segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Crónicas da América


Como prometido, e após ter concluído a leitura do livro do Luis Mira, vou deixar aqui algumas impressões.

Claro, tendo em conta o meu estado actual, a leitura destas crónicas fez-me voar daqui para locais distantes, por alguns momentos a cama, o cadeirão ficou para trás, e a minha mente fixou-se no parabrisas do "pequeno Chevrolet vermelho", a percorrer aquelas estradas intermináveis.

O livro, embora feito para "small circle of friends", apresentou-se-me como uma obra em capítulos, onde as memórias do Luis, a sua investigação prévia, as leituras que faz dos locais, a relação que estabelece com os grandes momentos da História, das grandes recordações de cinéfilo "obsessivo", e de apreciador da música americana, que faz sentido no seu conjunto.

O humor que lhe coloca, a linguagem coloquial, as referencias pessoais de falsa "autocomiseração" deram-me a sensação de que alguém no livro falava comigo.

Para além de um circuito de espaços, música e cinema, temos também um circuito gastronómico que vem a propósito. Assim bebemos com ele o rosé fresco ou o Pinot Noir do FF Coppola, comemos o "Steak and Lobster", comemos no Scomas's, jantamos com o Steinbeck ou petiscamos as ostras com luva de pedreiro (a propósito contarei noutro post uma história que o Luis Mira me vai perdoar). Tudo isto sem pagar um centimo...

Afinal também já fui dos america-cépticos, mas sempre apreciei a forma como a sua arte mais popular é capaz de romper, de se pôr em causa, trazer a lume as causas mais incómodas, e isso agrada-me muito.Não sou cinéfilo, mas gosto de muitos dos filmes que refere, e a música de que fala também me entusiasmou, e ainda hoje me dá gratas recordações.

No entanto não se desculpa, dizer mal do seu próprio clube, o Sporting, usar a palavra "peida" que é deselegante e o pior, não ter incluído um mapa que ajudasse o leitor a seguir o trajecto, por mais sinuoso que fosse, mas isso fica para a segunda edição.

Obrigado Luis por partilhares estas memórias

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