quinta-feira, 30 de abril de 2015

Ovibeja

Hoje foi visita à Ovibeja. Para mim foi a primeira vez, aproveitando a boleia da Nossa Terra que proporcionou a ida de um grupo. Muita gente, muitos grupos de idosos e muitas crianças de mãos dadas a fazer filinhas. É um acontecimento social à imagem do Alentejo, embora esperasse um pouco mais. Para além de pavilhões dedicados à pecuária, e aos comeres alentejanos, enchidos, queijos, doçaria, vinho e azeite tudo com bom aspecto mostrando aquilo que é a essência da sua actividade. Depois os municípios, sendo que Ourique estava em versão minimalista, quatro porcos decorativos e um "garçon" a cortar tiras de presunto, numa palataforma exterior, é tudo o que existe neste pequeno concelho. Este ano um pavilhão dedicado ao cante, mas em ano de património da humanidade, merecia mais e sobretudo melhor. Enfim, uma manhã cansativa, terminada com uma sande de secretos grelhados gigantesca, mas que me consolou, consolou ! Em falta o artesanato, que também o há por cá, mas se calhar  ao preço que é cobrado aos artesãos não justifica a presença.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Fazer as pazes ?

A Comissão Parlamentar do BES terminou os seus trabalhos com aprovação do relatório por todos os partidos, coisa rara neste Parlamento. Se a forma como foi gerida por Fernando Negrão, a competência mostrada pelos deputados participantes, já nos tinha mostrado que se pode fazer política sem chicana, demagogia e impreparação, este último acto foi a cereja em cima do bolo. Este deve-se muito a um deputado, desconhecido para muitos, Pedro Saraiva do PSD, vindo de Coimbra. Para mim é conhecido, embora não pessoalmente, claro. Foi vice-reitor da Universidade de Coimbra, e é uma pessoa de uma competência e metodologia de trabalho a toda a prova, e é uma referência em Portugal na área de Qualidade, sendo um dos seus experts. Questiono-me o que faz na política, pois dela não precisa, mas afinal quando os bons entram na política fazem a diferença, seja qual for o partido em que estejam. Ficou provado que também há gente preparada e humilde na política. Não dão nas vistas mas fazem muito bem o seu trabalho.

Florida

Mais uma primeira tela, agora da Cândida, no grupo do Centro de Convívio. Com cuidado, delicadeza e trabalho simples mas dedicado conseguiu como todos que temos sempre alguma coisa a dar. Julgo que ultrapassar uma dificuldade nos deixa sempre um pouco mais felizes.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Interrupção

Forçada por problemas com o computador, uma paragem que me obrigou também a entrar em despesas, por a máquina anterior entrou em colapso. Após sete anos de bons e leais serviços também não poderia exigir mais. Ainda assim ressuscitou e agora vai ainda trabalhando, mas fiquei privado dele durante uns dias. Regresso de novo para continuar a reflectir acerca de tudo e de nada. Um bom hábito.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Paisagem

Para mostrar que a paisagem se planeia, se protege e é património. Vejamos aqui um exemplo, com esta bela pintura de flores, que pululam no Baixo Alentejo, e depois como isso se destrói por uma construção ruinosa, bem como fios elétricos e outra tralha "tecnológica". Ora valha-nos Deus.

Flores

Estas foram pintadas pela Maria José, uma senhora já com alguns anos, aquilo que agora chamamos "senior", e que participa no grupo no Centro de Convívio, aqui em Ourique, Esta é apenas a segunda tela que faz na sua longa vida, e representa um vaso junto de uma janela. Não estando uma perfeição, mostra a dedicação, o bom gosto e o talento, o que não tem idade.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Espreitar

Aproveitam o espaço livre no muro para espreitar, para tráz a prisão, deste lado a luz e a liberdade.

domingo, 19 de abril de 2015

Dia da Flor

Sim mas não é na Madeira. Aqui mesmo no Alentejo profundo a flor está em todo o lado, mesmo aqui ao lado. Não é para aprisionar numa jarra, para alimentar com adubos que lhes dão aquele aspecto artificial mas apenas e só as flores do campo que rebentam por todo o lado. Uma pintura natural.

Vitorino Salomé

Ontem fui ver Vitorino ao vivo aqui mesmo em Ourique. Também o Grupo Coral de Ourique. Excelente espectáculo promovido pelo Municipio já no quadro da comemoração do 25 de Abril. Vitorino continua no seu melhor, "canta apenas aquilo que sabe" como disse várias vezes perante o enfado, diplicência até pouca educação de algum público que entrava e saía da sala sem respeito algum pelo trabalho do artista, levantava-se e saía ou abria e fechava as portas durante as canções sem respeito pelos outros (coisa aqui muito normal, pois muita gente sente que vive sozinha no mundo sem qualquer obrigação de respeito pelos outros). Pela primeira vez ouvi ao vivo os versos que servem de subtítulo deste blog, retirados precisamente da canção Sul de Vitorino. A sua voz está muito boa, e o seu estilo não muda ao sabor de modas ou comércios. Se preferiam a música pimba "entraram na porta errada".

Selma

Selma não é uma pessoa é um local, fica no Alabama, nos EUA, e foi a partir desse local que decorreram grandes manifestações que levaram os negros americanos ao direito efectivo de voto, em 1965, embora já fosse reconhecido legalmente, os truques das comissões de recenceamento impediam na prática a inscrição dos negros. Nesta luta, Martin Luther King, recem premiado Nobel da Paz, teve o papel determinante, pela sua coragem, determinação e influencia politica, sempre defendendo a não violência, e a luta baseada em três palavras chave, "negociar, manifestar e resistir", mesmo que sobre eles se abatesse a violência, resistir pela não violência. Um exemplo que hoje serviria de inspiração num mundo radicalizado. Esses acontecimentos deram origem a um filme, em 2014, e que vi agora, numa excelente interpretação de David Oyelowo, no papel do Dr.King. Nestes tempos quem sonharia sequer com Obama presidente, Martin Luther King foi assassinado em 1969, mas seu "sonho" fez o seu caminho, e neste filme entendemos bem o seu ideal e a forma como o pensa por em prática. Filme a ver.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Elvis "with girls"

A dona e sua irmã de visita ao Monte da Rocha com o jovem cão. Não fez disparates, não chateou demais, porta-se bem mas "cão é cão". No meio das pedras, das terras, o sentimento de liberdade apossou-se dele, e até cão gosta de ser livre e estar acompanhado de gente amiga.

Elvis "on the rocks"

Sim, isso mesmo, de visita ao Monte da Rocha, onde deu algumas voltas com a dona e posou com a pai da dita, isto é, eu próprio. O animal gosta de fotos, e foi a sua primeira saída ao verdadeiro "campo" e logo no Baixo Alentejo, onde os cheiros abundam, os polens estão enfurecidos, os odores disponíveis para serem cheirados pelos especialistas, isto é os canídeos. Uma manhã em cheio, viu que terra não existe só nos vasos das flores.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

A acumulação primitiva continua ...

Ora nem mais, Isabel, a rainha africana, a princesa do poderoso Presidente, a filha do "mais velho", a engenheira nascida e formada na URSS, tal como seu engenheiro pai, vai sacar mais 200 milhões da sua conta, será ? e vai comprar a jóia da tradição industrial da sua ex potência colonizadora, a EFACEC. A mulher não pára, tudo compra tudo vende, apropria-se, transforma, ganha muito, arrisca, e candidata-se a nova "dona disto tudo". Maravilhosa Isabel, saída directamente da acumulação primitiva de capital, defendida por seu pai de uma forma "patriótica", para a acumulação capitalista. Um filósofo  do século XIX descrevia assim aquilo que se passou, e que criou esta Isabel, e muitas outras e outros, e que descreveu desta forma :

" Historicamente, isso foi possível graças às riquezas acumuladas pelos negociantes europeus com o tráfico de escravos africanos, com o saque colonial e a apropriação privada das terras comunais dos camponeses, com o protecionismo às manufaturas nacionais e com o confisco e venda a baixo preço das terras da Igreja por governos revolucionários. Com o advento da Revolução Industrial, conclui Marx, a acumulação primitiva foi substituída pela acumulação capitalista."

Quando o barbudo escreveu isto estava-se no final do século XIX, mas já nessa altura pensava em gente como a Isabel, com as devidas adaptações claro ! (onde se lê negociantes europeus, por exemplo, leia-se "clepto-elite africana")

terça-feira, 14 de abril de 2015

Irritante

Começa a ser irritante que o Estado se pretenda alcandorar a policia dos costumes. Antes dos 18 anos pode-se ser pai, mãe, desempregado, pagar impostos, conduzir mota ou bicicleta, fumar, tabaco ou outras substancias, casar, divorciar-se, mas não vai poder-se beber uma cerveja, ou um copo de vinho, Beber pode, não pode é comprar. Ora bolas, não defendo a bebedeira, o pifo, mas acho que é demais querer resolver um problema por decreto. E depois não se vai controlar, já hoje assim é e a nova lei não vai resolver nada, e vai atrapalhar ! Metam-se na vida deles e deixem os jovens em paz.

Desenho

Uma exposição recomendável aqui pela terra, desenhos, caricaturas, pinturas de Sérgio Carbono na Biblioteca Municipal. O desenho é preciso e imaginativa, a cor e o traço aproximam-se da banda desenhada, está tudo muito bonito e com grande simplicidade. Deixo aqui está árvore em que a tinta da china e a tinta acrílica ponderam, para além de um sentido estético que me toca.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Telha

Também pode ser uma telha decorativa, entretanto parada e agora concluída com verniz acrilico e tudo o que merece. Já agora uma outra para lhe fazer companhia debaixo de telheiro e porque não com um moinho, um burro e o moleiro. Assim será. O "professor" tenta dar o apoio possivel, na foto estava bem disposto, claro !

Entusiasmo

Não é fácil mas o entusiasmo das alunas prossegue bem como a vontade de fazer melhor. Eu sei que muitas vezes a minha exigência contraria a vontade de dar o trabalho por acabado, mas não é perfecionismo mas vontade de que as pessoas possam dar o seu melhor. Só páro quando me parece que não podem melhorar mais. Daí  por vezes alguma contrariedade para quem tem um pouco mais de "pressa".

sábado, 11 de abril de 2015

Regressar

Após mais uma ida a S.Marta para rotina, de novo de volto para mais uma crónica dos dias contados. A minha janela vira-se agora para o tema do momento, os candidatos a candidatos. Eles começam a despontar por todo o lado, num jogo de oportunidades, tentando a melhor forma de manifestarem a sua vontade, induzindo apoios, o tempo certo para o anúncio, e o posicionamento mais indicado. Sendo um cargo para o qual é preciso vontade individual, seria interessante que, sem qualquer manobra prévia os candidatos se candidatassem, ou não, sem esperas, sem demoras, sem procurar condicionar os partidos dos quais dizem não depender. Mas não. Nem todos fazem como Henrique Neto, que decidiu pela sua cabeça e avançou. Agora confesso a minha surpresa perante o interesse para um cargo que tem tão poucos poderes, ao que dizem, e é tão mal remunerado. Afinal os lugares na política não ficam por preencher coisa que parecia poder suceder, ou será ingenuidade minha ?

terça-feira, 7 de abril de 2015

Desconfiança

Parece que estou desconfiado de algo nesta foto. No entanto a dona Graciete está a lutar contra dois belos flamingos rosados. numa lingua de areia junto ao mar. O problema está no céu, que saiu do normal azulinho claro e está laranja, amarelo, avermelhado e até cinza. Uma grande mistura que requer um trabalho de harmonia ou de contraste, daí a desconfiança acerca do meu próprio resultado. Veremos o que sai. A atitude das pessoas essa não muda e crê no que faz, apesar das dúvidas e das hesitações. Aprender aprende-se fazendo, neste caso a pedagogia é activa e muito simples, e resume-se em "tentativa e erro".

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Segunda feira de aventuras

Á segunda  há atelier de pintura e hoje não foi exceção. A dona Rosário vai aqui executando o que poderá vira a ser uma paisagem de magia, com queda de água ao fundo, mas não sabe o que a espera ainda, pois é algo de complexo e não se compadece com pressas, que ela não costuma ser apressada. As cores devem ser saboreadas lentamente procurando o resultado pela insistência, a paciência e a delicadeza, e tem aqui tudo para dar certo.

domingo, 5 de abril de 2015

Elvis com dama

Não podia vir só e sem quem o trouxesse. Assim deixou-se fotografar com a dama, a minha filha  Inês. Começam a ser inseparáveis. A melhor vida é a de cão.

Elvis no Alentejo

Veio de visita ao Alentejo e esta foi o seu primeiro contacto com o mundo exterior, a terra, as plantas, o ar livre no terraço, onde ampliou muito a sua "biblioteca" de cheiros, exercitando as narinas. Aproveitou para posar para a fotografia.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Campaniça

Pedro Mestre lançou o seu primeiro disco em nome próprio, "Campaniça do despique". Depois de anos a dedicar-se a dirigir corais alentejanos, a recuperar, tocar e construir violas campaniças, salvando este instrumento da extinção quase certa, fez parte do grupo "Quatro ao sul", e agora aparece num disco muito bom, para quem gosta da música do Alentejo, pois não sendo cante tem muito dele lá dentro, e ainda mais da viola campaniça, a viola de cordas de arame tipica do Baixo Alentejo. Ouvi e gosto e até recomendo, pois encontramos muitas músicas com muito sol lá dentro. Apenas um reparo, se me é permitido, a capa é de muito mau gosto, na minha opinião, acho que "não havia necessidade".

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Manoel do Oliveira (1908 - 2015)

Cá está noticia que ninguém gostava de dar. Aos 106 anos morre o velho cineasta. Amado por muitos, detestado por ainda mais, e ignorado por muitos mais. Vi no cinema pela primeira vez, no velho Estudio 444 próximo do Campo Pequeno, penso que em 1973. Para mim nada de especial. Depois acompanhei os seus filmes, e vi alguns em DVD, recordo um de que gostei bastante, "Vale Abrão" com a sua actriz de eleição, Leonor Silveira, e outros de que não gostei nada, a maioria. Lembro uma sessão absurda em que vimos o "Francisca", no Clube de Leitura, e acompanhar a projeção com o livro da Agustina na mão, sessão interminável, e dificil de suportar. Mas isso que interessa se estamos perante um homem genial em tudo o que fez e que levou longe o cinema português, abrindo caminhos desbravando montanhas.

S.Marcos

Uma vila do concelho de Castro Verde, onde o cante alentejano está muito vivo, é mesmo S.Marcos da Ataboeira. Visitei e deixou-me marca a pequena capela muito do sul, pela sua traça, pelo que decidi aproveitar os dois tema numa tela a óleo, quase naif. Ficou assim.