quinta-feira, 21 de abril de 2011

Colhida hoje de manhã



Hoje, pela fresca, saída ao campo, apesar da chuva, que intermitente, vai encharcando os ossos. O meu estado físico a isso recomenda, pois parar é retroceder. Apesar das pernas ainda estarem embaraçadas, a fisioterapia tem ajudado a "puxar" mais, e já consigo fazer umas ladeiras, aqui em Ourique há muitas pois a vila não é plana, e subir umas escadas.



Em complemento, quando se pode, faz-se andamento plano, para ganhar resistência. Procurar que os músculos reapareçam, pois para já andam escondidos, definharam com os meses de paragem, e os meus cerca de sessenta quilos, são disso a testemunha viva, cerca de menos vinte que o que teria há seis ou sete meses.



A barragem é um dos meus locais de eleição para esses passeios, pois é plana, e para além das pernas também a cabeça areja, e os olhos vêm mais longe, o lago e a planície, agora verde, verde coberto com pinturas que as outras plantas desenham, entre elas os cardos que se vêm na foto.



Enquanto vou andando com o meu passo lento, mas equilibrado vou pensando. Pensamento do dia: porque será que os portugueses colocam de novo o PS/Sócrates na frente das sondagens ???

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Em estado terminal

Parece ser esse o estado do nosso Estado. Hoje os salários da tropa, amanhã os pensos rápidos nos hospitais, ontem os medicamentos às farmácias, depois de amanhã as pensões ou os tinteiros das impressoras, este é o estado do Estado que não precisava de ajuda. Imaginemos o que seria se precisasse !!!

terça-feira, 19 de abril de 2011

O valor da vida





É tema que neste momento, por razões óbvias vem ter comigo como uma seta. E talvez mais do que o valor da vida (valerá de forma diferente para cada um, consoante o valor que lhe atribui, e a sua escala de prioridades), falaria do desprezo pela vida.



Estou a pensar em algumas situações deste fim de semana, e de uma notícia que ouvi hoje.


Comecemos pelo fim de semana: um autocarro transporta 30 e tal hemofilicos, e numa curva, aparentemente em excesso de velocidade, capota, e mata uma pessoa e por milagre não mata mais; um choque frontal em Montemor, onde morre uma pessoa, numa excelente estrada, com total visibilidade e muito espaço, carros de alta e média gama, carregados de gente; uma senhora de 65 anos despista-se na autoestrada e morre; um acidente de incúria no qual um empreiteiro faz obras descendo um cabo eléctrico quase ao nível da estrada, e não qualquer estrada, mas o IC1, duas motas são presas pelo cabo que não está sinalizado, e um motard morre.



Será que esta gente está farta de viver, ou está farta de ver os outros vivos? Será que o valor da vida também teve o rating baixo por alguma agência de rating para um nível de "lixo"? Tanto desleixo e desprezo por um bem afinal insubstituível, que não se compra em nenhum centro comercial.



E agora a notícia que ouvi há pouco no "Amor é...", uma rubrica do Júlio Machado Vaz, na Antena 1; um hábito que cresce alguns países da Europa Central, a civilizada, que decide se podemos receber o "guito" do FMI aliás "FEEF", segundo o nosso Presidente, esse hábito, dizia, consiste nos jovens colocarem vodca, ou outras preciosidades alcoólicas fortes, em tampões, que depois introduzem na vagina (as meninas), ou os que não a têm, no ânus, para rápidamente apanharem um grande pifo, e não se notar pelo hálito, com todos os riscos inerentes ao contacto desses produtos com as respectivas mucosas.



Mas afinal o que é isto? Para onde se vai tão depressa? Procuramos o quê?



Descartamos a vida que nos foi dada em troca de um imediatismo sem sentido ?

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Uma "nobre" atitude

Ontem o candidato Fernando Nobre veio explicar algumas das suas incompreensíveis explicações dadas durante o fim de semana.


Resumindo, 1. terá mudado de opinião, pois sentiu o apelo de se envolver na actividade partidária, única forma de fazer política em Portugal; 2. terá mudado de opinião, pois agora já não faz depender a permanência no Parlamento, da eleição para seu presidente; 3. terá mudado de opinião, pois não gostou de ler no jornal impresso aquilo que de facto disse; 4. terá mudado de opinião, pois sendo há um ano mandatário do BE, agora sentiu uma enorme empatia por PPC, lider do PSD, em quem acredita, e por quem sente enorme empatia, o que para si é suficiente. Embora sejam demasiadas mudanças de opinião para quem coloca como fasquia ser segunda figura do Estado, eu tendo a dar-lhe crédito.


Talvez haja aqui algum "erro de casting", mas porque não dar o benefício da dúvida, e pôr como hipótese uma atitude algo naif, de um homem que embora afastado da política, e das suas regras rígidas, já mostrou que não vira a cara às dificuldades, e é dono de um curriculo tal, que a maioria dos políticos teriam de "nascer várias vezes" para lhe fazer frente. E talvez fosse melhor mandar alguns deles para o Congo, Haiti ou Sri Lanka, a ver como seria, como enfrentariam esse mundo real que Fernando Nobre tão bem conhece. Seguramente demorariam mais tempo, do que o Nobre candidato levará a aprender o Regulamento da Assembleia da República.


E já agora se não gostam não precisam insultar. Inabilidade política, acredito, agora procura de tacho, não me parece! Não votem no homem e pronto !

domingo, 17 de abril de 2011

Uma tarde de vento

Ontem o Algarve, que já não via há meses. Pouca gente, muito vento, mar encarpelado em Armação de Pêra. Só um ou dois surfistas, e meia dúzia de resistentes, acoitados debaixo dos abrigos de vento. Um mau prenúncio para a Páscoa. No entanto, num dos países mais endividados do mundo os hoteleiros falam de uma excelente taxa de ocupação, e não se encontra bilhete para Brasil, Cuba, Cancun, Cabo Verde e outros destinos, pois o Zé Portuga já não dispensa férias intercalares. Sinais de tempos em que ninguém quer prescindir de nada. Passei pela primeira vez desde que saí de S.Marta pelo Retail Park em Portimão. Pouca gente, mas senti-me um pouco perdido naquele ambiente de que me desabituei. Portimão está agora cheio de Centros Comerciais, agora abriu um novo o Aqua, e numa altura em que se regista uma diminuição das áreas que vão abrindo nos países da Europa, em Portugal as áreas que abrem não cessam de aumentar. Eternamente em busca da última novidade, os portugueses vão passando de centro em centro, abandonando aquilo que antes gostavam, o que começa a colocar problemas aos centros comerciais mais antigos que não conseguem sobreviver. Regressei a casa com a cabeça um pouco azamboada, as pernas a doer, e uma sensação de incapacidade, pois foi a primeira saída a estes "apreciados" locais de comércio. O vento teve parte da culpa.

sábado, 16 de abril de 2011

Alentejo hoje de manhã






O Alentejo é terra de pormenores, passamos muitas vezes ao lado deles, sem os ver e os valorizar.


Nada se compara com a extenção de flores, que começam a irromper nos campos. Estas fotos que a Maria Augusta tirou hoje, mostram a extenção e o detalhe e variedade de flores que compõem os campos como enormes pinturas naturais.


Perante isto a alma enche-se de energia, o corpo esquece as suas maleitas, e fica-se bem.


Bem connosco e com a natureza renovada e ainda, por enquanto respeitada, do Alentejo.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Domingo a sexta ...



Durante esta semana a moleza apossou-se de mim. Também tenho direito.


O choque do fim de semana foi forte. As reacções a matraquear a minha cabeça nos dias seguintes, acompanhadas das dores que me atormentam um pouco. Os telejornais e noticiários são neste momento uma verdadeira máquina trituradora, que moem e nos vendem sempre os mesmos produtos: crise, dívida, bancarrota, FMI, juros, ratings, orçamento, PEC4, austeridade, cortes, etc, etc. Os políticos discutem se falaram pessoalmente, sms, telemóvel, telefone fixo, telegrama, sinais de fumo ou se enviaram mensagem por pombo correio, mas não interessa de que falam, e os problemas afinal ainda aí estão. E sobre isso não falam, pelo menos que se saiba. Na 5ª feira lá fui de novo à revisão, e ía com medo da minha "segunda casa" me chamar para ficar lá, devido à situação das pernas e ao baixo valor dos parâmetros de coagulação, que são parte da causa. Afinal não, regressámos ao Alentejo, dentro de uma ambulância sem ar condicionado e com janelas sem cortinas, de tal forma que sobrevivemos mal à viagem. Felizmente regressámos a casa e só daqui a quinze dias regresso lá. É bom ficar por aqui, no recanto, onde há algum fresco, e se pode ouvir música . É o caso deste album de José Medeiros, acabado de sair, e que é uma pérola dos Açores, embora a música seja universal. Deixo aqui um exemplo do estilo teatral de interpretar, e da sua voz estranha mas da qual é capaz de retirar a emoção que deve estar presente na interpretação. Falam do seu estilo Tom Waits, mas essa é apenas a coincidência. O resto é muito próprio e pessoal. O cantor, autor, realizador, actor, até já fez um excelente papel numa novela da TVI, é em suma um artista e como tal um grande comunicador. Vale a pena ouvir o seu estilo humorado e dramático, a melancolia e a canção de cabaret. As músicas tradicionais e a sua visão das ilhas. Haja quem nos tire debaixo deste "rolo compressor" e nos proponha coisas originais... e boas.

domingo, 10 de abril de 2011

Ó Senhor de Matosinhos ... Ó Senhora da Boa Hora...

Conhecem uma canção assim. Desculpem-me, invocar o seu nome em vão, mas perante tanta coisa que ouvi durante o fim de semana, apetece-me acabar o refrão que diz "ensinai-nos os caminhos, pra cavar daqui pra fora!!! " Ora vamos a ver aquilo que vi, ou julgo ter visto.

Vi um país em festa. Vi mais de um milhar de pessoas convencida que é para continuar assim. Vi pessoas que normalmente tomo por idóneas a dizer disparates. Vi uma enorme demonstração da política espectáculo. Vi um unanimismo digno de um congresso do PCUS. Vi três dias em que não se indica causas nem se discute soluções. Vi muita gente a insultar outros tantos. Vi apontar culpados, diabolizados como tendo peste, mas com quem se sabe que se vai ter de falar amanhã. Vi muito som, muito hino, muita luz, muita bandeira que custa dinheiro. Vi muita alegria, muito delírio, que mais parece um fim de festa do que o inicio de uma mudança. Vi mais do que palavras de esperança, palavras de ressentimento, de auto-elogio. Vi o mesmo discurso do "nós somos os maiores".

Será que vi bem?

Mas que grande falta de senso !!! Como justificar perante tanta gente que sofre, e vai sofrer ainda mais, tais dislates. Que imagem da política e de alguns políticos numa época destas. Será que se continua a acreditar que a política se faz sem ideias, com uma estratégia de marketing bem montada por uma multinacional a que se paga uma fortuna? E não é que se faz mesmo !!!!!!!

PS: que me desculpem os socialistas, pois não é a ideologia aquilo que está em causa. Já agora, para os que não são do meu tempo, PCUS era o Partido Comunista da União Soviética.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Estevas e dores de costas...



A bizarria de tal título é a razão de uma curta ausência. Começando pelas estevas, julgo que quem me lê sabe que se trata de uma planta muito vulgar por aqui nesta época; arbusto, com flores brancas, caule um pouco resinoso e de cheiro intenso, e deixo fotos para que saibam que estamos aqui rodeados destes arbustos por todo o lado. Consequência de campos que deixaram de ser tratados.


Num destes dias fomos fotografar estas plantas e acreditem que a partir daí tenho tido umas dores incríveis na coluna que mal me tem permitido o estar aqui na net. Pode-se pensar que andei a subir escarpas para fotografar o Cistus ladanifer (a tal esteva), mas não, fiquei no carro a ver, agora que a partir daí as dores começaram. Relações de causa efeito, que mostram que a simultâneidade de fenómenos não permite tais conclusões...


É como uma coisa que se repete agora vezes sem conta; que o "chumbo" do PEC4 provocou toda a crise e próxima intervenção do FEEF para uns FMI para outros !


Como se o país não estivesse há meses à beira do colapso, como se nós todos não estivessemos há anos a gastar acima das posses, como se a falta de controlo, a má gestão e os projectos ruinosos não nos estivessem a arrastar há anos, como se a falta de crescimento, a pouca produtividade e a subsidio-depêndencia não nos tivessem criados hábitos de pedir tudo ao Estado.


Claro, era melhor que as minhas dores de costas tivessem origem nas estevas, bastava afastar-me delas, mas lamentávelmente temos algo mais profundo, de que não me posso separar.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Barragem



Hoje de manhã mais uma volta a pé no paredão da Barragem do Monte da Rocha. Aproveitamos para andar a pé, claro que para mim o trajecto é mais curto, e mais lento, mas o importante é andar, manter a mobilidade e encher o peito de ar, coisa que ali não falta. Hoje apesar de tudo, e de não estar frio, o sol não marcou a sua presença, teve falta de comparência. Mas estava agradável embora o vento entretanto começasse a estragar a festa.



A Barragem está cheia de água e de peixe, mas a Hídrica do Alentejo não deixa pescar, nem tomar banho nem utilizar embarcações. Tudo bem !!!! mas deixa o turismo selvagem de autocaravanas tomar conta de zonas que são de todos, com as respectivas consequências, e entretanto ao que parece está um parque de campismo de qualidade para abrir ali mesmo ao lado.



Mas isso agora não interessa. Deixo fotos do percurso, mas jamais o faço todo agora.... e o escoadouro da Barragem a mostrar que está cheia até à cota máxima. O espectáculo está ao nosso alcance para desfrutar. As pernas agradecem, a cabeça diz que sim.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Que mau perder...

Não que o futebol seja o meu tema preferido, mas não lhe sou totalmente indiferente. Aliás o facto de ser do Sporting, o que me foi incutido desde tenra idade pelo meu avô, deixa margem de manobra para tudo, pois o Sporting cada vez conta menos nas decisões no que respeita a títulos e outras conquistas. Daí ficar a meditar no que se está a passar no futebol, desde as pedradas em carros e autocarros, e tudo o que mexe, até desfiles fascizantes, dirigentes corruptos e sem sentido de responsabilidade, e ontem, tudo o que se fez para impedir que o FCP comemorasse o título, desde apagões a regas automáticas, título, aliás, conquistado sem espinhas, e da maior justiça. Mas afinal que é isto? Reparem, temos bem aqui o país invejoso, o país em que "nós é que somos os bons", o país que repudia o outro, que jamais é capaz de reconhecer mérito, para além do círculo restrito dos da nossa tribo. O país que não é capaz de se unir para sobreviver enquanto povo, e perante o aproximar do abismo, une-se isso sim para dizer "saltemos em frente". Mesmo assim no último segundo, vamos olhando de lado a ver se os outros saltam primeiro. É mau perder, é verdade, mas se o futebol é este triste espectáculo, que dizer do espectáculo a que assistimos todos os dias, em que homens de estado, fazem apagões ao que dizem os seus adversários, atiram com as bombas da água (ou da lama), para cima dos adversários, e não deixam pedrada sem troco, quando se deveria jogar com argumentos, atirando pedras ao telhados de vidro de toda a vizinhança. Por que é que no futebol deveria ser diferente?

sábado, 2 de abril de 2011

Lazy day


Sábado em que fiquei por Ourique. A Maria Augusta hoje teve ocupação que a obrigaram a deslocar-se. Acabei por fazer aquelas coisas de sábado mesmo. Ouvir o Hotel Babilónia, ler o Expresso, que hoje li de ponta a ponta. Fazer almoço, que hoje já fiz, arrumar o que há que arrumar, dormir a sesta (???), enfim um dia um pouco preguiçoso. O tempo modorrento e depressivo não convida a grandes voos, e hoje andei pouco, o que não devia fazer. Veremos amanhã, pois tinhamos pensado ir tirar algumas fotos, dar um passeio, e explorar um pouco os locais para vir a começar a pintar. Esperemos que o tempo ajude.


Aproveitei para ler e ouvir música, pois, ainda estou em recuperação da ida de quinta feira a Lisboa. É uma deslocação violenta que me leva tempo a sair dela. Ainda me canso muito quando se ultrapassa um certo limite.


A revista Única, do Expresso, trás um artigo de Ricardo Costa, acerca dos mecanismos de José Sócrates, que vale a pena ser lido, onde são desmontados os mecanismos com que se prepara para não responder a nada, e apenas ao que quer. Saliento também a excelente crónica da Clara Ferreira Alves na mesma revista.


Neste momento onde quer que se ligue a televisão só fala de crise, e quem pode ou não pode chamar o FMI, porque não ouvir Mozart e acompanhar com um dos contos de Raymond Carver. Nada do que se possa ouvir é suficientemente novo, animador, divertido, tranquilizador, e tudo o que se ouve só leva ao desânimo e à frustação, pelo que cada vez tem menos interesse estar em frente a um electrodoméstico que nos tortura em permanência; eu sei temos de estar informados, mas o excesso está-me a empanturrar, fala-se de minudências, e cada economista tenta pintar tudo mais negro ainda. Se é para vir o FMI que venha depressa, se é para eleições que se eleja rápido, se é para vir o Passos Coelho aumentar o IVA, que seja amanhã, que a gente já não aguenta tanta conversa.


E ainda a procissão vai no adro, pois eleições só a 5 de Junho, daqui a dois meses.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Nova revisão e recomeço

Ontem quinta feira dia de revisão, repetiu-se a rotina das deslocações a S.Marta. A minha dúvida acerca do meu amigo alentejano, esclareceu-se, pois permanece armado do seu bom humor esperando a sua hora. Tudo correu bem, apenas com alguns parâmetros das análises, menos bons, caso do INR (coagulação). No que resta o coração porta-se bem, pelo que a partir de agora passei a uma periodicidade de consultas quinzenais. Assim descanso um pouco mais, e também faz-se menos despesas, com as novas normas cada ida a S.Marta custa cerca de 130 euros, já com desconto de 50%, pois somos sócios dos bombeiros. Exames feitos, resultados conhecidos, cerca das 16h regresso a casa. É um dia das cinco da manhã às seis da tarde. Reflecte-se no dia seguinte ainda, até recuperar energias. Entretanto vou começar com os meus "projectos", para estar melhor comigo e com os outros. Para já vou tentar recomeçar com a pintura. Devagar, pois tenho as mãos trémulas, devidos a, entre outros factores, o uso de um imuno-supressor, a ciclosporina, que tem esse efeito secundário em certas dosagens. Vou tentar recolher material que me permita pintar aquilo que começa a envolver-me. O Alentejo, os campos, os casarios. Mas tentar uma pintura menos precisa, menos engenharia e mais arte, como interpretação daquilo que vejo, em lugar da cópia fotográfica. Veremos se serei capaz. Tenho alguma insegurança quando saio do figurativo, parece que preciso das linhas bem definidas como "prisão" onde as minhas ideias ficam encarceradas. Terei ainda de arranjar material e trabalhá-lo, dado que devo ter perdido grande parte do que aprendi... mas com persistência lá chegarei. Para já não posso ainda recorrer a ninguém, mas tudo tem o seu tempo. De momento com humildade vou tentar recomeçar.