Ontem falhei aqui pois foi um dia de neuras.
Aqui neste local de pousio ando a mando de todas as autoridades, a vontade própria fica abalada, cumprimos os horários que os outros nos determinam, acordamos quando entram porta adentro, o almoço tanto pode vir ao meio dia e meio, como às duas da tarde, vamos a exames quando nos arrastam, seja a que horas for. Tantos meses neste regime que o poeta O'Neil (saudades...) chamou de "voluntariato compulsivo", isto é, tudo isto é feito "porque nós queremos que seja feito assim".
Percebo agora porque diz o povo "Mal por mal antes na prisão que no hospital". Só que na prisão não se fazem transplantes cardíacos, pequeno detalhe.
Mas há um momento em que uma revolta interior vem, em que não se suporta a pressão de não respeitarem o nosso tempo, a nossa pressão, até o nosso cansaço. E aí tudo mexe dentro de nós, ontem cheguei a tal estado de stress, dado o abuso, tremia por dentro. Além disso ser seguido a uma noite muito mal dormida. A cabeça não estava para posts, nem para nada, só mesmo para a almofada, muito antes da hora normal.
Deixemos isso, tem dias.
Hoje novo dia, sinto algumas melhorias no humor e no resto, e parti para novo dia. E tive logo uma surpresa, enquanto de manhã tentava dar os meus passos sozinho no corredor, ainda meio trôpego, aquilo a que chamo "fazer corredores", espreitei ali da janela do refeitório, onde não vou normalmente, e eis que vejo o sol aberto em todo o seu esplendor. Juro, não via sol assim, nem de maneira alguma dese 29 de Setembro de 2010, dia em que entrei aqui, pois como já aqui disso todas as janelas são forradas com película. Não sei se é para não ver se é para não ser visto!
PS: a imagem dá uma ideia do local onde "faço corredores" embora em versão mais moderna, pois aqui tudo é velho. Comparar com a luz do sol vivo para sentir a diferença.
Sem comentários:
Enviar um comentário