Há uma questão que não tenho falado aqui, mas hoje que estou bem disposto e já vou no terceiro post, é o dia.
Tenho de referir o profissionalismo e a competência destes homens e mulheres da Unidade de Cuidados Intensivos/Intermédios de S. Marta. Numa altura em que a tendência é vilipendiar o SNS, o serviço público, esta gente arregaça as mangas e em permanência corre até à exaustão para que nenhum pedido de ajuda ou socorro fique sem resposta.
Reconheço que este serviço não está imaginado para doentes de longa duração, como é o meu caso, sou aqui caso único neste momento, mas isso não impede que, com os meios que têm, e tantas vezes são escassos, se excedam em simpatia, amizade e se desdobrem em esforços.
E aquilo que eles aturam, meu Deus... só estando aqui se pode ter ume noção do estado de certos doentes, e do seu comportamento, exigência que roça a má educação (talvez por descompensação, desorientação), mas que não os faz perder a cabeça.
Não imagino certos enfermeiros de outros hospitais que conheci sobreviverem a uma semana aqui, tal o ritmo. E que grande coração é preciso. Já ouve vários óbitos, outos doentes com urgências imediatas (eu próprio...)
Mas para não dizer só bem, há algo que bem podiam melhorar, o ruído. Sei que são quase todos muito jovens, mas por vezes excedem o neccessário, e tornam a unidade insurdecedora, a que só os meus tampões de ouvidos, que coloco com frequência, vão resistindo como podem. Aqui poderíamos dizer que para o doente o silêncio é de ouro, mas para estes grandes profissionais é apenas de lata.
Obrigado a todos eles.
Caro Amigo Carlos,
ResponderEliminarEsses profissionais têm que ler este Post.
Será uma alegria para eles.
Ainda bem que alguem se lembra de os elogiar, pq nem todos apreciam e mto menos verbalizam.
Há muito bons profissionais de saúde em Portugal, como tambem noutras profições, mas as boas noticias não vendem.
Estamos no pais do Fado, e só a desgraça, preferencialmente alheia, vende jornais.
Tem que se dizer mal.
O copo está sempre meio vazio.
Considere o barulho deles, como musica, chilrear de passaros, alegria.
Um abraço,
An
PS: Hoje deu-me mto trabalho ( 4 comentários).
Amanhã quero mais.
Olá Carlos, tudo em ordem, muito bem!
ResponderEliminarQue chatice esse barulho... talvez possa falar com eles e pedir um pouquinho de silêncio.
Curioso, quando estive aí, achei tudo tão silencioso... mas também o meu dia-a-dia é uma barafunda constante.
Beijinhos fortes!
Cláudia
O ruído passa-se sobretudo nos inevitáveis momentos de urgência, quando alguém está entre a vida e a morte, mas também durante as suas refeições, telemóveis nos corredores, ou quando chamam ajuda dumas enfermarias para as outras. Isto quando no meio de silêncio arrepia. Mas já tenho solução: os meus tampões de piscina, que são estanques. Têm apenas um pequeno defeito, salienam os nossos ruídos interiores, que para um doente, não são menos incomodativos...
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