Não se trata de um cão ou um gato, muito menos do bacalhau, todos interditos nos ambientes hospitalares. O meu fiel amigo no hospital é o iPod. Isso mesmo, essa caixinha prateada, de onde jorram horas e horas de música, uma alta fidelidade portátil, onde tenho várias centenas de CD's armazenados para posterior consumo. Depois está sempre dísponível, colocam-se os "phones", e escondemo-nos dentro da cama, fingindo que estamos a dormir.
Até algum tempo, eu dizia que o melhor local para se ouvir música era o carro. Pela sensação de intimidade, e o envolvimento que nos dava, quando fazia grandes viagens sózinho. Hoje sei que no iPod é muito melhor.
Mas atenção, para mim. no hospital nem tudo dá para ser ouvido, dado o estado de debilidade em que me encontrava. Rock nem pensar !! Pop só muito ligeiro, e de preferência portugueses, como o Rui Veloso, alguma coisa do Palma, e uma descoberta que fiz no hospital, o Pedro Abrunhosa. Tinha um CD gravado que pouco tinha ouvido, mas agora descobri que para além das músicas conhecidas, estão no interior do CD outras, que nunca passam, excelentes para uma audição mais calma.
Mas o instrumento ideal para se ouvir é o piano. Desde o clássico da Maria João Pires, ao jazz do Bernando Sassetti, Pinho Vargas, Michel Petrucciani, Keith Jarrett, Bill Evans ou outros.
Ouve-se bem alguma música brasileira, a começar pela Rosa Passos, assim um João Gilberto feminino e actual, passando pelo Chico entre outros.
Ouve-se bem jazz cantado, e aí o primor é a Paula Oliveira de que tenho tudo, 4 CDs, que ouvi muitas vezes, ou a Maria Anadon. O estrangeiro ouvi a Stacey Kent, e a música francesa também ajuda, seja mesmo a Carla Bruni ou a Coralie Clement.
Obrigado iPod pela tua amizade. Aliás só dei 230 euros por ti, uma exorbitância, porque sabia que mais dia menos dia mos devolverias em prazer neste contexto sempre solitário.
Não foi por acaso que mandei inscrever na parte de trás do iPod a frase "musique du coeur".
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