologia, uma cama desocupada para onde ía, de almofada debaixo do braço, copo de água numa mão, e porque não dizer, o urinol na outra, ocupar uma cama diferente todos os dias, rezando as orações para que não chegasse o dia em que tudo estivesse ocupado.
Dado que na nossa enfermaria uma das camas esteve sempre desocupada, mas essa não interessava, o figurão ficava com a enfermaria só para ele, mas o meu sono estava garantido. Isto só é possível porque o pessoal de enfermagem preocupa-se com as pessoas, apesar do incidente do anterior post. Verdadeiros cuidados de hotelaria, num hospital público. A minha paz de espírito agradeceu.
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