segunda-feira, 30 de abril de 2012

Dia Internacional do Jazz

Celebra-se hoje pela primeira vez o Dia Internacional do Jazz. Promovido pela UNESCO, expressão musical que "pode derrubar barreiras e simbolizar a paz e a unidade" segundo os promotores. Não que seja grande entusiasta dos "dias internacionais de" mas em certos casos vale a pena centrar a atenção nesse dia, no tema proposto. O jazz, como expressão musical vale a pena, na exacta medida em que toda a música boa vale a pena ser ouvida. Fica aqui um clássico "Good bye pork pie hat" por um clássico Charlie Mingus com Gerry Mulligan em 1975, Festival de Jazz de Montreux.

Estão de parabéns

Segundo notícia divulgada pelo Município o Centro de Cuidados Continuados de Garvão foi aprovado e vai abrir já em breve. Agora só depende deles. Para o pessoal que estava na expectativa da abertura e se empenhou no projecto esta é uma excelente notícia. Quem espera desespera, e já estava a acontecer. Boas notícias então para todos, e em especial para Ourique que bem carecia desta infraestrutura de apoio.

Porque haveria de ser diferente ?

Embora não goste de comentar o futebol, quando se sabe do título de novo ao FCP, porque não dar parabéns ao menos mau de todos.... Quando ontem uma equipa jogou com 8 jogadores contra 11, quando dizem que há 80% de clubes com salários em atraso, quando um dirigente diz que "só" deve três meses de salário aos jogadores, quando se vê a loucura das contratações dos chamados "grandes", quando no fim de um jogo os árbitros são sempre o "bombo da festa", quando se vê aquilo que parece ser o caso PPC (Cristóvão e não Coelho...) e os seus sinistros contornos, o que vemos ?  Vemos Portugal, o mesmo que vemos fora do futebol. Só que parece que eles não sabiam e queriam passar por entre  os pingos da chuva. E ainda querem aumentar o número de clubes no campeonato, para multiplicar a desgraça. Tenham mas é juízo.

domingo, 29 de abril de 2012

Algo mais

Uma pintura de uma janela pode representar para quem a vê algo mais que uma janela. É o caso desta janela. O que se viu através dela ? O que se viu quando se olhou para ela ?  O tempo que se passou a fazer uma cortina, com delicadeza e dedicação. Não resisto a Pessoa.

"Será que a mente, já disperta
Da noção falsa de viver,
Vê-se que, pela janela aberta,
Há uma paisagem toda incerta,
E um sonho todo a apetecer ?"

sábado, 28 de abril de 2012

A preto e branco (ou quase)

Mais uma pintura com cegonhas. Nestas procurei privilegiar o branco e o preto, dentro das suas tonalidades. Apenas um pequeno toque alanranjado para cortar.
Feito para oferecer a uma pessoa que faz hoje anos. Esperemos que goste. Mesmo que o destino não seja  a parede.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Alimentar o ego

Ministros, primeiro ministro, comentadores, políticos da UE e outros palradores são unânimes no "sucesso" da aplicação do plano da Troyca. Tomara que seja verdade. Mas se o fôr não será preciso tanta vez se falar no mesmo, a não ser para alimentar o ego. Receio bem o provérbio "uma mentira repetida mil vezes..." pois para já a execução orçamental não confirma.
Agora sei que, ainda hoje, Joseph Stiglitz, prémio Nobel da Economia de 2001, veio dizer que o plano de austeridade que se está aplicar na UE só pode conduzir ao suicídio... Sem mais !
Quem terá razão ?

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Exótico Hotel Marigold

Para quem quer ir ao cinema, num gesto normal, nos cinemas da Guia, depara-se com o problema de escolher, pois as propostas vão sobretudo para filmes para todos. Ou então aqueles catastróficos e de violência gratuita. Assim optámos por este. O mais aceitável do que estava exposto.
Não sendo uma referência de nada (no entanto o realizador Joe Madden ganhou um Óscar no passado), é um filme que se vê com agrado. Uma comédia, com final positivo, bons actores e um argumento engraçado. Passa-se com um grupo de reformados que opta por passar os seus últimos dias na Índia, mas não prevê alguns precalços que podem estragar tudo. Afinal a vida pode ser transformada e os acasos vêm resolver muitas coisas que finalmente "encaixam". Os ingleses presentes em grande número na sala riam a bandeiras despregadas, nós, talvez pelo inglês pobretanas apenas sorría-mos. Não havendo outro, é um bom entretenimento. Julgo que se trata de uma produção de Hollyood das Índias...

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Um dia como os outros

Era um dia igual aos outros. Uma manhã cinzenta. Tinha acordado muito cedo, os trabalhadores estremunhados estavam, como sempre, a matar o bicho na tasca do Tira-Picos. Esperava o autocarro pachorrento na paragem, como em todos os outros dias, seriam cinco e meia, seis menos um quarto. No interior da camioneta da carreira para Cacilhas, gente ensonada pendia, com a cabeça encostada aos vidros sujos e embaciados. Tlim tlim pode seguir !!! o fumo enchia o autocarro com um cheiro intenso, mistura do cheiro das beatas , atiradas ao chão, com outros mais orgânicos... Os cigarros fumados ávidamente até à pirisca, eram atirados ao chão e pisados sem comiseração, o que fazia do chão uma pequena lixeira.
O sono, o silêncio, a modorra a todos entranhava.

A cada paragem do autocarro entravam duas ou três pessoas, cigarro nos beiços, grunhiam um bom dia cavernoso para os restantes passageiros,  Afinal todos da mesma classe trabalhadora, que na altura se chamavam de classes laboriosas. Estudantes um ou outro, dos que entravam às 8, como eu.

Após muitas paragens, e tombos que lhes estavam associados, eis que chegámos ao nosso destino, o cais de Cacilhas. Ainda era noite. A neblina era visível junto dos candeeiros do largo, produzindo uma auréola amarelada à volta das lâmpadas de luz triste. A maioria dos passageiros ficava por ali, trabalhavam nos estaleiros de construção ou reparação. Na Lisnave, na Parry&Son, ou noutros no cais do Ginjal, em lojas ou oficinas. Todos teriam de comer a sua "bucha" antes de pegar às sete, num dia de trabalho de muitas horas. Sentavam-se no chão em frente aos portões de ferro dos estaleiros e ali mesmo comiam o pão que vinha de casa.

Outros, como eu, saíam no largo e esperavam pelo barco para o Terreiro de Paço. Apanham humidade na cabeça enquanto não abriam a cancela, que consistia numa simples corrente que um marinheiro, que tinha dormido ali mesmo, num barraco no pontão, abria quando se aproximava a hora da partida do barco, e fechava alguns momentos antes, para evitar que os passageiros atrasados, à corrida, se lançasem do pontão para as esquilhas do barco, e caíssem nas águas frias e sujas do rio.

Assim, aguardava. Um cheiro misto de maresia, lodo e esgoto entranhava-se nas narinas. Puxava-se a gola para o pescoço, para suportar a humidade.

A entrada no barco cacilheiro, onde o cheiro a maresia se confundia com um intenso odor a urina, fazia-se por uma prancha de madeira sem guardas, que subia e descia ao balanço das ondas leves do Tejo. O interior era desolador. Bancos de madeira corridos, tapumes de lona mal cheirosa de tanto mofo, chão pejado de beatas, lâmpadas de uma luz baça que pediam "apaguem-me"...

Afinal o conforto possível por um bilhete de sete tostões!

Quando os motores do barco se punham em marcha uma intensa vibração sacudia os passageiros, um rouco ensurdecedor vinha das suas entranhas, e eu olhava para o fundo do poço das máquinas, donde saía um cheiro forte a combustível, e um calor intenso que nestes dias de Abril frio, era agradável. No fundo apenas um homem de calças de cotim e mangas de camisa, cumpria as ordens que vinham da torre de comalndo; "à ré", "média", "todo o vapor", etc, as ordens sempre acompanhadas com o tilintar de uma campaínha. O maquinista tinha um ar esquálido, normal em alguém que vivia o seu dia de trabalho sempre abaixo do nível da água, suportando ruído e cheiro próprios de um condenado.

A viagem fazia-se sem sobressaltos e durava cerca de quinze minutos. Caso quisessemos, e se o frio permitisse, podíamos abrir a porta e viajar na amurada. Aí apanha-se o vento da manhã, ouvia-se o ruído das águas cortadas pela proa do cacilheiro.

Se o frio fosse mais forte, podíamos acompanhar a viajem olhando o Tejo, onde os navios, ainda no escuro da madrugada pareciam sombras plantadas no meio do rio; havia por ali sempre três ou quatro prontos para levantar âncora e partir para os confins deste Portugal, que se estendia entre o Minho e Timor. Bastava só imaginar, pois desse Portugal pouco se sabia para além do que vinha nos livros de História oficiais e únicos, ou das notícias censuradas da Emissora Nacional.

Costumava observar o movimento dos barcos, e à medida que nos aproximavamos do Terreiro do Paço, avistavam-se as luzes e os edifícios iluminados duma praça, áquela hora quase vazia, e onde a manhã parecia começar a nascer.

Era naquela praça que eu trabalhava. Não na praça, mas num dos seus edifícios. No entanto naquele dia, em vez de ir trabalhar, ía para outro local, para a escola onde estudadva o IST, que ficava mais longe, na Alameda. Tinha nesse dia um exame oral, uma disciplina com um nome estranho, "sistemas lógicos", cuja matéria pareciam o contrário de toda a lógica, em particular da lógica em que vivia.

Atravessava o rio com estes pensamentos. Por vezes vinha-me à ideia aquelas matérias estranhas, com as quais me iria debater dentro de poucas horas. Outras vezes estendia os olhos pela praça vazia.

Mas nesse dia igual aos outros o Terreiro de Paço não estava vazio. Umas sombras gigantescas espalhavam-se pelo largo circundando o "cavalo do D. José". A neblina da manhã não deixava ver com clareza do que se tratava. Mas à medida que o barco se aproximava para iniciar as manobras de atracagem, já se ouvia o ruído dos motores a iniciar a marcha a ré, viam-se com mais nitidez um grupo de veículos militares, tanques, chaimites, e algumas pessoas fardadas que se movimentavam.

Algumas conjecturas passavam pela cabeça dos passageiros que observavam o mesmo que eu. Ninguèm ousava um comentário. Apenas o ronco do cacilheiro, o choque contra o pontão, para o que nos tinhamos de agarrar bem, e era o fim da viagem. Era o possível com um bilhete cor de laranja de sete tostões. Saltava-se para o pontão e no cais os ardinas apregoavam o "século e o notícias", "traz a bola"...

Mal sabiam que nesse dia teriam de prolongar as vendas pela tarde fora pois várias edições desses jornais iriam sair e a notícia principal não seria  "a bola".




Devia ser inaugurado a 25 de Abril ...

Continua empecilhada a abertura do Centro de Cuidados Continuados em Garvão. Bem que podía ter-se aproveitado o 25 de Abril para abrir esta estrutura de que o concelho (e não só) precisa, mas não... permanece de portas fechadas e com meios sem utilização, pronto há alguns meses. O desespero dos potenciais utentes permanece, e dos que se empenharam e alteraram a vida para abraçar o projecto também. Vamos aguardar que as coisas melhorem, pois pior do que menter uma estrutura fechada não há.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Inaugurada a 25 de Abril de 2010

Faz amanhã dois anos que Ourique passou a dispor de uma Biblioteca Municipal, que evoca o nome de Jorge Sampaio. Foi inaugurada há dois anos, e é uma mais valia para um concelho onde pouco existia a nível cultural. Hoje temos um local onde se pode ler, ver filmes, assistir a conferências ou ver uma exposição. Encontram-se livros que em muitos locais não aparecem, por exemplo as obras de Mario Dionísio, de que falei, as de Camilo, ou de Virgílio Ferreira que em muitas bibliotecas se encontram apenas dois ou três volumes. O pessoal é simpático, e faz tudo para agradar, como deve ser no serviço público, e a vila passou a ter outra dinâmica. Parabéns pelo segundo aniversário, Ourique afinal não é só presunto...

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Aproxima-se o 25 de Abril

Mais uma vez se comemora esta data. Estão a sair as habituais biografias, os livros evocativos. Na AR haverá espectáculo ( não é ironia é mesmo um espectáculo musical...) que é boa ideia. A situação actual leva a questionar e a dizer sempre a mesma frase batida "não foi para isto que fizemos o 25 de Abril..." Mas o 25 de Abril fez-se nem para isto nem para aquilo. Foi para acabar com um regime odioso, implantar a democracia política e desenvolvero país, bem como descolonizar. E os três D's estão cumpridos, e a partir daí ninguém tem autoridade para ser "dono" de 25 de Abril que se fez para o povo em geral. A Associação 25 de Abril já disse que não vai participar nas comemorações oficiais. Faz mal... quanto mais se põe de fora menos poder de intervenção tem. Agora temos de ver que a situação de hoje é dificil e isto nada tem a ver com o 25 de Abril, mas sim com opções políticas de homens que embora se reclamem do 25 de Abril, da social democracia e do socialismo, se comportaram como oportunistas, e na fúria de fazer obra para ganhar eleições gastaram o que não havia; não esquecer também a ajuda que demos todos ao contrair dividas para comprar o que não era necessário, e agora não digam que foi do 25 de Abril, que lata...
O 25 de Abril cumpriu-se e sem ele estaríamos pior, nada pior que a falta de liberdade e o cinzentismo de um céu carregado de chumbo. Agora não baralhem as coisas. Vamos dar graças pela liberdade conquistada, e com ela procurar resolver o bico de obra em que estamos. Agora, não temos culpa que muita gente já não se lembre, ou nem sequer tenha vivido o que foi o antes do 25 de Abril.

sábado, 21 de abril de 2012

Cegonhas na construção civil ...

E como foi tirada esta foto? Muito tempo de espera e de observação. Mais do que demorei a pintar... talvez não. Ainda gastei aqui umas largas horas. A foto é de José  Neves e está no site que já indiquei.

Cegonhas convencidas

Uma segunda pintura, o mesmo tema, a foto do mesmo autor.  Estão com um ar muito convencido de que tâm uma missão a cumprir. Gosto destes animais.

Cegonhas em observação 360º ...

Voltei ao tema que gosto. Parece que as anteriores tiveram o interesse de alguém. Daí fiz outras três. A partir de belas fotos recolhidas no site http://www.olhares.com/ e da autoria de José Manuel Alves, aqui fica um primeiro exemplo. Outros seguirão.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Passado ainda próximo

Por vezes sabe bem reler os escritores e os livros de um passado distante, mas ainda assim não tanto que não me recorde dos sinais desses tempos. Estou a falar de "Dia Cinzento e outros Contos" de Mário Dionísio, escritor, poeta, pintor, professor, e tantas outras actividades. O livro é de 1944, embora publicado neste formato em 1967 e reeditado mais tarde nos livros de bolso da Europa América, já desaparecida. Os contos, no melhor estilo neo-realista, mas indicam caminhos para a literatura do futuro. Relatam também uma realidade do país nos anos 40, a ditadura, a pobreza, as desigualdades sociais, a luta e o que muitos abandonaram por ela. Uma imagem de um país cinzento, visto pelo escritor, ele próprio um intelectual e dirigente do Partido Comunista. Para não esquecer, nestes tempos de crise, que a crise não é só agora, embora talvez agora haja menos esperança do que nesses tempos idos, em que se sabia que a queda do salazarismo era inevitável, podia demorar mas viria. A crise era motivada por algo exterior, que podíamos fazer parar à nossa porta, hoje a crise mora no interior de todos nós, corrói por dentro, mina e corrói-nos a todos, desgasta. É bom rever os que resistiram. (Nota: na imagem um autoretrato do autor em 1945)

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Mais cuidado com as palavras... o inglês técnico não explica tudo !

Segundo João Proença o acordo que assinou não está a ser cumprido pelo Governo ameaçando vir a denunciar o dito. Não acredito que tal aconteça, tal a importância do acordo para a imagem do país. O Arménio e o Jerónimo, como se esperaria, já vieram dizer o que sempre pensaram. Não mudam nunca. Agora inesperado é o Primeiro Ministro dizer, ainda por cima fora do país, mau hábito que começa a ter, que é "efeito do 1º de maio"... Não seria melhor estar calado, e em tempo oportuno ver mesmo o que se passa no seu Governo, onde ninguém encontra medidas activas de emprego ? Escusava de fazer má figura, e mostrava quanto preza o acordo feito (pois deve dar graças ter pela frente a UGT).

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Estudem antes de falar...

Acerca das recentes notícias sobre as hipotéticas decisões da Segurança Social, plafonamento das reformas, alteração da idade de reforma para 67 anos, ontem insuspeitos comentadores vieram condenar. Os insuspeitos são Bagão Félix, Manuela Ferreira Leite e Angelo Correia, que claramente referem que o aumento da idade não se justifica pois o sistema existente, criado no tempo do ministro Vieira da Silva, já contempla um indice do sustentabilidade, que incorpora o aumento da esperança de vida no cálculo da idade de reforma que neste momento se situa nos 65 anos e 4 meses, que deve deixar a srª Merkel sempre apta a gabar as decisões da Deutshland, sem repiração. Por outro lado o plafonamento a aplicar-se, nada poupa, podendo até trazer no imediato uma quebra de receitas, sendo que a diminuição da despesa só se verificará daqui a 30 ou 40 anos quando os "plafonados" se reformarem. Assim este o pior momento para tal medida, mesmo na perspectiva do Governo. Assim mais vale estarem quietos e estudarem melhor a lição.
Por outro lado o rompimento unilateral de um "contrato" com pessoas que confiaram durante anos milhares de euros ao Estado, para este lhes assegurar a reforma com determinadas características não augura nada de bom acerca da credibilidade do Estado. Por exemplo, dizem alguns políticos que não sabem se daqui a 10 anos há dinheiro para as pensões, mas ainda não ouvi dizer que daqui a 10 anos não há dinheiro para pagar as PPP, porque aí há contratos blindados feitos por grandes sociedades de advogados. Então e os reformados não têm também um contrato com o Estado, só que tiveram azar, confiaram em quem não deviam.

Medicina em saldo

Os médicos contratados para as urgências vão receber máximo 30 euros por hora. Não percebi ainda se são horas extra dos médicos já existentes ou apenas o valor hora dos contratados para este fim. Seja o que for lembro-me que há dez anos recebia este valor por hora de formação nos cursos financiados e achava pouco. Temos então medicina em saldo ?

terça-feira, 17 de abril de 2012

Knock on wood

O primeiro ministro tudo fará para que na próxima década não se construa o novo aeroporto. Percebo que será incomportável para o nosso bolso. Só espero que estejamos todos conscientes da bomba relógio que é um aeroporto no centro da cidade, e dos voos rasantes que se fazem todos os dias sobre habitações, escolas, hospitais da cidade, "just in case" ! Depois de um problema grave ninguém venha dizer que não sabia. "Knock on wood", que talvez resolva.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Uma manada de elefantes

Durante os últimos dias andei pelo Centro e Norte. Muito frio e alguma chuva. Para poupar uns "cobres" e também porque o carro que conduzia não tinha identificador, e, francamente, ainda não percebi como se paga a portagem das ex-SCUT na ausência do dito, tentei optar pelas estradas nacionais. Um inferno. Má estrada, buracos, trânsito, curvas e contracurvas, estradas fechadas, caso da de Seia-Covilhã desde 6ª a Domingo, o que obrigou a optar pela A23/A25, única alternativa segura e viável. Nela constatei as portagens às pinguinhas, grão a grão, um euro aqui, um e trinta ali, noventa cêntimos acolá, tudo somado, quatorze, quinze, vinte euros. A autoestrada, essa, vazia, áreas de serviço ás moscas, e eis uma infraestrutura que custou os olhos da cara aos contribuintes, agora desaproveitada, pois não temos dinheiro para nelas circular. Percebo a dificuldade de quem lá vive, das empresas lá situadas de "acomodar", como se diz agora, mais um custo. Mostra aqui a irresponsabilidade dos políticos e de autarcas, a promoverem a ditadura do betão, quando se poderia ter gasto um décimo do valor a recuperar boas estradas que são mais do que suficientes para o tráfego disponível em algumas destas regiões. Agora resta regressar aos buracos, como conhecíamos nos anos 60/70, e deixar as autoestradas caríssimas a apodrecer, pois se não há tráfego, não há dinheiro para pagar a manutenção de mais estes "elefantes brancos".

domingo, 15 de abril de 2012

Primeiro dia (segundo capítulo)

Tinha sido já há quatro anos o último nascimento na família. O final desta nova gravidez aproximava-se, a mãe tinha acabado de fazer o exame de condução, um pouco apressadamente para não interferir. Era uma quarta feira e ao meio da tarde começaram os primeiros sinais. Tudo tinha corrido bem até ali. Mas perante os sinais há que repeitar o tempo próprio e ir para o local mais adequado. Não tinhamos carro, mas por uma questão de precaução pedi o carro do meu pai, para o que desse e viesse. Era um velho carocha côr de "zarcão", que nos serviu muito bem para no final do dia ir até ao hospital. Era o mesmo do costume, o Particular em Lisboa, e nós agora estávamos no Monte da Caparica. A Inês já tinha 4 anos, e ía ficar com a avó, se bem me recordo. Fomos de facto para o Hospital, inicio da noite, mas perante a observação feita, foi recomendado o regresso a casa, e o retorno no dia seguinte, sendo a médica avisada da situação, que era normal. Que tudo ficasse descansado que nada de anormal estava para ocorrer. Assim foi, regressámos a casa, e a noite foi passada na expectativa, uma vez que uma vez sentidos os primeiros sintomas, parece que estes estão sempre iminentes.
No dia seguinte, pelas 5 da manhã, pareceu ser a hora. Vestir, pegar na trouxa, que já estava preparada, e regressar ao hospital. Pelas 7 ou 7 e meia, estávamos de novo lá. Agora parece que sim, que ía ser, esta seria a hora. O pai poderia ficar e esperar, ou ir para o trabalho, pois aparentemente não era para já. Penso agora que a segunda opção foi a escolhida, uma vez acomodada a mãe. Era 5ªfeira, dia 15 de Abril, não sei se havia sol ou chuva, já não me lembro. Sei, do que me lembro, que o nascimento se deu pelas 10h00, e era de novo uma menina. Também já tinha nome que a irmã tinha proposto e os pais aceitaram, Joana. Pela hora de almoço já a estava a ver e a pegar naquele corpo frágil no quarto. Tudo se tinha passado normalmente e sem surpresas. É assim que a vida deve ser.

sábado, 14 de abril de 2012

Ainda a Norte

Confusão, bolos, bebidas, barulho, gente que entra e que sai, chouriço assado, febras, miudagem que corre em todas as direcções, que grita, ainda é tempo, extravaza a sua alegria com as prendas, sempre exageradas, sempre muitas, sempre inadequadas, mas sempre apreciadas. É um dia. Apenas um dia, sempre aguardado com entusiasmo, ou com receio. Tudo bem se acaba bem. Festa de aniversário ainda a Norte.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

John Michael

Não o vejo há algum tempo, talvez mais de um ano. No hospital nem quis olhar para mim quando me visitou. Também não estava "olhável". Como todas as crianças gosta de fazer o que lhe apetece. Aqui a diferença é que jamais é contrariado. Para quê, ainda é muito pequenino. Se não for agora quando fará o que quer ? Melhor ser agora, os danos são menores. É afilhado, por isso me chama de avô-padrinho, para distinguir do "padrinho" (marido da madrinha). Não tem problema. A vida começa por se chamar os nomes que as coisas verdadeiramente têm. Faz anos hoje, mas são só cinco. Hoje estarei com ele. Talvez já não me conheça, tal a diferença que faço.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Viagem

Depois de mais de um ano com saídas limitadas, hoje estou de viagem pelo Norte. Como corre se verá, mas na realidade já apetecia mudar um pouco o panorama. O Alentejo já ficou para trás e interno-me noutras verduras e noutras fragas. Em breve estou de volta. Claro. Bom filho à casa torna. Gosto do Norte, mas gosto ainda mais da estrada que nos conduz ao Sul, ao Sul e Sueste.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O "lerdo" sou eu ?

De acordo com notícias da TV, comentários do Facebook e afirmações do senhor secretário de estado, que até parece ser sabedor, as oncologias dos hospitais distritais correm risco de encerrar. Porque agora o acompanhamento dos doentes oncológicos deve ser pluridisciplinar, segundo ele. Não sou eu, "lerdo" a contestar. Mas no caso do Hospital de Beja, as outras especialidades estão lá todas, o Hospital de Dia foi inaugurado há dois ou três anos, é moderno e bem equipado, ir a Lisboa, da forma como os transportes estão, será incomportável, seja para o doente seja para o estado, então expliquem aqui ao "lerdo" porquê encerrar esta unidade. Pensar global gerir local, dizem que é o melhor, mas deve ser engano do "lerdo". Nem rejeito a política do ministro Macedo, mas aqui julgo que a "economia" está a ir longe demais. Ou algum compadrio. Vamos ser o país que tem unidades novas que não podem ser usadas por razões "científicas", ou será "lerdice" da minha parte ? Talvez...

Carolina

Azougada, alegre, extrovertida, pequenina, amiga, inventiva, experta, solidária, pula e salta, agora gosta de ler, foi chatinha, dificil a comer, dificil de educar, quando educar quer dizer "meter nos eixos", mas os pais trataram disso, é amigável, sabe o seu lugar, compreende os outros, afectuosa, amigável, gosta dos avós, dos pais, dos amigos, da irmã, antes sufocava um pouco, agora tem o sentido do equilíbrio. Carolina, faz hoje anos, oito primaveras se não estou enganado e tem a vida toda num abraço apertado.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Expliquem-me como se eu fosse burro !

Tenho ouvido empregadores, sindicatos, comentadores, políticos e outros "opinadores" dizer que não é pela via da legislação laboral que lá vamos !!! Concordo, até que haja alguns ajustamentos a fazer. Agora quem é que me explica o porquê desta "sanha" destruidora do emprego, que é a flexibilização sucessiva e de "fininho" dos despedimentos. Com esta taxa de desemprego, para quê? Não é que o emprego se defenda por meios administrativos, mas, por exemplo, até agora se o empregador nada dissesse considerava-se que um contrato a termo era renovado por igual período, agora propõem o contrário, nada dizer quer dizer que não se renova. Porquê? talvez porque se o empregador não avisasse o trabalhador da vontade de não renovar este teria direito a uma compensação. Agora, para ajudar os empregadores descuidados e preguiçosos, que não fazem gestão do seu pessoal, faz-se ao contrário. Afinal o empregador nada tem de melhorar. Se a lei não o protege, muda-se a lei. Pouco a pouco chegamos ao limite, e a paciência esgota-se mesmo dos que compreendem o momento que vivemos.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

70 anos

Faria hoje, se fosse vivo, 70 anos de idade. Imaginar o que poderia ter produzido se não tivesse desaparecido ainda jovem há 30 anos é arrepiante. Tanta vida perdida, mas tanta vida dada aos outros através da música. Adriano Correia de Oliveira. Povoou a minha juventude com cânticos simples que não calavam a revolta, pelo contrário, eram a sua banda sonora. Está esquecido ? Sim um pouco arredado dos meios de divulgação, mas a memória dos homens parece que encurta com o tempo, e nos tempos do descartável. Tempos que não eram os seus.

Reedição


A partir de hoje começa a ser relançada a obra de José Afonso, os discos do catálogo da Orfeu. Quem não tem pode comprar ou completar colecção. Muitos desses trabalhos estão esgotados há anos, estando inacessíveis no mercado. É um bom trabalho que recorda as principais músicas do grande José Afonso 25 anos depois da sua morte. Já agora, quem viu ou gravou, o documentário passado a RTP1 "Maior que o pensamento", fcou com uma visão bem exacta da dimensão deste homem, sempre às voltas com o país, e este incomodado com ele. É sempre assim, quem não se resigna com o Portugalinho leva !!! Fica aqui a Canção da Paciência, coisa muito necessária nos tempos de correm.

domingo, 8 de abril de 2012

Páscoa florida

É quase impossível ficar indiferente. As estevas voltam a florir, embora talvez a particular secura do ano as tenha atrasado. Os campos do Baixo Alentejo, embora este ano secos, com as recentes chuvas, pouca, verdejam e mostram algumas flores. Mas as estevas rebentam em todas as barreiras e pintam de pontos brancos, como saquinhos de amêndoas, os campos de Ourique.

sábado, 7 de abril de 2012

Ovo de Páscoa

Está pronto há cerca de três meses o Centro de Cuidados Continuados em Garvão, um equipamento social que muita falta faz ao concelho e não só, com capacidade para 30 pessoas, e instalações modernas, já equipadas, com pessoal formado, e em vias de poder ser contratado, num total de 30 pessoas. A obra tem alguns anos de empenho, trabalho e dedicação de muitas pessoas. No entanto está fechado, para desespero daqueles que se dedicaram, privando os utentes de apoio, o pessoal de emprego, e a direcção das receitas tão necessárias para o pôr a funcionar. Não sei qual o motivo que emperra. Se a falta de alguma licença, autorização ou alvará, se a falta de uma vistoria, se os acessos exteriores dependentes do Município que estão por acabar, se a falta de oportunidade nos diversos "calendários" a que estas coisas obedecem, não sei mesmo e não vou inventar. Sei que faz falta, e que tarda, e que um pouco mais de voluntarismo de entidades das quais a abertura (já não digo a inauguração oficial) depende. Assim quem diz com mágoa, que parece que se valoriza mais o "presunto" que o "idoso" parece ter razão. Ou não terá ? Dado que estamos em época de Páscoa e se as entidades envolvidas oferecessem um "ovo" de Páscoa a esta população, agilizando o processo para que outro mês não passe sem que a abertura se possa fazer ?  Vá lá é só um pouco de boa vontade... e já que de certeza gostam da data porque não abrir no dia 25 de Abril ?

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Surprise !!!

O Governo continua a fazer surpresas aos portugueses. No meio de dois dias de bem humorada convivência entre o suporífero Gaspar e a oposição, passaram de fininho mais duas medidas de austeridade, uma delas apresentada como um "lapso", só mesmo do Gaspar, caso de dois subsídios retirados a mais, contra tudo o que TODOS tinham dito (não foi lapso foi amnésia colectiva momentânea), e a suspensão da reforma por antecipação aos abrangidos pelo regime geral, o que implica perda de um direito constitucional, embora se refugiem agora na suspensão ser apenas temporária. Veremos. Esta última medida foi tomada ao arrepio dos parceiros sociais, que têm agora algumas razões suplmentares para desconfiar em próximas negociações. Atenção não estraguem este grande património que é a colaboração destes com o Governo, e a enorma capacidade de resignação dos portugueses. Sem isso nada feito.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Seguro puxa orelhas

Parece que sim, que Seguro vai hoje tentar por ordem no saco de gatos que é o Grupo Parlamentar do PS. Esperemos que não saia todo arranhado, pois não estou a ver como vai conseguir agradar a "gregos e troianos" como costuma ser a sua postura, e aquilo está cheio de raposas disfarçadas de gatos. Já agora, percebo que o António José tenha ficado aborrecido com as palavras do professor, mas facto é que não apresentou qualquer facto que as desminta.

Pedro demite-se

Pedro Nuno Santos, deputado do PS, demite-se de vice da bancada parlamentar. Para o jovem deputado cheio de si só posso dizer... estou-me "marimbando".

terça-feira, 3 de abril de 2012

Um outro blogue

A partir das notas escritas durante alguns meses de internamento e algumas recordações decidi abrir um blogue chamado Dicionário de um Transplante. Dado que os posts são previamente escritos e um pouco longos só o actualizarei uma ou duas vezes por semana, nada mais, mantendo este como até aqui. Vou colocar um link aqui no lado esquerdo que dá acesso directo. Aos que tenham interesse podem acompanhar, e nele passará a história do que e como aconteceu. Apenas esse tema.

Exposição




Exposição particularmente original na Biblioteca Municipal Jorge Sampaio, em Ourique. Penso que se trata da primeira individual de JA Goulão de Oliveira. Vi e gostei bastante, os temas são muito do Sul, alguns de Ourique em particular, mas a representação não é figurativa em todos os quadros expostos. Trata-se de um pintor auto-didacta, professor aqui em Ourique, e a exposição chama-se "Luz e Sombras". Mas é uma exposição muito "luminosa".

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Janela na Conceição

A minha mania de pintar janelas permanece. Esta foi pintada a partir de uma foto que tirei numa casa em Conceição do Alentejo, uma das freguesias aqui do concelho de Ourique. Fiz algumas alterações ao original, nomeadamente a bordadura que aqui é vermelha de sangue, cor utilizada no Alentejo, embora menos que os azuis e amarelos ocre. É um acrílico de 50x70.

Enganar-se no alvo

O Governo prepara mais uma "malfeitoria", como diz Jerónimo. Baixar o subsídio de doença em baixas de curta duração. O "objectivo" é combater a baixa fraudulenta. Treta !!! estas combatem-se com controlo das baixas, ou junto dos médicos que passam os atestados ou até junto das entidades empregadoras que muitas vezes entram em grandes "cambalachos". Não é por baixar uns euros, penalizando quem deles precisa, que se combate os que estão em casa a ganhar e podiam trabalhar. Se não vão trabalhar é porque os deixam.

domingo, 1 de abril de 2012

Tristeza

Foi ontem o funeral do jovem da terra vizinha de Castro Verde, falecido em Lloret del Mar. Não se sabe ainda o que sucedeu realmente, mas não queria estar no lugar daqueles pais cuja dôr deve ser indiscritível. Sem palavras.

Cinco estrelas



Rodrigo Leão é talvez um dos valores mais seguros da música portuguesa, pelo bom gosto, originalidade e capacidade de misturar o sentimento de ser português com as músicas de outros planetas musicais, daí ser um músico "global". Tenho estado a ouvir o seu último CD, "Montanha Mágica", oferta do dia do pai, e recomendo. Vem acompanhado, para nos compensar da sua relativamente curta duração, de um DVD de onde foi retirado este pequeno video que nos apresenta uma das músicas do disco, "Aviões de Papel", gravado ao vivo no Casino Lisboa.