Ontem manifestação em Beja, autarcas, empresários, população em geral, buzinão a favor da construção do IP8 e do arranjo do IP2, pois "Beja é das poucas capitais de distrito sem acesso a auto estrada", diria que talvez a "unica".
Vamos por partes. Quem foi que disse que todas as capitais de distrito têm de ser servidas por uma auto estrada ? O que devem ter é boas acessibilidades, auto estrada ou outra. Ora é manifesto que os acessos a Beja são péssimos, e eu sei bem do que falo. Várias vezes tive de me deslocar do hospital de Beja a Lisboa em ambulância, e não vos digo nem vos conto a experiência, dado o estado miserável da estrada que liga Beja à A2, com raízes das arvores a migrarem para debaixo do alcatrão e a fazerem enorme lombas. Agora não se poderia fazer uma boa estrada nacional, bem dimensionada e com bom piso? Custaria um décimo de uma AE e já estava feita. O embuste do aeroporto de Beja, e a tal teoria da capital de distrito, juntando a megalomania de Sócrates levaram a que agora não exista nada. Depois ainda pior, as obras iniciaram-se e gastaram-se 35 milhões em obras incompreensíveis. No IP2, que liga Évora, Beja, Castro Verde e A2, meia dúzia de enormes viadutos foram construídos, que ligam nada a coisa nenhuma, dando origem a nós que não servem para nada, nem para os borregos atravessarem, em Albernoa, Trindade, Penedo Gordo entre outros, destruiram a piso do IP2 nesses locais, onde as obras entretanto pararam e agora incomodam e são risco de segurança, sobretudo de noite e não se vislumbra quando se concluam pois a Tecnovia não consegue financiamento e o Estado fechou a torneira. Em resumo, as ilusões e o logro em que caímos, agora paga-se com juros. A ambição da AE leva agora a quase só ter caminhos de cabras. Entretanto a planicie alentejana está rasgada com grandes estradões, restos mortais de mais um projecto gorado do socratismo. Triste destino...
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