Lembram-se de um filme em que se fez um teste pondo alguém a comer fast food durante um mês (ou mais) para ver o que acontecia, pois a minha experiência aqui é parecida.
O local onde estou é uma enfermaria com três camas. A novidade aqui é que tem um pequeno LCD, na parede, para entreter os doentes. Alguém que esteve aqui muito tempo mandou pôr, e cá ficou. Estando na cama do meio, está mesmo na minha frente. Dado a minha pouca mobilidade actual, passo muito tempo aqui, na cama e num sofá onde me sento com as pernas em posição elevada.
Entretanto um dos companheiros apossa-se do comando, não o larga, e eis-me desde o meio da manhã até cerca cas 11 da noite, com a televisão em frente, e o canal preferido do nosso amigo sempre a debitar, a TVI... Então é um bombardeamento de lixo. programas da desgraçadinha, noticias fantásticas, todas as novelas, e o melhor que consegui foi que o som se baixasse, e que se desligasse após a ceia, que vem pelas 23 horas. Quer se esteja a ver ou não, tem de estar ligada, uma presença permanente, como se o acto de a desligar fosse "desperdiçar" algo. É a ditadura dos media, do som e do ruído, como se não pudessemos dispensá-lo.
Ao fim de um mês, como no filme, vamos ver qual o efeito, se engordo, se fico com pintas azuis, ou com icterícia. Para já certo, certo, fico com uma enorme dor de cabeça e uma sensação de ser violentado.
Eis como uma boa ideia, se torna num tormento.
Bom, depois desse domingo de aventuras com cenas de ambulância à hollywood em plena ponte sobre o tejo (houvesse cineastas com veia para a acção e qual 7 balas para selma qual quê), é claro que tamanha azáfama se paga com dose gigante de tvi para a populaça deprimida e dependente. Então para te libertar desse jugo, aqui vai um pequeno contributo audiovisualesco de mote algo diferente:
ResponderEliminarhttp://tv1.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=21175&e_id&c_id=8&dif=tv