domingo, 31 de agosto de 2014

Noruega, destino improvável 6

Partida em Flam
Um fjord é um vale em forma de U, com paredes verticais de muitas centenas de metros, sendo na Noruega invadido por mar, a profundidade é equivalente à altura das paredes, muito profunda então. Fazem um rendilhado na costa com braços multiplos que se estendem em muitas dezenas de quilómetros para o interior. Flam, onde nos encontramos, encontra-se no interior final do Sognefjord, um dos dois grandes fjords junto a Bergen, e vamos iniciar um trajecto que nos levará ao mar, e pelo mar navegaremos pelos canais entre pequenas ilhas até ao porto de Bergen.
Uma escuridão onde a luminosidade mal penetra
A viagem demora cerca de seis horas, das 15h30 até depois das 21 horas, num catamaran de dois andares, que faz transporte público, mas também leva os turistas, cerca de dois terços são mesmo turistas. A duração da viagem deriva do facto de atracar em 9 localidades ribeirinhas atá Bergen, onde entram e saem pessoas e mercadorias, pois muitas dessas localidades são apenas acessíveis por barco. Os fjords têm muito pouca terra firme até às paredes, de 0 até 500m, mas estas zonas são habitadas e nelas se cultiva verduras, horticolas e até vinha e pomares de fruta. Os campos são cuidadosamente cobertos com panos que são colocados e retirados em função do tempo, mas até no Inverno a agricultura é possivel e pelos vistos florescente.. Após a partida entramos num vale profundo e escuro, pois as paredes não deixam quase penetrar a luz do sol e durante os primeiros quilómetros é assim, maravilhoso, encontramos muitos braços mas o piloto lá se orienta no caminho certo, pois a mim parece tudo igual, como num escuro labirinto, até que o fjord alarga para talvez mais de 1000m de largura e a luminosidade entra de frente, quebrando essa escuridão azulada. O barco passa por outros em sentido contrário e a sensação da nossa pequenez face aquela paisagem gigantesca é esmagadora. Surge uma pequena localidade  e o barco aponta para ela, que se aproxima, vemos pequenas estalagens, muitas casas, pessoas, e o pontão de atracagem, onde se faz a primeira paragem. Estamos em Aurland.
Aurland, primeira paragem
Entram pessoas, saem mercadorias, bidons, pequenos contentores, e percebe-se que alguns comerciantes vêm buscar encomendas.A paragem é curta, apenas alguns minutos, e de novo nos fazemos ao mar, pois lá ao fundo num outro braço para onde o barco se dirige já se distingue outra localidade, Leikanger, onde ao aproximar se distingue um grande hotel constituido por vários edificios não muito grandes. A bordo instala-se a tradicional máquina de cachorrros, onde as salsichas rolam sobre rolos, e são servidas dentro de um pão perfurado. Na Noruega encontramos estas bancas por todo o lado. Os passageiros fazem fila para os cachorros. Novas localidades se seguem, percebendo-se que muitas vezes o barco volta a trás para entrar num outro braço do fjord, pois tem uma localidade de paragem que não fica no alinhamento. Tudo transpira calma e equilibrio, e o final da tarde de Agosto aproxima-se o que dá uma luminosidade que tudo cobre. As águas essas são azuis muitos escuras devida à profundidade.
Balestrand, mais uma paragem
Segue-se Balestrand, Vik, Nordeide, Lavik, Rysjedalsvika, Solleibotn, Vardetange, entre outras de nomes estranhos. As margens agora são mais baixas, até percebermos que já estamos em mar aberto, embora protegidos por ilhas rasas que começamos a contornar.
Atracagem do catamaran em Rysjedalsvika
A noite já caiu, pelo que a terra já só se distingue pelas luzinhas sinalizadoras, pois a nevegação é confusa, para nós que não conhecemos, e ao fundo  distingue-se a claridade de Bergen, onde se chega depois das 21h00, onde o barco atraca finalmente. Saimos e a fome de um dia pleno aperta. Comemos alguma coisa nos bares do porto, que são muitos e nas esplanadas, cheias em todos os bares.
As espalanadas do porto de Bergen
A temperatura não recomendaria a esplanada mas nada que não se resolva, pois todas as cadeiras têm uma manta que os clientes colocam nas pernas ou nas costas mediante o frio que sintam, e fica-se na esplanada a ver os edidficios tipicos do porto, iluminados. Grande dia.

Welcame to holidays

A joaninha aterrou para umas férias e aproveitei mais uma pedra para representar tal facto digno de nota ou registo. Agora "catch me if you want".

sábado, 30 de agosto de 2014

Embustes

Nada que provoque mais conversa e polémica que os números do desemprego. Boa conversa para quem está empregado ou usufrui de uma pensão ou reforma, é o meu caso. Pois como se dizia, "para quem está desempregado a taxa é 100%". Agora a taxa quanto menor for melhor, ponto final, É estúpido estar a desvalorizar, dizendo que houve emigração, que as pessoas desistem de procurar emprego ou que são apenas estágios ou empregos pagos pelo Estado. Quando a taxa era 18% era igual, existiam os mesmos constrangimentos sociais. Agora, que Jerónimo diga o que diz, até aceito, Sempre foi a posição do Partido, Agora Seguro quando fala dos estágios, da formação, dos empregos apoiados pelo Estado é puro embuste. Todos os Governos fizeram sempre o mesmo, e Seguro se for PM assim fará. Detesto estes políticos que dizem o que as pessoas gostam de ouvir, e quando governam fazem o que todos também fazem. Deixem-se de polémicas sem interesse e promovam emprego.

Noruega, destino improvável 5

Estação de Myrdal e comboio para Flam
Deixemos a decepção para mais tarde e vamos atacar um dos melhores percursos feitos. Tinha comprado um voucher que inclui um trajecto de comboio, Bergen a Myrdal, igual ao do dia anterior mas em sentido contrário, um trajecto de comboio Myrdal a Flam, e um trajecto de barco, Flam a Bergen. Assim na hora marcada apanhou-se o comboio na estação de Bergen e de novo subimos até aos 860m de altitude em Myrdal. O comboio era o que retornava a Oslo. Em Myrdal já estava estacionado outro comboio, e mais de metade dos viajantes fizeram o mesmo que nós, sairam e tomaram o novo comboio que nos era anunciado como "o mais alto do mundo", isto porque iamos descer os mesmos 860 m mas num percurso de cerca de 20 km, com desnivel maximo de 5,5% !!!
O comboio inicia a descida e prepara-se para descer 860m em 20 km
Para o fazer a composição dispunha de duas locomotivas, uma à frente outra à ré, uma puxava a outra travava !!!,o desnivel era tal que alguns dos tuneis se sobrepunham aos outros como numa espiral (existem 12 tuneis) , sempre em baixa velocidade, Apercebemo-nos que estavamos a descer a vertente de um fjord, o Sognefjord, a paisagem era deslumbrante, verde, floresta e quedas de água sempre à beira do vale de Flamsdalen.
Vale de Flamsdalen visto do comboio
Após uns minutos de percurso o comboio parou na linha numa descida muito inclinada. Vimos os passageiros a descerem para a linha, e percebemos o espectáculo, numa ponte passava a torrente de uma queda de água, e no meio do nevoeiro em cima de uma enorme rocha uma cantora cantava para nós, canções tipo Enya, misteriosas e belas, o que criava uma ambiencia de maravilha.
No meio da bruma uma cantora cantava para nós
Terminada esta pausa, fomos avisados para voltar a bordo, e o comboio retomou a sua marcha sempre em plano inclinado até se chegara Flam, junto ao mar mas no fundo do fjord. Entretanto nas 10 estações intermédias habitantes aproveitavam o comboio que não era puramente turistico, para as suas deslocações. Flam era uma pequena vilória, tudo em madeira, e percebemos pelo pequeno museu ferroviáriao lá existente que foi criada para albergar os construtores de tão exótica linha ferroviária que apresentava o maior desnível em todo o mundo.A construção começou em 1924 e foi inaugurada em 1940.
Flam, estação ferroviária e embarcadouro
Flam era também um embarcadouro para barcos de recreio e catamarans que faziam o retorno a Bergen por água, demorando a viagem cerca de seis horas de barco o que iriamos fazer depois de almoço. Por coincidência estava na água no meio da baia o paquete Funchal, na altura ainda ao serviço de operadores da Noruega. De Flam, ao olhar para a direita ou esquerda só se viam arribas verticais de muitas centenas de metros de altura e nós tão pequeninos lá no fundo. Dizem que este é o terceiro lugar mais visitado da Noruega, e para mim é inesquecível. Apesar disso vive-se ali uma imensa calma, os serviços são disponiveis sem exageros, e enquanto esperamos o barco, comemos e visitamos nucleos museológicos que mostram fotos da obras, e recriam a escola, a bomba de gasolina e outras instalações recuperadas da época da construção. Dali só se sai de barco ou comboio. Após a visita chega o catamaran para Bergen e tomamos lugar a bordo para mais uma longa viagem pelo fjord até entrarmos no mar e regressar. Fica para a próxima.

Mother Fish

Vindo directamente da Zambujeira do Mar, Mother Fish e o seu azougado filhote saltaram para a minha bancada sem pedir licença. Foi tomando forma e de repente apareceu no seu esplendor. Uma incursão pelo meu mundo infantil um delírio da pobre imaginação. Pedrinha a pedrinha vamos enchendo o saco da cor e dos detalhes uns inventados outros copiados. Nada é verdadeiramente original, mas como dizia alguèm "precisamos de ideias boas e originais, o problema é que as originais não são boas e as boas ... não são originais". Esta é boa e original...

Engalanada

Este fim de semana Garvão tem festas. A vila já está enfeitada e preparada para as festas e esta manhã era este o aspecto das ruas.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Noruega, destino improvável 4

Cidade de Bergen
Quem olha no mapa terá a mesma reação que eu tive, a distância entre Oslo e Bergen parece curta em linha recta, são apenas 304 km, pelo que não se imagina uma viagem de 7 horas de comboio, com algumas paragens. A razão está na altitude, pelo que para seguir o percurso entre estas duas cidades costeiras, há que ultrapassar diversos fjords, e tal não pode ser feito na cota do mar pois não há espaço, e as margens dos fjords chegam a ter desniveis de mais de mil metros a pique. Assim o comboio tem de subir até 1380 metros de altitude, e voltar a descer até ao mar em Bergen o que proporciona ao viajante uma sensação extraordinária, temos a clara noção da subida e sobretudo das descidas que são alucinantes, sentimos a inclinação e o esforço de travagem. Das 19 estações de percurso mais de metade estão acima dos 1000 metros e são pequenas localidades de cerca de 1000 habitantes, cheias de estancias de inverno, e em pleno verão podemos ver glaciares e restos de neve apesar da temperatura ser amena. Nas paragens o comboio demora sempre algum tempo para podermos sair um pouco e fotografar. Existe sempre muita gente a entrar e sair e no comboio vão bicicletas, e muita gente equipada a rigor para alta montanmha. Em muitos troços da linha, sobretudo em zonas muito desniveladas, a linha está protegida por tuneis de madeira para proteger das avalanches de neve. As estações nessas zonas estão construidas em madeira. O comboio teria uma dúzia de carruagens , com linha electrificada, e o conforto era aceitável, e em todas as estações muita gente, o que afasta a ideia de um país desertificado.
Estação de Nesbyen (1300 m)
Assim saimos pelas 10h30, e passadas os suburbios de Oslo, inicia-se uma lenta subida, e ao fim de cerca de 100 km de percurso estamos en Nesbyen, a 1300 m de altitude. A partir daí mantemos durante mais de 100 km a altitude media de 1000m, com sucessivos desniveis, e uma paisagem de montanha verde,mas sem arvores, observando sempre montanhas com residuos de neve até Myrdal, nos 860 m, a estrela da companhia onde está o caminho de ferro mais alto do mundo, de que falarei mais tarde.
Estação de Myrdal (860 m)
A partir daí iniciamos a descida, as florestas reaparecem. e em cerca de 50 km descemos dos 860 m até ao nivel do mar em Voss. A partir de Voss até Bergen percorremos a margem do fjord, e o percurso é plano, no final entramos num longo tunel que nos leva praticamente até à estação de Bergen, onde chegamos de alma cheia cerca das 18 horas.
Voss
Bergen é uma cidade portuária, de microclima quente, pois está protegida pelas margens do fjord. Foi aí que houve uma pequena decepção mas fica para a próxima...

Á vista

Na passada semana os meninos e meninas foram até ao Largo da Matriz de Garvão para desenhar nos seus "caderninhos" e velha matriz, agora renovada e com aspecto mais jovial. Uma manhã diferente, sentados na sombra das árvores desenharam a matriz e alguns pintaram com lápis de aguarela, E ficou o resultado no fim de semana das festas da vila, homenageia-se o património, ficam aqui alguns exemplos dos trabalhos feitos. Alguns estão muito bem e representam com realidade a velha matriz.

Habilidade

Hoje no ATL meninas e meninos "atiraram-se às pedras". Mostraram assim as suas habilidades, alguns com umas ajudinhas suplementares, mas tudo bem.  As suas mãozinhas conseguiram dar conta dos detalhes que estes trabalhos exigem, e muito concentrados lá chegaram a um resultado que para iniciados é engraçado. Mais um material qie se experimenta e mais um contacto com as pedras que também fazem arte. Ficam alguns exemplos dos trabalhos feitos em cerca de 2 horas.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Ideal

Foi hoje inaugurada uma nova sala de cinema em Lisboa, o cinema Ideal, que recupera uma tradicional e popular sala de cinema de Lisboa, o que para mim que adoro cinema, é uma grande noticia, apesar de não sentir capacidade para alguma vez lá ir, coisa que gostaria muito. Nestes tempos dificeis, nem quero acreditar como alguém arrisca meio milhão de euros, num negócio na cultura em Portugal. Nem o Estado o faria quanto mais um privado. Quem o fez está de parabéns.

Noruega, destino improvável 3

No segundo dia de viagem estava destinado para conhecer a capital, Oslo, e alguns dos pontos de interesse. A temperatura era amena para Agosto, 14 ou 15 graus durante o dia, uma caloraça durante a noite, pois os hoteis estão mais pensados para o frio, e em pleno verão apresentam grossos edredons, que temos de afastar do nosso corpo de  latinos. A cidade é pequena, talvez 300 000 pessoas, sem grande monumetalidade, pelo que começamos pelo ponto que mais me interessava, o Museu Munch, sendo que aprecio particularmente este pintor, Edvard Munch, autor do celebrado "O Grito", que não pude ver ao vivo pois tinha sido roubado no ano anterior, por uns manfios que pura e simplesmente entraram pela porta da frente, tiraram o quadro da parede e sairam por onde entraram, numa prova do "à vontade" que se vive no país. Deste  quadro existem 4 versões todas do autor, e muitas réplicas que estão expostas, sendo que um dos originais valeu 120 milhões de dólares num leilão em 2012.
Dado que a cidade é pequena fizemos várias visitas a pé, ao Parlamento, Palácio Real, onde se podem visitar os jardins, e quase entrar dentro do Palácio. As construções são simples, e os noruegueses aproveitam bem o pouco sol, nas esplanadas, que estão por todo o lado. De tarde estava pensada um visita ao Museu Viking, que fica já fora de Oslo,em Bigdoy, situada em frente do Oslo, mas na "outra margem" do fjord, sendo que o acesso se faz por barco ou autocarro, sendo que este o contorna. Optou-se por ir de autocarro e regressar de barco, sendo a distancia talvez metade da de Lisboa a Almada. O museu mostrava alguns dos aspectos das navegações viking, sendo o mais emblemático um enorme barco viking, onde se fizeram ao Atlântico, com as famílias, muito antes do descobridores portugueses. Próximo fica ainda o Museu Kon Tiki, que não se visitou, e que recria as viagens do cientista Thor Heyerdhal numa barcaça, de nome Kon Tiki.
O regresso foi de barco, mas nada de catamarans ou coisas afins, apenas uns pequenos vapor, que levavam umas 50 pessoas, e vão ligando as duas margens logo têm passageiros suficientes. Voltamos à praça junto á margem onde se situa o Municipio e o Edificio do Nobel, onde é apresentado o Nobel da Paz, unico em Oslo, dados que os restantes são em Estocolmo. Tomado o elétrico e de novo o comboio, regressamos a Ski. As maioria das estações de caminho de ferro até lá são em madeira, o que me surpreendeu e os arredores são compostos mais por pequenas vivendas com quintal verde do que grandes prédios.  Viajou ao nosso lado no comboio uma rapariga que regressava a casa. e na estação em que saiu tinha o cão à espera dela, que mal saiu veio ter com ela e acompanhou no regresso a casa. Isto dá uma boa ideia da dimensão da vivência local. No dia seguinte esperava uma viagem longa até Bergen.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Revisão

Hoje dia de revisão na minha segunda casa. Ontem os enfermeiros estiveram em greve em todo o Centro Hospitalar, que inclui além de S,Marta, S.José, Capuchos. Estefânea e a MAC. Mais um dia de esperas, recolhas, exames, receitas, e outras actividades de diagnóstico, para um resultado sempre esperado com ansiedade e muito desconforto. O sofrimento esse tem de ser esquecido, pois vejo muitos a sofrer mais ainda, e a combater pela vida, no seu limite, como eu bem conheço. Que vá por lá muitas vezes acaba por ser um bom indicio.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Noruega, destino improvável 2

Para mim foi uma experiência nova. Pela primeira vez fiz uma viagem totalmente planeada por mim na net, e com todas as escolhas de percursos, marcações, pagamentos, bilhetes de comboio, barcos e autocarros na net, com a particularidade de todos serem transportes publicos. No terreno nãeo houve quaisquer improvisos ou modificações, e as surpresas foram boas, apenas uma decepção, mas arranjou-se. Primeiro escolhi os percursos a fazer, partindo do principio de que numa viagem de 7 dias, teria uma gama limitada, com um país tão grande em extenção. Assim fiquei por Oslo e Bergen, e não passei para Norte, seria para outra viagem que planeava fazer. Vi quais os trajectos propostos pelo Turismo local, que em geral se compunham de uma mistura de vários transportes, barco, comboio e autocarro, comprados num voucher único, com todas as indicações de locais e horas onde se devia esperar, e que foram sempre cumpridas ao minuto, apesar de tudo ser muito simples, sem estradas exuberantes nem autocarros espampanantes. Os hoteis foram marcados, com uma confirmação por telefone para dar uma hora de chegada mais exacta. Primeira surpresa o facto de a maioria dos hotéis estarem cheios, com dificuldade de marcar, sobretudo os mais baratos. Assim na hora de partir estava tudo marcado e confirmado, e fez-se bem, pois no terreno não há lugar a improvisos. A partida deu-se a 16 de Agosto, no Porto, na altura unica base da Ryanair em Portugal, e ia-se preparado para um dia no aeroporto de Stansted, com umas cartas de jogar, livros e mapas para ler. Chegamos a Londres pelas 10h, e a espera prolongou-se até às 19h, mas duas horas antes a fila formou-se com muita gente em fila no nosso voo de  Oslo, gente exuberante, com camisolas de clubes de futebol, cachecóis e muitas crianças acompanhadas com o pai. No voo percebeu-se que tinha havido um jogo do Arsenal em Londres., e os noruegueses vieram a Londres com os miudos ver a bola e regressavam, Eram noruegueses adeptos do Arsenal. Pudera com viagens a este preço... Chegou-se a Oslo pelas 21h, a Oslo não a Torp, a 110 km da capital, mas como previsto lá estava um autocarro, de que já tinha bilhete que nos levou e aos arsenalistas eufóricos à capital, por estradas desertas, sem autoestrada, mas que chegou à central de camionagem em Oslo, no mesmo edificio da estação de comboio, onde pelas 0h10 tinha  um comboio que levava a um vila dos suburbios, chamada Ski, onde tinha marcado hotel e se chegou pela 1h00, e mal entramos na porta estava já um funcionário a receber e desejar boa noite. Impecável. Tudo batia certo com a net.

Noruega, destino improvável 1

Agora que muitos estão de férias, sendo que para mim as férias são apenas uma boa recordação, gostaria aqui de recordar um percurso feito há verca de 10 anos, e que para muitos estaria fora das suas escolhas, até das minhas, mas que me causou uma grande satisfação, falo da Noruega. Um país caro, distante, pouco veraneante, de clima instável, assim fora das decisões dos que buscam a praia, o calor e a multidão. Daí nesses idos de 2005, ter pensado tal viagem, e hoje adoraria lá voltar, mas já não pode ser, pois o mais longe que posso ir é mesmo a bela Ericeira. Estava à procura de bilhetes para uma ida a Londres, ou coisa parecida e apercebi-me que na Ryanair a partir do Porto, fazia-se a viagem para Londres barata, e poderia ir a partir dali para a Irlanda, Lituania ou coisa parecida, quando me apercebi que por mais 1 centimo, acreditem que é verdade, poderia fazer a viagem Londres Oslo, com o regresso por 10 euros, bolas, bingo !!! Porque não tentar? Apenas um contra, teria de passar um dia inteiro em Standsted, pois chegava do Porto pelas 10h e partia para Oslo pelas 19h, com chegada a Oslo próximo das 21h, e a chegada não era bem a Oslo, mas a um aeroporto a cerca de 110 km de Oslo, Sandefjord  Torp ... pois a Ryanair lá fora não tem benesses. Mesmo assim pesados os prós e contras parecia uma boa solução de conhecer um novo país, fresco no Verão, gelado no Jnverno, assim tratava-se agora de organizar tudo o resto, e partir na aventura. A viagem ir-se-ia revelar surpreendente relevando para o dominio dos mitos as opiniões prévias que indiquei. Segue em próxinos episódios.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Telas

Hoje passamos para trabalhos em tela. O sindrome do desenho, como fazer quando ainda não se fez ou se acha que não somos capazes. Uma ajudinha do "professor", passa despercebida, e uma vontade de fazer que é permanente e tudo ultrapassa. Primeiro cobre-se a tela, depois procura-se um motivo, um tema, enfim, uma galinha com os seus pintos "why not ?". Tudo é melhor que ficar "encodornido" em casa.

Pleno voo

Já me faz confusão o mecanismo decisional que leva as centenas de andorinhas a deciciram pela concentração, mas quem dá o tiro de partida ? Hoje apanhei um desses momentos belos em que partem e a partir de uma ordem que vem sabe Deus de onde levantam para a sua migração. Apanhei-as em pleno voo no seu momento de decidir, partir ou ficar, sair agora ou mais tarde.

Meet

Este não é um meet para espairecer de horas e horas na net, nem para conhecer novos amigos, ou para partilhar cromos nem para trocar pacotinhos de pó. para bater records de insultos policiais, ou provocar lojistas indefesos e ainda menos para assaltar ou esfaquear pessoas. Não, a natureza é muito mais simples, natural e previsivel. Nem precisa de discussão, polémica ou discriminação. Ainda por cima estas pequenas aves são simultaneamente brancas e pretas, não pode haver dúvidas e de novo se concentram para a partida.

Le Havre

Como se sabe Le Havre é uma cidade francesa, mais, uma cidade portuária no Norte de França, rota das emigrações ilegais para Inglaterra. É também o titulo de um bom filme do realizador finlandês Aki Kaurismaki, exactamente sobre a temática da emigração ilegal. Um grupo de ilegais é descoberto num contentor, entre eles o jovem Idrissa, que foge e é "adoptado" por uma pequena comunidade de gente pobre, idosos em fim de vida, um engraxador e a esposa em risco com cancro, uma padeira, um merceeiro, que se vão organizar para com as suas magras posses ajudar Idrissa a encontrar a mãe já emigrada em Londres, passando ao lado do "comissaire de police". Este filme é um verdadeiro libelo anti-Front National, e mostra uma França solidária, que nos dias de hoje nos parece improvável. Uma obra de 2011 mostrando como todos estamos no mesmo mundo lutando por uma sobrevivência cada vez mais desigual.

domingo, 24 de agosto de 2014

Homens do largo

Uma das mais alentejanas das canções de Vitorino, cantada pelo próprio, mas também por Janita, para mim claro !!! Não que tenha muito mais a ver com o cante, mas tem muito a ver com aquilo que encontramos em todas as aldeias do Alentejo, os homens num largo, pleno da luz, mas carregado de melancolia, gosto particularmente do verso "ainda mal se vê já ali vem", a claridade da luz não deixa ver com nitidez, e alguma magreza desfoca a nossa vista.

Não interessam frios,
já é hora das trindades
tosse ao desafio com os cães
colado à brancura da parede dos quintais
ainda mal se vê já aí vem
Uma bucha dura navalhinha de cortar
venha mais um copo pr´aquecer
Tem a alma fria de tanto tempo passar
lá vem mais um dia pr´a esquecer

Sentado num-banco espera sempre o vento norte
o sol posto dita a sua sorte
já não espera mágoas nem dá danos a ninguém
dorme e já não volta amanhã


Uma bela canção de domingo, pode ouvir-se no album "Raiano" de Janita, de 1994.

Borboleta

Uma borboleta pintada em pedra, as tais pedras vindas directamente da Zambujeira para a minha mão, ficou aqui mais um exemplo do que a vista ainda me permite, cada vez mais mais complicado de compatibilizar com as pinturas. É mais um exemplo do que meninos e meninas podem fazer agora na próxima terça feira, pois vamos pintar em pedra.

Joaninha

Sei que não está um primor de execução nem é muito original, mas serve de exemplo para meninos e menionas, e ao mesmo tempo dedico às "joaninhas", pois são várias as que conheço e que por vezes aparecem por aqui, correndo como as originais. Mais uma pedra.

sábado, 23 de agosto de 2014

S.Romão

Talvez a mais pequena aldeia aqui do concelho. Mesmo junto ao IC1, escondidinha entre as árvores numa baixa, onde apenas um pequeno sinal de transito indica a presença do local. Hoje o transito era intenso, tudo para o Algarve em busca das praias, e eu, que centenas de vezes passei e prometi um dia fazer um pequeno desvio hoje foi o dia. Uma aldeia branquíssima, talvez uma dezena de habitantes, tudo bonito e conservado. Ali nem se suspeita da confusão que se passa na estrada, com os bólides em excesso de velocidade, tudo doido com a perspectiva de um mergulho na mar. Ali a vida parece pacata, e parece a milhas do buliço da estrada. Tirei uma foto da igreja, mas não pude evitar a tenda da quermesse, duma festarola das muitas que ocorrem no Verão em todas as aldeias do concelho de Ourique.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

12 anos escravo

Vi agora, só agora, este filme multipremiado, e bem que valeu a pena. Realizado por Steve Mcqueen, e contando com a excelente interpretação de Chiwetel Ejiofor, o filme passa-se em 1841 e nos 12 anos seguintes em que Solomon, um negro educado, musico, é raptado na zona Norte dos EUA, onde era um homem livre, e é levado como escravo para o Sul dos EUA, onde ainda vigorava a escravatura. Pelos vistos este procedimento era vulgar, e acontecia a cidadãos livres negros, que por ganância de alguns eram entregues como escravos. Apesar do tema não ser original, o episódio em si é interessante pela visão que imaginamos possa ser a de um homem livre escravizado e o nível de violência e abuso a que se submetia. A violência deste filme é imensa e nem sempre explicita ou passada em imagens chocantes. Algumas das imagens sem recurso a cenas chocantes transmitem o clima de violência, não pela sua exposição, mas pela indiferença que demonstram. Numa altura em que os EUA estão de novo com cenas de racismo, com os recentes acontecimentos no Missouri, este filme é actual. Mas, não pode a escravatura servir de pretexto para acontecimentos actuais. Um filme que nos deixa bastante descrentes na raça humana e onde pode chegar um ser humano e como tem capacidade para criar uma "narrativa" que justifique os seus actos. Neste caso basta ler a Bíblia e onde se lê "Senhor", entender-se "Senhor de Escravos", e passa a ser cristão escravizar.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A manhã, a toalha e as andorinhas em concentração

Mais um directo da partida das andorinhas. A história começa comigo a estender a toalha de banho, eram sete da manhã, e vi esta concentração da passarada. Como o fotógrafo estava lá decidi tirar o instantâneo. Não demoraram muito a partir, Foi mesmo a tempo,

Maria Antónia

Hoje no "atelier" concluiu-se mais um trabalho, e gosto particularmente do ar satisfeito da Dona Maria Antónia quando mostra o seu trabalho em acrílico, Seguiu as indicações mas a criatividade foi dela, a escolha das cores e o resultado acho que o colocaria na minha cozinha de boa vontade. Só posso dar parabéns a todos pois os outros trabalhos também estão bonitos, no entanto para mim saliento este. As pessoas, de qualquer idade, têm sempre talentos escondidos que se revelam quando se abre a porta da criatividade, a qual está muitas vezes fechada a sete chaves,

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Pinceladas

Fazem bem à cabeça, e apuram o gosto, pinceladas dadas a preceito e em função do nosso gosto. Hoje tivemos novas presenças, mais jovens, pois estas pinceladas são para todas as idades. Eu no meio delas pareço mais novo e menos empoeirado. A ocupação mesmo sob algum sofrimento é uma grande terapia.

Pedra

Agora deu-me para isto...  Umas pedras foram trazidas pela minha estimada médica de família para os meninos e meninas trabalharem, mas decidi fazer uma experiência e pela primeira vez na vida dediquei-me a esta terapia.. Assim as pedras vieram directamente da Zambujeira do Mar, e decidi-me por um peixe, assim  uma brincadeira de crianças. Gostei do resultado e afinal pintar pedras é facílimo, com caneta permanente, tinta acrílica e verniz, bem como alguma inspiração. Artesanato puro e simples. Vamos agora ao trabalho.

Veloso

Tordo partiu para o Brasil, Veloso parte para o silêncio. É o destino dos verdadeiros artistas, quando os espectaculos escasseiam pois os Municipios têm pouco dinheiro para a cultura, e muitas vezes investem  em projectos popularuchos ou em projectos de pacóvio provincianismo vanguardista, ao nivel dos seus promotores, muitas vezes patos bravos deslumbrados pelo poder efémero. Quero no entanto aqui referir um grande concorrente para os nossos Tordos e Velosos, e que está a tomar conta das decisões "culturais" das autarquias. trata-se de contratar de chave na mão, para animar as festas e festarolas que pululam por aí, "espectaculos " promovidos pela TVI, SIC ou RTP, que percorrem o país, fazendo as festas com um naipe de artistas populares de terceira escolha, e respectivos animadores de serviço, Eirós, Baiões, acompanhados de caras bonitas, saltitonas, numa lotaria ambulante da pior qualidade, mas que tem uma vantagem para os Municipios, a transmissão em directo das tarde de sábado e domingo, com a tal "publicidade" feita ao local "de borla", isto é paga-se o montar da tenda. Os artistas com A claro que aqui não têm lugar, a menos que se sujeitem a cachets dignos de pin ups de perna ao léu. É o serviço público, estúpido !!!  os artistas que se calem, e avancem os trauliteiros e as tombolas gigantes. Tristeza.

domingo, 10 de agosto de 2014

Chamar a música

Um tema do CD "Voz e Guitarra" de que gosto particularmente, um clássico que ganhou o Festival da Canção mas numa versão para voz e guitarra de Samuel Úria, que penso muito bem conseguida, sem tirar brilho a Sara Tavares que o canta, bem, no original. Assim se chama a música para nosso prazer. Este CD que tenho em audição tem muitas pérolas deste tipo, e ele próprio é uma pérola enquanto objecto, com desenhos originais de todos os artistas que nele participam, num album com quase 100 páginas. Excelente e baratíssimo na FNAC. Ouçam.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Homens do leme

Estamos bem servidos de lideranças, a julgar pelos recentes acontecimentos. Pelos vistos não podemos confiar em ninguém, politicos, financeiros, homens de negócios, sindicalistas, jornalistas, todos alinham pelo mesmo diapasão, e será que podemos viver sem eles.? A decepção é geral, e felizmente o povão parece ter mais bom senso que os "homens do leme", o caso do BES está a provar isso à saciedade. Enquanto os ratos fogem, oo pessoal aguenta firme. como dizia o outro "e não se pode exterminá-los?"

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Partida

Hoje pela manhã cedinho as andorinhas começam a sua concentração para a debandada. Com o avançar do verão vão procurar outras paragens, fazer um pouco de "turismo", pois por aqui já não encontram "governança", e nesse aspecto não são as únicas. Muitos outros também vão pelo mesmo caminho deixando para trás o tal povo que não se governa nem se deixa governar... A foto é de hoje aqui à minha porta no terraço.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Ao sol

Uma exposição que é um "roteiro temporário de arte contemporânea" parece uma coisa aliciante, por isso quando procurei os espaços da exposição "Ao sol" aqui no concelho  uma palavra apenas veio à minha boca: espanto! Não pela dimensão, pela qualidade do exposto, pela "utilização da tecnologia para desenvolver novos meios de expressão artistica" como se refere nos textos que a publicitam, não, mas pela sua irrelevância, pela sua quase ausência de expressão artistica, pela incompreensível ausência de senso artistico. Confesso que não visitei tudo, vi na Biblioteca Municipal, onde é prciso perguntar para encontrar a peça, que se resume a uma "cearinha de natal", procurei na CGD mas não encontrei, vi em Garvão duas fotos pequeninas de um mau gosto impressionante, o video estava desligado. Se calhar tive azar, as outras 3 obras que faltam eram as que devia ter visto, mas francamente que decepção. Brinca-se com os pobres, pois pelas parcerias feitas cheira a que para se fazer esta tristeza foi preciso dinheiro. Ao menos que juntassem as peças num local, sempre disfarçava a sua insignificância. Prometo que ainda tentarei ver o que resta, se encontrar claro !

Casinha

Hoje o desafio era representar a própria casa, e respectivos animais de estimação se os houvesse. Após alguma turbulência meninos e meninas lá conseguiram sair-se dos seus trabalhos, e apresentar como puderam o resultado esperado, nalguns casos surpreenderam, noutros nem por isso, mas dferam o seu melhor, com a cocentração possivel, e o talento que baste. Ficam aqui alguns resultados.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Trabalhos

Entusiasmadas com um novo trabalho, assim uma espécie de natureza morta com dois objectos e uma jarra com algumas flores. O trabalho tem um desenho muito simples, essa a vantagem e as indicações vão sendo dadas pouco a pouco e todas fazem o mesmo trabalho. embora com um toque muito pessoal.

Atenção

Hoje mais uma sessão. A atenção das pessoas mostra que estão concentradas naquilo que estão a fazer. Assim é facil acompanhar o grupo e manter o interesse das pessoas. Para mim também me ocupa a fragilidade que é nitida, e me comunica energia uma energia suplementar.

domingo, 3 de agosto de 2014

O Senhor Ricardo Henrique

Em poucos dias o senhor Ricardo Henrique causou na padaria que dirigia um rombo de cerca de 3 000 milhões de euros. Meteu no bolso, não, deu para a caridade, não, acendeu charutos com as notas, não. Por uma decisão quase só sua, decidiu "salvar" uns amgos que tinham perdido muito dinheiro, e como havia ali uns trocos que não estavam a fazer nada, "emprestou" aos amigos, ou a si próprio, que ele sabia falido, mas mesmo assim "confiou". Pode dizer-se cada um faz o que quer com o seu dinheiro, verdade, o problema é que o dinheiro não era dele, ele julgava que sim, pois para ele o que é deles é meu. E assim o senhor Ricardo Henrique arruinou a padaria, fazendo perder o pão a muitos, ou pondo-o em risco, e como ele até sabia disso, diz-se que actuou "com dolo". Assim o senhor Ricardo Henrique devia estar preso, por gestão danosa, mas não, nem deu qualquer explicação, e em breve está dono do muitas padarias, com o dinheiro que "pôs de parte" num mealheiro que tem guardado numas ilhas com nome de crocodilo. Se em vez de padarias, se falasse de bancos ou de telecomunicações, seria o mesmo. O senhor Ricardo Henrique afinal está em todo lado, "é dono de tudo isto" e conta com os seus amigos como eles contaram com ele.

sábado, 2 de agosto de 2014

Pandora

Vi  hoje o filme de Albert Lewin, "Pandora", filmado em 1951, e estreado em Portugal em Março de 1952, isto é 7 meses antes de eu ter nascido. Reeditado agora é um filme a ver ou rever. Alguns dados. Pandora na mitologia grega é a primeira mulher, a Eva, criada pelos deuses a pedido de Zeus. Mas como sempre na mitologia grega, os deuses não são ingénuos, e cada um deu-lhe uma dádiva, a beleza, a inteligência, por aí fora, assim Pandora, ao contrário de Eva, não foi criada para comer a maçã, mas para "ser" ela própria a maçã !! Foi oferecida a Epimeteu, que a desposou, mas que tinha uma caixa onde guardava todos os seus bens, Pandora tinha a curiosidade entre as suas qualidades, como todas as mulheres, e embora proibida, abriu a caixa e toda a riqueza de Epimeteu se esquivou, ficou apenas a "esperança", e daí nasceu a riqueza do mundo. Agora imagine-se que Pandora é desempenhada por Ava Gardner !!! No filme, passado na aldeia piscatória de Esperanza, unico bem que ficou na caixa de Pandora, e Pandora é uma americana deslumbrante, cruza-se com Henrik, um "holandês errante", que chega solitário num iate, sem tripulação, desempenhado por James Mason. Aqui o mito de Pandora cruza-se com a lenda do "Flying Dutchman", que deu uma ópera de Wagner, nesta lenda um holandês que matou a esposa injustamente, por suposta infidelidade, é condenado à morte, mas foge, sendo condenado pela sua consciência, a um vida eterna num navio fantasma, solitário, condenado a uma vida sem morte, durante séculos, até que encontre a redenção, o que sucederá quando encontrar uma mulher que por ele se apaixone, e seja capaz de dar a vida por ele, libertando-o da sua própria vida. Seguindo a ideia de que " a dimensão do amor é a dimensão do que fores capaz de perder por ele", essa dimensão na lenda é a dimensão da vida. Assim a mulher que representa todas as mulheres, atraente para todos os homens, vai prender-se a este amor quase funesto. Filme de culto para muitos, reeditado agora, vale a pena apesar dos seus 63 anos.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

50 000

Sendo pouco dado a auto.contemplação, pois nada há para contemplar, quero hoje manifestar contentamento, agradecimento, reconhecimento a todos os que passam pelo blog que alimento, pois passaram ontem as cinquenta mil visualizações (excluindo a auto-visualizações...), desde que iniciei de forma mais permanente em Junho de 2010. Para um blog pessoal, que não fala de culinária, economia doméstica, viagens, só mesmo por amizade alguém perde uns minutos do seu dia a ler alguma coisa que eu escreva. Num registo pessoal, sem pretensões que não seja comunicar estados de alma, recordações, projectos, o dia a dia sem piedade, as rotinas e o extrordinário, mais raro. Agradeço ainda mais aos que por vezes deixam o seu comentário sempre apreciado. Obrigado. Para ilustrar este numero e para me dar sorte deixo como imagem uma nota de 50 000 dongs, que deve ser uma pipa de massa, mas no Vietnam, com imagem de um dos meus heróis da juventude. Alguém o identifica ?