domingo, 31 de maio de 2015

Sniper

Agora disponível noutros circuitos vi "Sniper Americano" propalado filme de Clint Eatwood, candidato a Óscares, mas que julgo nada ganhou em 2015. É um filme cruel, é o que se pode dizer, de uma crueldade que não deixa ninguém de fora, nem os "bons" nem os "maus". É quase um documentário onde o centro da acção está em Chris Kyle, personagem verdadeira que se celebrizou como a "Lenda", pois na sua conta tinha 160 mortes, de iraquianos, poupando com isso a vida de muitos milhares de militares americanos. Quando regressou da vida de "sniper", para finalmente se juntar à família foi assassinado por um colega com uma bala perdida. Neste filme não nos apetece tomar partido, não se distinguem valores ou atitudes, causas ou ideologias, apenas se vê martírio, extremismo, arrogância e morte. O mundo terá de ser assim ? Pela evolução recente parece que sim.

Cão também tem retrato

Porque não ? Tantas fotos ridiculas de pessoas, tantas manifestações de mau gosto, tantas amigos, gente com 2404 amigos, afinal o fiel amigo, daqueles que não se fazem apenas com um "click", também tem direito a retrato pintado em acrílico cá com as minhas poucas capacidades e talentos, mas faz-se o que se pode. Saiu esta "cara" que parece que nos interroga, com o seu vasto entendimento canino. E agora podem partilhar como quiserem. Tal como o cão o original já tem dono. E nome.

sábado, 30 de maio de 2015

Verão

Chegou finalmente o bom tempo, começa a época dos banhos frios, dos calções , das sandálias, mar, praia e outras belas palavras. Para mim reinicia um tempo que sendo agradável me é particularmente penoso. As pernas começam a pesar mais, o cansaço ataca logo após o almoço, a sesta não é dispensável, antes pelo contrário é o melhor do Verão, e o final do dia dedica-se mais a "actividades de sofá" pois a energia falha um pouco. Praia não a procuro, mar já não o vejo há algum tempo, e o calor do Alentejo é impróprio para cardíacos. Vá lá, a brisa fresca do final da tarde, um curto passeio enquanto está fresco, e o sol que tento quebrar com a cortina. As pernas ardem, pois não dispenso as meias de compressão, e a casa é o refúgio que me faz  sentir bem. Uma realidade que me torna o verão suportável, a que o ar condicionado acrescenta algum conforto e o melão e a melancia alguma frescura na mesa. Sorte de quem tem uma casa no final de um caminho rústico ou à beira do mar. Esta a crónica de dias de "férias", e em breve temos aí a "silly season". "Venham os novos e os velhos, mas que ninguém me dê conselhos".

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Partir

"Filhos criados trabalhos dobrados", as cegonhas aqui dos arredores uma vez os filhotes comecem a voar, e está quase, fazem os preparativos para a partida. O Verão começa a chegar e com ela a falta de alimentos obriga esta gente a procurar outras paragens, pelo que com os filhotes criados há que garantir a chegada a locais onde os alimentos estejam disponíveis, e aí fechar o ciclo. Este sinal de partida será dado sabe-se lá como, pelo ciclo da natureza que elas interpretam melhor que ninguém. Só nós humanos queremos adaptar a natureza á nossa medida, com as consequências que começamos a saber agora. Por isso somos seres "mais inteligentes" e "uma espécie superior". Está tudo dito.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Suite Francesa

Acabei de ler este volumoso livro de Irene Némirovsky. Já tinha lido dela "O baile" um pequeno mas excelente livro acerca da rebeldia de uma jovem numa familia judia que "investiu" na sua ascenção social. "A Suite Francesa" é algo de muito diferente. É o ultimo livro da autora nascida na Ucrânia em 1903 e chacinada em Auchwitz em 1942, aos 39 anos após uma auspiciosa carreira literária. O original foi escrito entre 40 e 42, escrito quase às escondidas, e o manuscrito salvou-se numa velha mala com fotografias, que a filha Denise levou consigo quando de uma fuga que a salvou da deportação bem como a irmã. Este esteve desconhecido durante cerca de 60 anos e acabou por ser publicado em França, país onde Irene  fez a sua vida após abandonar a Rússia com os pais após a revolução bolchevique. "A Suite Francesa" relata a fuga de Paris após a ocupação nazi, e a ocupação de uma vila francesa pelos alemães e num caso e noutro, a teia de colaboracionismo, traição, cobardia, calculismo, que caracterizaram esses anos numa França culta e elegante. Uma obra extraordinária, de uma autora ela própria um exemplo vivo da história da Europa na primeira metade do século XX. Agora deu origem a um filme, mas que apenas retrata uma parte  da obra, a parte que relata a relação de amor, amizade, ódio, desprezo e manipulação entre uma jovem esposa de um prisioneiro francês e um oficial alemão que alojou em sua casa.

Luz Luzia

A luz que emana das paredes brancas é única e "insuportável", no sentido de que não se aguenta o olhar. Subimos ao alto junto da pequena capela e temos uma visão da vila, e uma percepção da beleza branca e intensa que tudo inunda, tudo comanda. tudo contagia. Impossível ficar indiferente e imaginamos neste local alto os combates, os mouros, as grandes e pequenas lutas que estes campos viram. Deste local alto, e destas paredes o olhar estende-se pela lonjura das terras. è tudo muito calmo, a tranquilidade dá-nos uma paz interior que nenhuma sessão de psicoterapia produz. E é grátis.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Ruína feliz


No meio de tanta claridade em Santa Luzia dei com esta ruína altaneira que parece feliz pela sua idade, e não se envergonha de ombrear com as casas recuperadas. Será o seu destino, mas enquanto tal não acontece mantém a sua dignidade. Tirei logo uma foto, pois vai transformar-se numa parede branca igual a todas as outras. Pelo menos para já tem personalidade própria.

Santa Luzia

Hoje de manhã fui até Santa Luzia uma das mais encantadoras localidades do concelho. Fica perto e o sol e a claridade recomendavam umas fotos para futuras inspirações pintadas, e assim foi e não dei o tempo por perdido. A vila é muito luminosa branca e bem conservada, e as flores estão por todo o lado. As paredes brancas e as escadinhas e becos que conduzem à igrejinha são um encanto e um convite à máquina fotográfica. Pouca gente nas ruas como é normal nestas manhãs de verão nestas localidades a caminho de uma desertificação galopante. Mas por ali sente-se vida, pela beleza e conservação dos locais e poucas ruínas e casa abandonadas. Tudo bem, era altura de regressar e no regresso ainda apanhei uma sacada de pinhas já a pensar no próximo Inverno, homem prevenido...

terça-feira, 26 de maio de 2015

Patos bravos

Estes são autênticos e não dos outros daqueles que se dedicam a actividades mais ou menos especulativas. Pintados pela Ilda, na actividade do Centro de Convívio de Ourique. Ficaram bem coloridos na sua cama  de ervas onde se ocultam e podem encontrar-se. É o terceiro trabalho feito pela Ilda e tem por detrás muita dedicação e esforço, pois a vista não é mesmo o seu forte. Ficou afinal um trabalho que procura aplicar algumas técnicas entretanto ilustradas. De como a perfeição não é o objectivo, mas sim obter um resultado que satisfaça o próprio.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Old man

Um rapaz de 60 e picos, uma saúde e um aspecto de 80, eis a vida no seu esplendor, mas "alive and kicking" ! Aqui procuro ajudar a Isabel e a sua telha. Uma telha pode ser um bom suporte para artesanato se nos esmerarmos no estilo popular da pintura. Moinho, burro e moleiro, que não se vêm na foto são os actores desta "história" contada numa telha !

Impressões

Segunda é dia de ir à Aldeia. Hoje ficam aqui as "impressões" da Leonarda, que optou por uma "paisagem" que requer um estilo mais ou menos impressionista. Trata-se de um "work in progress", ou seja em bom alentejano  "na tá acabaaado". Ainda está ali muito trabalho para fazer mas pela reacção da autora gostaria que já estivesse, pois já se nota aquela impacienciazinha de chegar ao fim. Tempo, tempo é um dos principais ingredientes para fazer uma tela interessante. Vamos a ver !

domingo, 24 de maio de 2015

Cortar

A loira mais esperta do país, Maria Luís, voltar a lançar sobre os pensionistas mais uma ameaça, em nome da sustentabilidade da Segurança Social. Cortar de novo as pensões, incluindo as actuais. Pessoalmente jamais poderia concordar com tal, mas independente disso, pois jamais alguém gosta que lhe retirem algo, a sustentabilidade depende de tantas coisas que esta pode ser a chamada "solução preguiçosa", feita por ter resultados imediatos, baixando assim os custos para o Estado, mas longe de por si garantir sustentabilidade, apenas adia a sua queda. Então que fazer ?  Ora a sustentabilidade depende de se garantir mais receitas e diminuir despesa. Mas quais ? O grande factor de desequilibrio é a situação económica que gera desemprego, aí tudo é errado, mais despesa com subsidios, menos receita com a quebra de salários. Por isso tudo o que crie emprego ajuda, e quanto melhores os salários mais ajuda. Um segundo problema é a baixa natalidade. Menos a pagar e mais a receber. E qual a razão numero um desse problema? A situação económica do país que leva muitos jovens a adiar ter filhos até terem como os "financear". Por isso digo que o que há é que pôr a economia a funcionar, coisa que esses cortes a fazerem-se só atrapalha. Tenha calma senhora doutora, se não se quer transformar numa loura burra...

sábado, 23 de maio de 2015

Avenidas Periféricas

Cada vez mais "modianesco" acabei a leitura de "Avenidas Periféricas" um livro do nobelizado Patrick Modiano, de 1972, mais um pequeno livro deste autor que faz uma grande obra composta por prquenos livros, sendo em todos os que li, e já li quatro, o mesmo pano de fundo, a França ocupada pelos alemães e as cumplicidades, as tramas, dessa ocupação, e de como muitos a superaram. Praticamente sem edição portuguesa, e a pouca que havia esgotada, Modiano está agora a ser objecto de reedição e começa a estar disponível. Neste livro persegue a memória do pai, um judeu que vive de esquemas, junto com um bando de gente que sobrevive à ocupação fazendo apelo ao que o homem tem de pior. Ou não fosse a ocupação o aviltamento de uma nação e de cada um em particular, estimulando os "extremos" da capacidade humana, de resistir ou de trair, de viver ou rastejar. Quanto mais leio mais gosto de  Modiano.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Elvis on a bed's dog

Pois a propósito de gatos falemos de cães ! Ao falar de cães falamos do Elvis. Parece que fala, tal a convivialidade que estabelece à sua volta, metendo-se no coração das pessoas. Durante estes dias de visita hospitalar para as minhas "revisões" convivi umas horas com o "feioso" e a sua amabilidade é exemplar, muito afectuoso, e sempre atento e disposto a adoptar as pessoas que não conhece. Aqui está numa cama onde gosta de "bater" umas sornas...

Gatinhos

Estes foram pintados pela Cidália depois de uma laboriosa sucessão de dias de esforço e dedicação. Foi o primeiro trabalho mais complicado a levado até ao fim, e ela sabe bem o trabalho que deu, e se não está obra perfeita, está pelo menos um bom esforço e um exercício bem conseguido para um iniciado. Faz parte de um grupo que temos no Centro de Convívio cá na terra. Um trabalho sem pressas.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Flores do meu jardim

Parece um titulo de um livro de poesia do Augusto Gil. Não, decidi fotografar os meus vasos de sardinheiras e chamar a isto jardim. Aqui não há canteiros, alegretes, flores tropicais e outras que mais. Não apenas umas pobres sardinheiras que insistem em dar nas vistas. Espero que o calor do Alentejo não as transforme em palha. Agora vou fazer uma interrupção para visita hospitalar e espero que aguentem a falta de água.

Segredos

Mais um segredo de polichinelo do Alentejo profundo, aquele onde não há jornais, na versão do nosso ex primeiro Cavaco Silva. Licor de Poejo e Licor de Bolota, é bom, não faz muito mal, é artesanal, e as vendas revertem para boas causas, pode-se beber fresco, ainda melhor. As pequenas garrafinhas custam 5 euros e são obtidas na Associação Nossa Terra, para quem quer provar mais um sabor, que só os porquitos conhecem bem, e não me consta que sejam burros !

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Spotify

Sou um ignorante em muitas das disponibilidades da net, mas para mim, apreciador inveterado e furioso de música descobri agora, só agora, o Spotify, que por bluetooth me permite ouvir na aparelhagem a melhor música (e a pior claro!), toda a música ou quase toda, com muito boa qualidade sonora, sem chatices, de borla, ou por pouco dinheiro, pois até encaro tornar-me assinante. Com isto podemos esquecer os CD, os ficheiros, as cassetes piratas, pois na realidade não necessitamos de ter a posse fisica da musica para poder usufruir dela. Se quiser posso comprar um ou outro CD se tiver algum interesse particular, mas para já foi a descoberta do ano. Muito bom !

Concentradissimas

Sócio, se queres estar concentrado dedica-te á pintura, parece ser aquilo que esta imagem nos transmite, parafraseando um conhecido anuncio de muito mau gosto ! De facto esta manhã na Aldeia era tal a concentração que por vezes não se ouvia uma mosca, coisa rara quando estão presentes cerca de uma dezena de senhoras, em geral não muito silenciosas. O motivo é que estavam numa fase dos trabalhos que exige concentração, mesmo quando para obter um resultado o esforço é grande. É uma batalha com a tela, uma luta que para nós já passados dos 60 exige muito da cabeça, que por vezes já se nega. È uma manhã muito diferente dos outros dias. Os neurónios batem uns nos  outros, a mão ajeita-se, os olhos escolhem !

domingo, 17 de maio de 2015

Nuvens

"Nuvens que andam no ar" é um último CD do grupo "Ganhões de Castro Verde". Agora que o cante alentejano, após a consagração na UNESCO, se tornou uma moda mais audível, estes velhos grupos parece que ganharam um novo ímpeto, sendo que não se posicionam para um comércio musical no mundo da música, ou da "world music" como agora se baptizou. É pena, o mundo não sabe o que está a perder ao ignorar os cantares destes grupos corais que nascem dos confins dos tempos em que o Alentejo era o "celeiro da nação". Já agora Portugal também devia dar um pouco mais de atenção e se não fora os municipios já tudo se teria afundado. Ouçam, primeiro estranha-se depois entranha-se.

Engrenages

Uma série passa na RTP2 de nome "Engrenages" traduzida para um título que nada diz "Um crime um castigo", e é uma excelente série policial francesa. Vai na terceira série, pelo que este alerta é tardio. Mas apesar disso devo-me confessar rendido às actvidades da capitã Laure Berthaut, do juiz de instrução Robain ou do promotor publico Pierre Clement, personagens nada vulgares na forma como encaram a justiça tendo como pano de fundo a minha mais amada cidade de Paris. A capitã da Judiciária é uma hiperactiva perita em métodos pouco institucionais. O Juiz, um velho que acredita na justiça e segue de forma implacável e sem mácula a procura da verdade, o promotor é um frágil que sonha com um ideal de justiça que já não existe sendo que chega a uma rutura com o ministério público tornando-se advogado. Temos ainda  a advogada ruiva, sem escrúpulos, que defende os piores criminosos porque isso lhe dá protagonismo e dinheiro, não importa com que métodos, a Drª Josephine Karlsson. Estão todos os ingredientes para uma boa série e mais um... não é falada em inglês ! Mais uma vez o mundo das séries dá cartas.

sábado, 16 de maio de 2015

De rastos

Ainda mal tinha chegado e já o corpo me pedia assento. A força da gravidade é fatal e não tenho pernas para ela. Assim tudo me começou a pesar de forma a que ficar de pé se torna uma experiência insuportável. Isto foi no  almoço de convívio mas poderia ser em qualquer outro local. Ainda assim aguentei muito...

Convívio

Imagem do convívio anual do pessoal da Fábrica de Setúbal que se realizou no sábado passado. Dado que há alguns anos não ía a este tipo de eventos encontrei muita gente cujo rosto me era agora desconhecido. Estamos todos muito mais velhos, quase todos reformados, todos carregados  de recordações, decerto boas, pois as más esquecemos. A experiência que na altura vivemos deixou marcas ainda hoje, e para mim já passaram vinte anos, e ainda me recordo das equipes que comigo colaboraram, na altura muitos eram jovens de vinte e poucos anos, eu andava nos quarenta, e adorava aquilo que fazia, gozava de saúde, mas na altura acabei por sofrer o maior golpe que a vida me guardara, mas com a ajuda desta gente acabei por ultrapassar, mas muitos outros golpes me aguardavam. Agora que já pouco resta para ruir tento agarrar aquilo tenho, mas procuro não viver dessas recordações embora elas sejam importantes. Vamos em frente.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Almodovar

Hoje de manhã, dia de sol e sem o calor dos ultimos dias. Tive de ir a Almodovar por várias razões mas ao procurar estacionar muitas ruas fechadas, transito condicionado, e muitas outras anormalidades neste pacato BA. Afinal tudo explicado, realiza-se neste fim de semana um evento cultural, coisa rara neste concelho aqui tão perto, de nome Almarte, Festival Internacional de Artes de Rua. Muitas tendas, muita animação nas ruas, muitas crianças, e pelo que li no programa contam com a presença de muitos artistas de rua, stand up, com os nomes habituais do estilo, projeções, grafitis e outras coisas que animam o local. Gostei do que vi, e fiquei a pensar num municipio que preguiçosamente paga duas vezes por ano ou mais ao Nuno Eiró e sua trupe de pimbas, para animar festarolas iguais a dezenas de outras onde a novidade é a ginga de Óbidos, e outras parolices, como a parvoeira dos 60000 visitantes, num concelho desertificado e onde pouco acontece, verdade que há uns anos era ainda pior. Mas nem tudo pode se resumir a porco e presunto...

B. B. King (1925-2015)

Era conhecido como o Rei, que estava no próprio nome, e era o maior virtuoso vivo da guitarra elétrica que o acompanhava nos seus "blues". Influenciou meio mundo, de Eric Clapton a Rui Veloso, este último confessava que tinha realizado o sonho da vida, tocar com ele quando veio a Portugal. Todos morrem, não diria que será eterno mais quando ouvir-mos a guitarra de blues vamos sempre lembrar B B King, que felizmente associou à sua genuinidade um assinalável sucesso comercial. Tenho dele apenas um CD, de há muitos anos, que por vezes me apetece ouvir, quando os ouvidos precisan de ser "acordados".

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Mil vezes

"Mil vezes boa noite" é um filme norueguês com Juliette Binoche, de que sou fã incondicional, assim como Miterrand, o presidente que tinha por ela uma fixação. Mas o que interesse é que se trata de um filme de que se gosta por vários motivos. Ganhou em 2014 prémio de melhor filme na Noruega. E relata a vida de uma repórter de guerra, que põe em risco a sua vida, para mostrar ao mundo as causas quase sempre esquecidas. Com o respectivo impacto na sua família, que espera pelo dia em que receberá a noticia da sua morte. É um filme muito emotivo, no qual podemos ver um pouco das imagens das bombistas suicidas e de como o cinema pode dar uma imagem humana da desumanidade. Gostei apesar de ser o que pode chamar "um pequeno filme", mas não um filme pequeno.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Persistência

Mais uma sessão no Centro de Convívio para pintar em conjunto. julgo que por vezes estou a pedir muito às pessoas, só uma grande persistência permite concluir, mais do que o talento ou as técnicas que aos poucos vão aprendendo. Maioria são pessoas que já ultrapassam os 60 anos de idade, algumas vivem algum tipo de isolamento, e esta é uma uma condição para muitos que estão no interior, onde muitos dias nada se passa para além da tarefas de sobrevivência, como comprar, alimentar, manter, visitar o médico, a farmácia, o centro de saúde, tomar medicamentos, cultivar, para quem tem o que cultivar, daí eu pensar que é importante propor este tipo de actividades artisticas ou que põem a cabeça numa outra dimensão não habitual no dia a dia. Ainda bem e desculpem qualquer coisinha...

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Pilotos suicidas

Depois de uma greve fracassada, de se vangloriarem de fazer perder 30 milhões aos contribuintes, de dizerem que podem fazer mais quinze dias pois "têm dinheiro para pagar mais 15 dias de greve", depois de darem uma machadada no turismo, depois de empurrarem os clientes para as outras companhias, depois de todos prejudicarem menos a si próprios pois o salário está garantido, esta minoria de pilotos da TAP só se compara ao célebre piloto suicida da Germanwings. Aquele atirou o avião contra as montanhas, estes "santinhos" atiram os aviões, os passageiros, os colegas, enfim a empresa toda contra a parede, e vão se salvar, pois nesse  dia já estão a trabalhar nos Emirates, na Quatar ou na TAAG. Tenham vergonha.

Portas para além da porta

Uma exposição presente na Biblioteca Municipal de Ourique do artista António Alvélua Correia, composta por portas desenhadas e pintadas a pastel, repõem o Algarve mais tradicional e menos turistico. Tudo muito bem executado, muito próximo da realidade que representam, ou o autor não fosse arquitecto, pois ali se nota o lápis do projectista, ou melhor a tinta da china !  Afinal há mais quem goste de portas e janelas, para além de mim, e estas portas antigas mostram que a porta é sempre uma passagem, que seja para o nosso encantamento. Recomendo e vê-se num instante. Muito bonita e cheia de detalhes de  grande precisão. Para os amantes dos detalhes.

domingo, 10 de maio de 2015

Genesis

Fui ver na passada sexta feira a exposição de fotografia de Sebastião Salgado, Genesis, na Cordoaria, uma exposição que nos deixa fazer uma viagem imaginária pelo mundo mais desconhecido e pela sua diversidade de paisagem humana e física. Em 250 imagens, o grande fotografo brasileiro, mostra o mundo em que vivemos, por imagens das suas mais exóticas personagens, e dos seus lugares mais marcados pela exuberância da natureza viva. Vale bem a pena ver, e até 20 de Agosto está disponível.

Regressar ao BA

Após alguns dias de afastamento por trabalhos vários, quero dizer consultas médicas, que é a principal ocupação de um "doente" encartado, regresso ao BA e logo no seu esplendor, quando as cores estão por todo o lado. À beira das estradas, os campos estendem-se numa vastidão de cor e riscos que quebram apenas quando uma árvore isolada não  resiste a aparecer na fotografia, de resto é muita cor e o verde nem será a principal.

terça-feira, 5 de maio de 2015

A star is born

O cão Elvis tem perfil de estrela, lá isso tem, e gosta de se deixar fotografar sempre pronto para a pose. Pequeno detalhe é ter uns donos babados, que andam de máquina em riste.

Interstellar

Terá o ser humano a capacidade de abandonar a sua visão individualista e assumir-se enquanto membro de uma espécie, coisa que os animais fazem com facilidade ? Assim terá a capacidade, perante o fim das condições de vida na Terra, procurar alternativas mesmo que tenha de sacrificar os seus melhores ? O individuo move o grupo, ou o grupo escolhe o individuo ?  O futuro está fora da nossa galáxia, e se assim for estamos preparados para viajar no espaço interestelar, em viagens para além da duração de muitas vidas humanas, onde os viajantes sabem que não regressam ? Vi e gostei, embora um pouco longo e de final complicado.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

O homem mais detestado do país

Coitado, coube-lhe a tarefa de defender uma causa perdida, defender um decisão idiota tomada por um assessor que ganha rios de dinheiro, defender o indefensável, dizer que o branco afinal é cinzento e o preto é branco, argumentar sem argumentos, contestar números que toda a gente viu que estão certos, fazer um retrato desfocado de uma coisa mais nitida que céu limpo, afirmar que está tudo bem quando todos vêm que está péssimo. Porta voz forçado de quem não quer dar a cara, é o idiota de serviço. É o porta voz do Sindicato dos Pilotos, um papel que ninguém quereria nem para o seu pior inimigo. Qual sempre em pé, não verga apesar dos golpes dos jornalistas que o tratam como merece, abaixo de cão.

Preparativos

Para quem pensa que as "coisas" nascem feitas fica aqui a nota doss preparativos por gente dedicada para a Feira que é já no próximo fim de semana em Garvão. Mais uma forma de recolher alguns fundos que eles fazem falta para manter as actividades e as pessoas apoiadas. No interior também é assim, nada é oferecido.

Ponte

A Maria Domingas optou por coisas menos óbvias e pelos vistos gostou. Um estilo Van Gogh, sem ofensa para o génio incompreendido, e para os seus amarelos e outras cores. Esta jovem senhora é talentosa e tem gosto, e uma idade avançada que não a impede de procurar outras maneiras de ocupar e de conviver.

Flamingos


Mais um trabalho de grupo da Aldeia. Agora são flamingos rosados retirados de uma foto que os ilustrava em plena ilhota. Um dos trabalhos da dona Graciete, que na sua insegurança, quem não tem quando se aventura por terras nunca dantes navegadas, levou o barco a bom porto. Não sendo um trabalho perfeito, que a palavra não tem aqui aplicação, manifesta a vontade de representar algo de belo. E nós temos de reconhecer que conseguiu. com dedicação e esforço. Há que continuar.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Primeiro

Venho aqui recordar aquilo que o Primeiro de Maio recorda, a luta dos trabalhadores de  Chicago em 1886, para conquistar o direito a uma jornada de trabalho de 8 horas. Não estamos a falar de fins de semana, de férias, muito menos de férias pagas, estamos a falar de trabalhar sem horário, até ter ordem de ser solto, como os animais que ontem vi na Ovibeja, acorrentados na sua cela. Esta era a realidade antes da jornada de Chicago. Vem isto a propósito da nova moda de trabalhar sem direitos, de trabalhar sol a sol, com remuneração miseráveis. Assim a memória de Chicago ainda é actual 129 anos depois. E não é preciso ser comunista para o reconhecer, pois nos actuais "paraísos" comunistas a situação não é muito diferente. Basta pensar na situação que nos é relatada acerca da RPC,  onde milhões de chineses vivem acorrentados sem direitos a teares, linhas de produção ou lojecas. A ganância não tem ideologia.