quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
Os Malaquias
Esta foi a obra de Andrea del Fuego, brasileira, a quem foi atribuído o prémio Saramago de 2011. Recordo que este prémio, que comemora a "nobelização" de Saramago, é atribuido a escritores com menos de 35 anos, vale 25 mil euros, atribuido de 2 em 2 anos, e já foi ganho, entre outros, por José Luis Peixoto, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe e João Tordo, escritores que a partir daí lançaram carreiras literárias bem sucedidas, que aliam a um grande talento literário. Tenho por hábito ler as obras destes premiados. O último prémio foi atribuido exactamente a este livro de Andrea del Fuego, e reconheço que neste caso me senti algo desludido. Trata-se de uma obra de geração, 3 filhos de um casal do meio rural que foi morto por um raio em casa, deixando filhos menores, num processo de penosa sobrevivência. A partir daí constrói-se um enredo que entra pelo caminho do chamado "realismo fantástico" tipico da Sul América, de que Garcia Marques é expoente, mas que para mim torna a "história" quase incompreensível. Construido por muitos pequenos capítulos, cuja ligação ou lógica me escapou em muitos casos, acresce a uma utilização da linguagem do sertão, para mim quase ininteligivel. Este "brasileiro" está muito para além do "acordo ortográfico" e como versão da língua portuguesa, não colhe. Ela pode escrever nessa língua, mas eu posso não perceber nada. Defeito meu ? talvez...
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