terça-feira, 1 de março de 2011

O coração anima as pernas complicam

Este é o caso que se está aqui a passar. Depois do transplante, tem-se visto que não tenho pernas para carregar a nova "máquina". Já estou de regresso aqui há 17 dias, e andar ainda é um problema. Nas semanas após transplante estava a andar melhor que agora. A flebite numa das pernas, e a infecção e oclusão na outra, deitaram-me abaixo e está a ser dificil reencontrar caminhos que já tinham sido percorridos. Mas não me derrubam assim.

Os tratamentos feitos têm dado solução, mas tudo é muito lento, e a passagem por este local, uma tormenta por muitas razões. Desde logo por essa lentidão em que a evolução é quase imperceptível, depois pela dependência física, mental, emocional, de ritmo, de tempo, de espaço que aqui se sente, sem espaço nem tempo para criar as minhas rotinas vitais, que me estão retiradas. Apenas penso numa coisa: voltar para casa.

Mas será, como me encontro que é sustentável estar em casa ?

Eu sabia que tudo ía ser sinuoso, e ainda vai ser por muitos meses, mas custa a gente a habituar-se.

2 comentários:

  1. Tenho a certeza que não te derrubam assim tão facilmente. E para combateres flebites, oclusões e ou tras contusões, nada melhor do que este Miles, pós-cascais-71:
    http://atirateaomar.blogspot.com/2011/02/miles-davis-electric-73.html
    Bom, e então para cilindrar a ranhice das tvis e das sic(k)tvs, não te digo nada.

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  2. Já vi e ouvi no teu blog. Vem ainda o cheiro a poeira de cimento do Pavilhão inacabado, e o impacto daquele palco e dos que de lá nos estimularam, a começar pelo Miles, o Haden, o Keith Jarrett e os outros.
    Obrigado por me recordares aqui que esses bons ares faltam...

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