terça-feira, 31 de maio de 2016

Contributo

Pois hoje é o dia do irmão. Arranjam cada coisa !!! Tenho pena de não ter irmãos mas assim não foi possivel. A unica forma de referenciar este dia é mostrar qual o meu contributo para ele, e a foto ilustra com exuberância esse contributo. Claro que o de quatro patas intrometeu-se ali no meio e nada tem a ver com o filme !

Mão que embala o pincel

Uma mão real e que procura com esforço cobrir uma superfície que será um céu. O céu não é fácil e a mão tem receio em o atacar, sabe o trabalho que a espera e as ordens que vai ter de cumprir, sim porque o problema não está na mão mas sim na cabeça. Será ela que determina o tom. a espessura, a densidade, o valor, a intensidade, a forma, a profundidade, a dimensão, a cor, a quantidade e qualidade de tinta a aplicar. pois a mão apenas executa, e por vezes mal as boas e as más  ordens. A mão apenas "embala o pincel", acaricia e cria todas as condições para estar "ao dispôr". O céu esse céu é a cabeça que o imagina, o vê, prevê, revê, e dita como quer, como gosta. Assim a mão não está em roda livre, procura os seus graus de liberdade, sim mas precisa de liderança.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Chuva

Agora já não será actual, mas a chuva implica um desfile de chapéus bem alinhados pela Bárbara, que afinal até pode ser alegre e colorido. As cores e o desenho representam bem a imagem feminina, e é sempre um bom exercício dado a dificuldade das paisagens com chuva. Um trabalho bonito de se ver. Com o seu talento a artista pode dedicar-se mais a trabalhos mais criativos.

Hoje

Hoje foi dia de atelier de pintura na Aldeia de Palheiros, e nestas manhãs a cabeça está mais concentrada na ponta dos dedos e na mão que comanda o pincel do que nas dores nas costas, nas pernas. nos joelhos, tudo isto abençoado por Deus, claro. Pois a sala onde fazemos os trabalhos situa-se por baixo desta bela capela construida em 1987 e onde Deus zela pelo bom caminho dos traços e pela cabeça que decide como passamos o tempo. Assim Deus comanda a vida, para quem acredita, e nisto da pintura não sabemos nada, o segredo vai sendo desvendado à medida que vamos fazendo. Senão sai tudo "zembro".

sábado, 28 de maio de 2016

Janela-te

Todos nos podemos pôr à janela, na janela da casa, na janela da vida, na janela da rua, na janela da certeza, na janela da dúvida, neste caso na janela da Funcheira, onde na realidade esta se situa, no caso a ver passar a procissão, que hoje tem lugar pois é dia de festa no local. Assim aproveito para chamar a atenção sobre esta aldeia onde se passa, pois lá se apanha comboio, mas onde pouco se fica. A janela está no edificio onde se prevê fazer um lar, que já tarda, mas que será realidade, só não sabemos quando. Ficamos assim à janela a aguardar o desenrolar dos acontecimentos.

terça-feira, 24 de maio de 2016

O passo e a perna

As encomendas familiares têm o seu preço, e muitas vezes obrigam a dar passos maiores que a perna. Mas nada que nos desanime. Sempre se faz uma forcinha e procuramos tornar as coisas um pouco mais simples nem que o "professor" tenha que morder a língua e pegar no pincelinho. Depois de dado o empurrãozinho as coisas parecem recomeçar e tudo se renova até se começar a dizer "está fofinho". Verdade ou mentira estamos aqui para nos distrair e não para stressar.

Sequeira

A minha filha Inês esteve no sábado na noite dos museus e enviou uma foto que mostra o "Sequeira no sítio certo". De facto o quadro é belíssimo, e temos de estar orgulhosos por uma campanha bem sucedida num tema que não é futebol, nem social, mas que tem a ver com a cultura. E lá se juntou o dinheiro que poderia ter ido para o Banif ou coisa parecida. Não vamos esconder que uma boa parte veio da Fundação Ahga Khan, mas ainda bem que existem fundações com origens islâmicas que não se dedicam a promover bombistas mas pintores... E assim "A Adoração dos Magos" lá está com a sua luz fabulosa.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Explicar

O "professor" tentou explicar algumas das obras expostas, dentro daquilo que lhe pareceu interessante para as pessoas, já que no Forum Municipal ninguém o quis fazer. Ao questionar uma das técnicas foi-me dito que "a senhora do bar podia acompanhar as pessoas", como se as pessoas  precisassem de companhia. e mais ainda a técnica completou dizendo "são só quadros". Mas que tristeza estas pessoas pagas pelo contribuinte não se esforçarem um pouco mais. Uma vez que os funcionários estão mais preocupados com as suas 35 horas, os voluntários podem fazer o trabalho !

Repouso

O grupo de pintura da Aldeia de Palheiros hoje substituiu a sessão de pintura por uma visita à exposição "Cores da Memória" do pintor António Carmo, exposto em Castro Verde. Vimos as enormes telas muito coloridas, a maneira como faz as belas tonalidades de amarelo, azul, roxo. como pinta como tirado de um sonho, e multirepresenta imagens humanas. flores, frutos, numa composição que transporta felicidade. A alegria da côr, a imagem dos dias luminosos.

domingo, 15 de maio de 2016

Tinta da china

Durante a passada feira de artesanato das Amoreiras Gare estive no mesmo stand partilhado com duas jovens, uma delas de nome Catarina Gaivoto, de 18 anos, verifiquei ser uma potencial excelente ilustradora, e mostrava desenhos a tinta da china e a grafite, muito interessantes, tendo mesmo proposto comprar-lhe um desenho que tinha afixado. Disse que não vendia pois eram trabalhos escolares para avaliação, e assim ficámos. No final da feira ofereceu-mo ! Simpático ! agora fiz uma pequena moldura com pass-partout negro e ficou como se vê. Em troca ofereci-lhe um dos meus casais de cegonhas.

sábado, 14 de maio de 2016

Aniversário

Hoje participei na comemoração do quarto aniversário da Unidade de Cuidados Continuados de Garvão. Tiveram a gentileza de me convidar para o almoço e de tarde houve festa que inclui os funcionários e utentes. Ambiente simpático e convivial.  Os sonhos cresceram e deram origem a uma realidade que acredito custe muito a tornar sustentável, o que requer gente corajosa. As minhas telas lá continuam pelas paredes mas são poucas, e algumas já não me reconheço nelas pelo que gostaria das melhorar ou substituir.

Sol ?

Será que temos finalmente o sol. O inverno nunca mais acaba. a primavera não chega e parece que passamos finalmente e directamente ao verão. Hoje pela manhã entrou o sol pela minha jamela, como se pode atestar pela foto em anexo. Estou farto de frio, humidade, chuva, e espero que seja para ficar de vez, mas já não acredito em mais nada. Acredito no que vejo, e vejo o sol projectado no chão  da minha cozinha.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Primeira Janela

Esta foi mesmo a primeira janela que pintei, e não é alentejana como se pode constatar, é da minha terra, isto é Lisboa. Pintada em 2008, foi aqui que lhe ganhei o gosto. Demorou mais de dois meses a fazer, sendo que o mais complicado foram os azulejos que revestem a parede, que tive muita dificuldade em manter direitos e credíveis. Nos ultimos anos a tela tem estado na Unidade em Garvão, agora alguém comprou, colocou uma moldura e aqui está o resultado. Neste caso penso que a moldura, embora simples enriqueceu o produto. Apesar de ser um trabalho de principiante, não saiu nada mal, agora faria de outra forma, poderia ter melhorado mas achei melhor deixar estar, pois para mim tem um grande valor.

Boas novas


Depois de aumentar as pensões dos idosos em 1,54 euros, prossegue a senda de repôr o rendimento das famílias, com a baixa de um cêntimo no preço dos combustíveis. Assim, o país rende-se agradecido, venerando e obrigado ao esforço de melhorar a riqueza dos portugueses. De fora ficaram os funcionários públicos que "apenas" tiveram a reposição do que "lhes era devido", e esperam ainda o regresso às 35 horas, coitados apenas uma irrisória compensação por "tudo o que lhes foi tirado" e claro, não foi aos restantes portugueses. Temos pena, mas há que agradar aos sindicatos das avoilas e dos nogueiras deste mundo, pensará Costa.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Estevas

Mas há participantes no Grupo que nem precisam de indicações. têm asas e voam. É o caso da Bárbara que produziu estas duas pequenas telas quase sem qualquer indicação. O resultado é uma recriação das populares estevas, que estão um pouco por todo o lado, e um pequeno campo. Dá para apreciar.

Casas


Muitos dos trabalhos produzidos pelos grupos de pintura que animo são muito interessantes  para iniciados, apesar de algumas resistências. Os temas são muito próximos e talvez o mais popular sejam as casas e os campos alentejanos, motivo de contemplação e orgulho para muitos, nos quais me incluo. O registo muitas vezes é naif, mas estéticamente manifestam algum sentido. Fica aqui trabalho e meio, a foto cortou, produzido no Grupo de Garvão.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Ritual

Parece um ritual anual em que pessoas que deixaram de se ver há muitos anos se reencontram para actualizar as novidades e refazer laços. Alguns de nós já não nos reconhecemos, nem temos nada em comum que não seja este trajecto de alguns anos pela empresa em que todos gostá mos de trabalhar, mas nem sempre com uma relação sem problemas. Mas isso é passado e o passado conta apenas para escavar coisas em comum, recuperar fósseis que há muito petrificaram no tempo. As barrigas cresceram, os cabelos ficaram brancos, as rugas chegaram, para alguns o próprio tempo também já terminou. É a lógica implacável da vida que mal damos por ela já passou, ou prepara-se para nos passar a perna. Na foto estou de volta da sopa, e confesso que recordar ou actualizar  noticias também acaba por fazer bem. Para o ano há mais.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Desenhos

No conteúdo do workshop incluia-se inicialmente exercício de desenho. Na perspectiva de que o quadro basta-se a si mesmo, a imagem exterior é apenas um ponto de partida do qual poderemos retirar várias vistas que depois juntaremos num único desenho ao qual aplica-mos as sete regras cubistas para desenhar e assim vamos desconstruindo o modelo, mais ou menos consoante quisermos. Um belo trabalho mental sem dúvida, bom para quem quer puxar pelos neurónios. O observador tenta reconstruir como pode e se quiser. Simples não é ? Na imagem dois desenhos a carvão "by me".

domingo, 8 de maio de 2016

Inaugurações

O nosso ex primeiro ministro não foi à inauguração do Túnel do Marão, pois mesmo sendo primeiro ministro não iria, mandaria o ministro, e durante os últimos quatro anos não foi a nenhuma inauguração. Pois, pudera, durante este tempo não fez nenhuma obra. Certo  que também não havia dinheiro para as fazer...

Concentração

O grupo de pintura que procuro animar em Garvão é bastante talentoso e tem produzido bons trabalhos. Isso deve-se muito ao empenho, talento e trabalho das participantes, e concentração numa actividade que acredito gostem, sendo algo mais do que um passatempo. Na foto está a prova. uma das participante em verdadeiro teste de concentração, quase terapia. A pintura faz bem e nem é preciso receita, é quase comparticipada a 100%.

Cubismo

Mais um workshop da Stela Barreto neste fim de semana. O tema era aliciante para quem gosta de arte, pois o movimento cubista é talvez dos mais interessante da arte moderna, tendo como iniciadores pintores Georges Braque e Pablo Picasso, Os exercicios permitiram compreender a visão cubista no desenho e na pintura, Fica aqui o trabalho final que fiz, e muito trabalho deu, talvez não seja evidente  porquê.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Educar

Conheci ao longo do meu trabalho excelentes colégios privados e públicos e más escolas privadas ou públicas. Os rankings mostram os privados nos primeiros lugares mas não é por serem privados que aí estão. Também podem encontrar privados nos últimos lugares. A própria Constituição diz que o sistema de ensino se compõe dos ensino público, particular e cooperativo. Daí que me pareça que o sistema actual é bom e equilibrado. Não justifica mais colégios privados, mas também a oferta pública será suficiente, pois até abriram escolas públicas em locais onde já havia ensino particular com acordo com o Ministério, o que parece uma aberração. O privado se quiser alargar para além do que existe deve também correr os seus riscos. Assim julgo mais uma das idioteiras de um ministro que pode ser um brilhante investigador mas de educação nada sabe, vir alterar a meio do jogo as regras de financeamento. O Estado não pode servir-se das escolas privadas quando convém e depois atirar com esse investimento ao lixo, apenas porque " acredita" na superioridade moral da escola pública. Percebo que se é verdade o que dizem, que o sr Mário Nogueira já meteu o ministro num chinelo, a medida até faz sentido. Mas será que um ministro pode dar mais valor aos sindicatos do que aos pais e às familias e sobretudo aos alunos. Assim não, volte lá para os seus tubos de ensaio e deixe as crianças em paz sr ministro ! Afinal não se entende porque não se aplica na Educação o mesmo da saúde, ou quem paga os hospitais privados senão os descontos dos funcionários públicos ?

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Lilás

Estão por todo o lado na beira das estradas aqui pelo BA, com muitas flores lilázes e algumas com muitas flores e poucas folhas verdes. As flores produzem uma mancha arroxeada que anima as estradas e faz  contraponto com o amarelo e verde dos campos.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Assinar

Toda a obra tem uma assinatura, e a Maria Antónia não deixa a obra por assinar, pudera tanto trabalho lhe deu, tanta pincelada, pormenores, luz, sombras e muito mais. Penso que foi o trabalho mais complicado que fez e obrigou a alguma ajuda mas levamos a bom porto. São trabalhos sem pretenções que se explicam por sim mesmos, podem ser colocados no corredor ou oferecidos o que acontece na maioria dos casos. Quem não gosta de um trabalho feito por alguém de quem gostamos ?

Terminado

Ontem na Aldeia de Palheiros, mais uma sessão, mais dois trabalhos terminados e como manda a tradição assinar e tirar o retrato para que fique no arquivo dos momentos "artisticos" de cada uma das participantes. Aqui fotografa e fotografada ficaram na fotografia.  O trabalho que fazem é extrordinário de dedicação à batalha contra o isolamento e a solidão, tornando a vida um pouquinho mais feliz, nunca altura da vida em que parece que já nada de melhor virá.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Estrada

Uma estrada em erva entre duas colinas floridas na subida quando se sai de S. Martinho das Amoreiras. Um recanto muito bonito mas visto ao vivo tem o que falta na foto, uma dimensão imensa que aqui não se revela.

domingo, 1 de maio de 2016

Coragem

Para vocês que andam sempre à procura de imagens com passarinhos, gatinhos, cascatas e paisagens das fábulas para pintar, quem tem coragem de pintar à sua maneira, claro, uma verdadeira paisagem alentejana tirada esta manhã e que nem foi ao congelador ? De facto o Alentejo e as suas cores são uma fonte inesgotável que muitas vezes desprezamos.

Paulo Varela Gomes (1952-2016)

Quando morre alguém nascido em 1952 fico alerta, é o meu ano de nascimento e se calhar podia ser eu. Aliás eu próprio já morri no dia 26 de Dezembro de 2010, só que tive a sorte rara de ressuscitar ! Mas nem sempre são os melhores que renascem ! Acontece que o Paulo Varela Gomes é alguém que é um brilhante historiador, escritor, investigador, e documentarista, com várias séries de televisão em geral acerca da senda dos portugueses no Oriente (a série "O mundo de cá" foi um bom exemplo ). Mas não teve a possibilidade de renascer. Andou comigo no Liceu Nacional de Oeiras, no 4º e 5º ano do liceu. Era um miúdo franzino, muito bom aluno, que se sentava numa carteira junto à parede, discreto, Estávamos em 1965, e eu sabia, porque em casa se falava disso à boca pequena, que o Paulo era filho do coronel Varela Gomes, implicado no Golpe de Beja contra Salazar, era perseguido, e foi expulso das Forças Armadas, e eu achava que a concentração do Paulo nos livros e no estudo lhe vinha dessa descendência muito complicada naqueles anos, em que parecia que a ditadura era um "estado natural" das coisas serem. Depois perdi o contacto com ele, pois foi para Letras, para onde iam as raparigas, e única turma mista no Liceu, e eu para a célebre alinea F, isto é Ciências, assim passou a ter aulas de manhã com as meninas, e eu mantive a tarde apenas com rapazes. Só muitos anos depois o vi na televisão, mas era a mesma cara, os mesmos óculos redondos mas agora um historiador que falava das descobertas dos portugueses. Quando as pessoas do meu ano morrem algo toca dentro de mim. Podia ser eu, mas eu não, eu até já morri.