quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Agustina

Não sou ninguém para falar desta Mulher, a maior escritora viva da língua potuguesa. Fez 90 anos a 15 de Outubro, data em que não estava com acesso ao blog. Apenas essa referência me move. A par de Manoel de Oliveira é um exemplo de longevidade criativa, e logo os dois que têm tanto de comum, sendo que o cineasta fez diversos filmes baseados na sua obra, nomeadamente "Vale Abraão" para mim o seu melhor e mais "digerível" que realizou, e talvez um dos maiores do cinema português. Apresentam o Norte no seu melhor, a mim sulista inveterado, provocam-me o maior apreço pela coragem, talento e honestidade dos percursos artisticos. Li pouco de Agustina, apenas a "Sibila" e "Fanny Owen", dela existem muitas ideias pré concebidas, uma das quais a de que é uma pessoa de orientação política de direita. Não sei nem me interessa. O que interessa é que do pouco que li, escreve o português mais belo que jamais li, e traduz a alma humana de um forma tão profunda que nos deixa marca. Não sei se pode, mas se puder que continue a produzir a sua extensa obra, e que ela seja mais conhecida dos portugueses, pois no ensino dá-me ideia de ser muito pouco referenciada. Nós somos tão bons a desprezar os nossos maiores talentos ... e o complexo Agustina é assim uma espécie de complexo Saramago, mas ao contrário.

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