Nesta semana deu-se o encerramento da Virgin Megastore nos Campos Elísios em Paris. Para quem não sabe ou não se lembra, a Virgin é uma grande cadeia de venda de produtos culturais, tipo FNAC, originalmente criada pelo multimilionário inglês Richard Branson. Hoje já não lhe pertence, e estava nas mãos de um fundo pertencente a Walter Butler, um arrivista francês que compra empresas quase falidas ao preço da chuva e as procura recuperar e revender por valores especulativos, ou caso não as recupere fecha a porta à chave e manda tudo para a rua, ficando alguém com a função de apanhar os cacos, geralmente o Estado.
Acontece que a esta loja me ligam muitos laços, pelos bons momentos que lá passei, final dos anos 80 e anos 90, era o meu local de culto, onde tudo se podia encontrar, ler, ouvir, comprar, quase impossível não encontrar livro, CD, DVD, que era o que mais me interessava., sobretudo CD's. Sempre que ía a Paris, e ía muitas vezes no ano, a noite era passada por lá, pesquisando nas prateleiras, vendo coisas novas e velhas, todos os estilos de música, muita leitura, observando as pessoas que compravam por vezes dezenas de CD's, numa altura em que a pirataria ainda não imperava, ouvindo coisas que não encontrava por cá. Mais tarde abriu em Lisboa, mas aqui há muito fechou.
Hoje percebe-se que seja diferente, pensa-se que a música nasce nas árvores e podemos colher sem pagar, com os resultados que se vêm. É assim que pouco a pouco, se não se tomarem medidas a indústria e comercio de música não vai sobreviver, e os artistas não me parece que tenham condições para viver só do contacto directo com os consumidores.
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