Seria inevitável. Sem querer ser mais um "suposto" comentador, as imagens que temos recebido das manifestações na Tunísia, e mais grave no Egipto, têm impressionado o mundo, por aquilo que uma multidão é capaz de fazer, para se livrar dos "cleptoregimes" que os governam. E é muito pouco o que faz passar da paz dos cemitérios aos grandes confrontos. Porque tudo está latente, o "virus" da revolta está há anos instalado. Regimes que duram dezenas de anos, onde o total compadrio, diria mesmo roubo, está instalado, e aceites como "um mal menor", pelo Ocidente, como tampão contra o islamismo mais radical, estão agora a ser descartados. Mas temo bem o que pode vir depois.
Estes acontecimentos, fazem-me recordar, como a luta de um homem isolado contra adversidade e a morte, noutra dimensão, tem algo de desesperadamente comum. O homem e estas multidões lutam pela sua sobrevivência individual ou colectiva, no fundo, como se multiplicasse por milhões. Também o homem, atira pedras a si mesmo, batalha para si livrar dos seus "ditadores", que são os desânimos, os desesperos, e as ideias feitas, o desacreditar. E as armas, não sendo facas, pedras, ou fisgas, são queixas, são gritos de dor ou expressões de sofrimento.
Aqueles povos não querem aquilo que se passa, apenas o sofrimento tem limites, contra a opulência e o nepotismo sem limites.
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