A primeira batalha foi mesmo ganha. Todos os perigos e riscos que na véspera despontavam no horizonte (quer dizer nesta cabeça atribulada...) afinal não passavam de "moinhos de ventos". Depois de algumas pequenas escaramuças, que começaram na viagem de madrugada e ataques de filas de trânsito no Fogueteiro, ultrapassados com perícia pelo bombeiro que nos trouxe, com manobras de duvidosa legalidade... e chegado ao local da batalha, fui logo atacado para recolha de sangue, nada que não se resolvesse, com duas ou três picadelas e alguns ais !!!
Depois passámos a outros meios mais pesados, mas menos penosos: raio x, electrocardiograma, ecocardiograma. Como viram que não cedia, a partir daí trataram-me como um príncipe. Instalaram-me em cadeira de suma-a-pau no refeitório, e lá passei a manhã toda, esperando o desfile das diversas armas. Safei-me pois foram dando comidinha, o que em teatro de operações não é normal. As "consultas" iam sendo dadas por ali mesmo, incluindo a dos diabetes, minha nova "coqueluxe", isto porque a sala para o efeito não estava "available"...
No final da manhã a guerra terminou com uma refeição, no mesmo local, cheio de outros pacientes, e eu, que ainda não aprendi como se come com uma máscara, que tapa o nariz e a boca ao mesmo tempo, lá tive de a retirar, coisa que me tinha sido dito que em hospital "jamais", e comer a minha comidinha, no meio das bactérias, sem máscara, não me consta que elas a tivessem posto... se calhar era aí que queriam que me fosse abaixo.
Se era isso que queriam, devo dizer que tudo afinal parece bem, o coração funciona como relógio suiço, as análises estavam impecáveis, e os restantes exames não indicavam qualquer sinal inesperado. Não há sinal de qualquer rejeição, infecção, contaminação ou outra situação indesejável, o "meu médico", ficou muito contente com a situação. Afinal a primeira batalha correu bem para todos, sobretudo para mim, e quinta feira próxima repete a dose.
Como compensação ofereceram cinco garrafas de água para o caminho, para o transplantado, e os outros utentes a beberem baldes da torneira...
Os piores fantasmas, afinal verdadeiros "moinhos de vento", desta cabeça de "charroco", ficaram desde já pelo caminho. Uff...
Caro Amigo Carlos,
ResponderEliminarCá me parece que nesta Guerra, as Batalhas vão ser ganhas , uma a uma e que o exito vai ser total.
E que só lhe falta arranjar uma mascara para os "bichinhos" que de vez enquando lhe "atacam" o seu imaginário.
Para as bactérias não vale a pena. Elas têm medo de si.
Um Abraço,
Ana