terça-feira, 8 de março de 2011

A casa

Após tantos dias de perda de privacidade, autonomia e espaço próprio, vital para mim, estou de novo em casa. Dia de Carnaval, chuvoso e frio, como costumam ser por aqui. Aqui não é Brasil, contráriamente ao que muitos pensam nesta época.

O dia foi para integração, habituação a espaços e ritmos, daí ter passado algum tempo apenas a comtemplar os livros, os CD, as paredes, sem nada para preencher esse tempo que não fosse o silêncio, e o sentir deste novo respirar. E respirar em casa é tão bom, longe dos odores, meio assépticos, meio pestilentos de um hospital.

Retomei assim estas rotinas, e da minha janela agora vê-se o verde profundo do Alentejo, a "borregada" a pastar, os sobreiros de um verde muito escuro sobre a cor da paisagem.

Tudo isto após aqueles dias necessários, mas tenebrosos, que não mais passavam. Venho mais frágil, o andar complica-se, mas sinto outra capacidade de recuperação. E fisicamente as pernas agora estão mais controladas pois os problemas estão agora com soluções terapêuticas que, parece, surtem efeito.

Mas só o efeito casa parece ser metade da melhoria.

3 comentários:

  1. Agora, o Carlos pertence a um grupo priveligiado! Ao grupo das pessoas que valorizam os detalhes da vida que realmente têm valor. Ao grupo das pessoas que saboreiam e aproveitam cada dia de uma forma especial.

    A meu ver, não se trata de viver desenfreadamente, consciente que a cada dia que passa estamos mais próximos do fim - não é bem isso; É apenas saborear cada momento, cada paisagem, cada brisa, consciente do milagre e do privilégio que é poder fazê-lo.

    Tudo é precioso, e a vida é uma dádiva!

    Ao longo do nosso percurso, por vezes (vezes demais), afundamo-nos em temas que não têm a mínima importância, e a nossa vida, bem espremida, não sai nada de valor!

    fui clara? Não é fácil ser clara nestes temas.

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  2. Entendo bem a tua mensagem sobretudo depois da visita de ontem que nos vimos, e viste a minha disposição e as marcas do que passei no meu corpo, mas também as marcas do que ganhei na minha voz e na minha cara. Os miúdos estão tão bonitos...

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  3. Fiquei tão contente em vê-lo!
    Eles são realmente bonitos, acho que não é só por serem meus filhos. Vou mandar uma foto grande deles para si! Prenda! Beijinhos

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