Segundo uma entrevista dada pelo Dr Michel Komadja, Presidente da Sociedade Europeia de Cardiologia à revista Visão de ontem, "metade dos insuficientes cardíacos morre ao fim dos quatro anos de doença".
Dado que eu sou insuficiente cardíaco, e grave, há cerca de quatro anos, esta notícia não é muito animadora. Duas maneiras de ver, copo meio vazio, já devo a alma ao criador, e posso garantir que não lhe faltaram oportunidades de ma levar para a sua divina presença. Copo meio cheio, se isso não aconteceu é porque ainda há um desígnio que falta cumprir, estou bem medicado e protegido com o meu CDI, o que tem impedido esses desígnios e continuará a impedir.
No entanto, qualquer que seja a posição do copo, qualquer miúdo apenas com aritmética básica responderá ao seguinte problema: "Se 50% morrem até aos 4 anos, quantos ficam depois dos 8 anos?" responde o menino "Nenhum, senhor professor!!!"
Esta a parte assustadora e não permite visões optimistas, a menos que...
Aí abrem-se as janelas: uma nova molécula, a ivabradina, promete dar mais 26% de vida, aí já os 8 anos passam para 10, ou um transplante cardíaco, que te põem como novo, mas para o qual 31% dos transplantados morre, em Portugal, ao fim de um ano. Claro, para quem está a ultrapassar um risco de morte de 50%, passar para 31% seria interessante.
São equações na cabeça de quem passa boa parte do dia a moer com a sua insuficiência.
É suficiente para já...
Caro Carlos,
ResponderEliminarEstatistica, segundo dizia o meu falecido Pai, é aquela ciência, em que para dois homens, dois frangos assados, cada um come o seu.
Na realidade, um homem "limpou" os dois frangos e o outro ficou a " ganir" com fome.
Um doente cardiaco, não é só um coração doente.
Neste caso é um Carlos, teimoso, que se indignava com a morte " não fazia sentido" e que como ser humano que é, nos ultimos tempos têm tido um bocadinho de medo.
Copo quase sempre meio vazio.
E é um Carlos com uma Maria Augusta e com muitos amigos.
Se olhar bem, o copo esta muito mais que meio cheio.
bjs,
Ana
PS: Aqui que ninguem nos houve, trabalho de Prof. Dr. publicado, pretende quase sempre dar visibilidade (markting) do próprio ou arranjar propostas para financiamento de outros trabalhos.
Não diga a ninguem.Chiu!.............