O ver chegar ao fim este "cativeiro", está a gerar um impacto que desconhecia. Agora surgem as dúvidas. Esta noite praticamente não dormi, cada vez que me surgia uma dúvida levantava-me e ía tomar nota para perguntar ao médico, hoje durante o dia. Listei 20 e tal perguntas, desde o uso de máscaras, a saber se posso beber café com leite, ou se ele pensa que no próximo Verão já posso comer sardinhas assadas.
Sinto-me tremer por dentro (um dos medicamentos provoca esse efeito), sinto o estômago como se tivesse levado um grande murro. Começo a perceber aqueles que quando soltos, não sabem que sentido tomar.prisioneiros
Fiz listas de coisas que me podem faltar em casa, lista de material da farmácia, lista para o supermercado, de coisas que não é habitual ter em casa, lista de material a trazer, e a tal lista de perguntas para o meu médico, que respondeu a todas, como seu hábito, com um sim ou um não !
Parece que a minha cabeça antevê coisas, que talvez nem ocorram, até porque que as minhas listas partem do princípio de que irei para casa replicar esta vida de hospital, que vivo há quatro meses, o que não será seguramente o caso.
À medida que as horas passam, a ansiedade aumenta, e as certezas seguidas de incertezas não cessam de aumentar. Acabei o dia lendo um pouco, o que me acalmou; aliás acabei de terminar a leitura do "Livro" do José Luis Peixoto. Hei-de falar dele aqui, mas mais tarde.
As crónicas hospitalares estão a acabar, e passarão a ser outras crónicas, outras impressões, outras vivências.
Que momento tão estranho na minha vida !
Olá Carlos
ResponderEliminarComo entendo esse estado de alma! São de facto momentos estranhos que antecedem a alegria "do regresso"... Que tudo seja bom, que o Alentejo esteja quentinho para te acolher e abraçar , bem como a Maria Augusta.
Até breve e um beijinho
Alice
Obrigado pelas tuas palavras. Tudo isto está a mexer comigo e de que maneira. Penso que é outra cabeça e certamente outro corpo que regressa.
ResponderEliminarAqui estarão sempre notícias.
Um abraço