sexta-feira, 31 de março de 2017

Pequena janela

Retomei o meu artesanato das pequenas janelas, formato 15x20. Já fiz decerto algumas dezenas, muitas vendidas, outras oferecidas, outras dadas, outras emprestadas, em casa tenho zero ! São janelas reproduzidas a partir de fotos que eu tiro a janelas do concelho e das suas diversas aldeias e vilas e que podem ser penduradas, num conjunto, ou colocadas em pé com um parafuso de suporte, ou encostadas, pois gostam de estar no meio dos livros, como se vê no imagem, na minha estante. Dão-se bem e não "guerreiam". Por mim gosto, são coisas simples, locais e coloridas, e registam coisas que podem desaparecer, uma das que fiz, um original lindissimo aqui à saída da vila, já deu lugar a uma janela de alumínio, modernaça, funcional, mas igual a milhares de outras ! Vou registando !!!

Terraço

O dia nasceu embrulhado, no meu terraço. Nem carne nem peixe, logo pelas sete da menhã parecia que a terra e o céu se envolviam numa nuvem de algodão em rama, enquanto a claridade do sol procurava romper e vingar. Uma claridade que se reflectia nos pilares do terraço com uma cor branca que tudo envolvia. Curtos reflexos do sol mostravam o que se iria seguir. Talvez sol talvez chuva como se fizera prever, o dia imprevisível. Hoje vou dedicar o dia a trabalhos "pendentes", restos de compras por fazer, pinturas por pintar, telas para corrigir, posts por escrever, realidades comezinhas por realizar, um dia em que a neta já gatinha, a filha já voa, as costas ainda doem, e se começa a tratar do "IRS paga paga esquece esquece", e do "IMI, agora por aqui". Dedico a tarde ao Rachmaninoff, bonito, romântico e "cool", por enquanto, ouço o pianista Sequeira Costa, alguém que Portugal esqueceu, se calhar para bem dele. Ás vezes é melhor que Portugal se esqueça de nós, pelas razões atrás expostas, entre outras !

Longe

O Alentejo profundo tem destas imagens, Obtida junto à estrada que liga Castro a Beja, a percebe-se aqui a noção de longe e de profundo, e porque se diz que "é pertinho, são só vinte quilómetros". Pois aqui o longe fica muito perto. porque entre nós e o longe fica uma planura sem fim. Aqui não há longe nem perto, tudo é perto sem ser longe. Não se trata de uma questão de linguística mas uma questão particular de geografia ! Desta forma se está por cá e mesmo os que não são de cá estão sempre pertinho ! Voilá !

domingo, 26 de março de 2017

Primeiro dia da mãe (apresentação 31)

Não é confusão não ! Na ilha o dia da mãe comemora-se hoje, e a menina F tem a sorte de o poder comemorar duas vezes, se acrescentarmos o que se comemora em Portugal, Para já este é o primeiro da tua curta vida, e de certa maneira ainda fazes parte dela, da mãe que tens aí mesmo ao lado, em cima da qual estás a passar muitas horas, e ela até gosta ! Para ser normal já deste uma prendinha, daquelas que se preparam na creche para "as melhores mães do mundo", que afinal são mesmo quase todas. Um texto, escrito na lingua inglesa, e no qual  impressões foram feitas com a palma da tua mão pequenina para que não se esqueça como era pequena, daqui a uns anos. A mãe está de parabéns, e já agora o teu avô também, pois fez  parte desse "processo criativo", não é ?

sábado, 25 de março de 2017

De gatas e de pé (Apresentação 30)

Agora o mundo começa a ser visto de outra maneira. De cima para baixo como se de repente tivesses levantado voo e tudo pode ser visto sem obstáculos, um mundo em movimento. Não se distingue já se te deslocas ou se deslizas. Vais de gatinho e agarrada a qualquer apoio as pernas a fazer força e ficas de pé a desfrutar a façanha conseguida. Agora só falta andar. A cabeça, os bracitos, as mãos nunca param mexem remexem e finalmente a boca abre-se num sorriso de orelha a orelha. Estamos de pé !

Olhar pela janela

Uma das janelas exposta na Feira é esta, que normalmente vive na receção da UCC, e da qual as pessoas gostam particularmente. De vez em quando apetece-me regressar a coisas feitas há muito, e esta foi em 2012, tem 5 anos e foi na altura exposta na Biblioteca Municipal e mede 80x100, enorme para o meu  habitual. É alentejana claramente e está numa rua aqui da sede do concelho e o original está particularmente a precisar de recuperação. É muito bonita e penso que consegui reproduzir o jogo da luz e das sombras que fazem um estranho desenho sobre as cortinas pois o sol batia com intensidade na fachada. São detalhes da vila para as quais a maioria das pessoas não está atenta e cabe também a quem pinta trazer para a ribalta aquilo que está escondido e merece ser visto com olhos de ver. Nem sempre damos a devida atenção ao património urbano, ao que todos os dias olhamos sem ver, para usar uma terminologia que tenho usado muito ultimamente. O que é belo é intemporal e só mesmo a indiferença lhe pode fazer mal.

Arnaldo, o louco

O mui antigo educador da classe operária, Arnaldo Matos, sem suspeitas de islamista radical, e sem simpatias seguramente por causas de origem religiosa, mas com alguma probabilidade com distúrbio mental veio ontem nos jornais fazer aquilo que só mesmo o "estado islâmico" conseguiu fazer, defender os atentados de Londres, a chacina de civis inocentes sem exceção, e encontrar assim alguma lógica racional naquilo que é apenas um fenómeno de radicalismo fundamentalista, de um fanatizado, que decidiu imolar-se em nome de uma ordem da desordem. Ao que se leu, o homem defendeu estas práticas num editorial do Luta Popular, orgão central do MRPP. Apenas se tornou notícia pela raridade de tal posição, pela sua aberrante conclusão, e pelos argumentos que eu já não lia há muito. Mas atenção que no passado, há 40 anos muitos defendiam o mesmo, embora felizmente sempre gritaram muito alto mas ninguém escutava. Agora o homem enlouqueceu de vez, e como advogado com algum sucesso, deveria além de expulso da Ordem, ser internado com urgência num hospital psiquiátrico, talvez na Madeira, Ele há coisas !!!

sexta-feira, 24 de março de 2017

Na Feira do Porco Alentejano

Na Feira do Porco Alentejano, no meio de vários produtos genuínos do Alentejo estou com as minhas coisas a pintar na "casinha" da Associação Futuro, durante parte do fim de semana, procurando promover a Associação e eventualmente vender alguma coisa a favor da mesma. O ambiente é algo agitado mas consigo abstrair tudo e dedicar-me ao que quero fazer. Fui interrompido por muitos, muita foto e coisas assim, certo que isto não estava bem planeado, mas seja pelo melhor. Faço o que gosto com a melhor concentração, e estes também são produtos genuínos do Alentejo, pois todas as telas que faço são de temática local, a parte de fotos que eu mesmo obtenho, Nada de internet ou fotos retiradas dos sites, Paciência, mas é assim que quero fazer, apesar das limitações fotográficas. As janelas que se vêm na foto também são telas que pintei com 80x100.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Estrada

Esta estrada leva até à Feira do Porco Alentejano, o evento que se realiza cá pela terra neste fim de semana. Desta vez vou estar por lá na "casinha" da Associação Futuro, enfim tem de ser, e o que tem de ser tem muita força. É sabido o meu desapego a estes acontecimentos festivos, e para ser franco as festividades do porco não me entusiasmam, mas até percebo que se faça, já me parece mais discutível a presença da TVI e do Somos Portugal, com os Eirós deste mundo aos pinotes e a musica pimba no máximo. Não havia necessidade de dar para esse peditório. Deus perdoa-lhes este dinheirinho mal gasto !!! Então estarei por lá "mañana por la mañana". E nas outras "mañanas".

We aren't affraid

Vivemos neste local onde até as árvores estão solitárias, e rejeitam companhia. Como poderíamos ter medo neste mundo enlouquecido onde o inesperado, o insólito, o brutal, o despropositado, o sem sentido parece ter tomado sentido. Um objecto de gozo e prazer transforma-se em arma, um gesto normal é uma ameaça. Claro que espalhar o pânico, incentivar o medo, criar inquietação é o objectivo. E como dano lateral, matar infiéis. Mas para nós que estamos aqui pelo  Sul nada se nos aplica ! Assim espero. A calma dos campos, as cores do Sul, os ares perturbam qualquer terrorista, isto é demasiado parecido com o Médio Oriente para se ver viabilidade em alguma acção desse tipo, estamos todos muito sossegados, nesta feliz letargia, já somos meio mouros, não nos ligam e ainda bem. Terrorista que se preze prefere as melhores cidades, as melhores ruas, aquelas onde há gente normal e muita. Não é caso. Assim não tenho dúvida "we aren´t affraid" !!!

quarta-feira, 22 de março de 2017

Um começo ou o fim ?

Esta a dúvida perante as coisas inacabadas. Já foi outra coisa agora recomeço. Está feito ou por fazer, se não soubermos para onde ir, nunca saberemos como ir. A mim parece apenas o inicio de algo, mas por momentos pensei que poderia deixar tudo assim e partir para outra. Afinal o Alentejo é mesmo assim uma grande distância onde o começo parece o fim e ambos são de uma beleza que corta. Muitas vezes olhamos sem ver. Neste caso estou convencido que é apenas um começo !

segunda-feira, 20 de março de 2017

Galo

Um trabalho simples e colorido dos primeiros mais complicados da sua autora, no grupo em Garvão. Podia ser melhorado, podia ! Mas também há que determinar quando acabar, em função do que a autora já fez anteriomente, e sem dúvida que este é um trabalho muito para além do que fez, mostrando uma grande evolução. Com dedicação, paciência e algum talento lá vamos chegando, sem pressas nem objectivos de resultados. Aliás o resultado é o que menos interessa, o processo é tudo, o resultado aparecerá, menos para os que julgo tudo saber já. Não é o caso da autora do galo na capoeira.

Felicidade

Mais um dia internacional, agora da felicidade, aquele sentimento que nos faz sentir bem, coerente com o nosso meio, senhor do seu destino, construtor de bons sentimentos, rompendo com os maus "feelings", certo de que o futuro decorrerá com toda a normalidade no que é normal que seja, o de pessoas civilizadas, com sustentabilidade assegurada, meios básicos de sobrevivência acessíveis, amarmos e sermos amados, desejados e não rejeitados, retorno garantido para o nosso esforço, alvos de um sentimento geral de continuidade com o nosso habitat, onde nos integramos sem rupturas, esforços ou pressões extremas. Seria bom que assim fosse, mas onde está isto tudo num mundo cada vez mais desigual, indiferente, hostil e repulsivo ?  Onde está a felicidade de quem foge da opressão e miséria ? Na côdea de pão seco, no traficante que nos "ajuda" em troca de um valor mais alto, na vida prostituída que nos pode vender um pouco do seu "amor" para que a solidão se torne um pouco mais suportável ? Cada vez mais longe todos anseamos a felicidade que todos os dias nos é recusada e de novo prometida para ... amanhã !  Mas amanhã é sempre longe demais ...

Aldeia

Mais trabalhos terminados quer dizer que outros se iniciam. A Dona Graciete completou o seu elétrico e a Dona Perpétua a sua jarra com flores ao lado. São milagres que surgem todos os dias, dada a idade e os limites de algumas pessoas, que teima em os ignorar e ultrapassar, sem medos, preconceitos ou falsos complexos. Muito bem, assim estamos a deixar para traz a velha máxima do "burro velho" que não aprende linguagem, e a aceitar a que diz que "nunca é tarde para..."

domingo, 19 de março de 2017

Direitos de pai

Sim hoje é dia do Pai, pelo menos em Portugal, pois já percebi que noutros paises é noutro dia do ano, pois é melhor por razões comerciais ou outras. Fala-se muito dos deveres do pai, e desses muitos são esquecidos, mas não vamos agora por aí. Prefiro neste dia recordar que pai também tem direitos, no que à sua prole se refere, desde logo o de ver e conviver com os filhos, de ser por estes considerado, se isso merecer, de não ser separado pela chamada "alienação parental", que em geral deriva da "superioridade moral da mulher" para se ocupar da educação dos filhos, e do "bullying" em que muitas separações se transformam. Nada disso se aplica no meu caso. Mas um direito mais prosaico é de receber uma atenção no dia do Pai, uma visita, uma prenda, um afecto, uma chamada telefónica, tão simples ! Foi o caso, recebi visita, e duas prendas, uma foto da neta em moldura, "the most beatiful photo", e um "bonsai", isso mesmo uma mini árvore linda com seis anos, "from China", Gostei. Desta vez os direitos do pai foram respeitados. Não havia como não fossem !!!

Daniel Blake

Vi agora disponivel em DVD o filme de Ken Loach, "Eu, Daniel Blake", segundo muitos um dos grandes filmes de 2017, apesar de ter passado ao lado dos Óscares. Normal, num filme que denuncia o grande embuste em que se tornou o sistema de segurança social britânico e boa parte dos sistema do estado providência, afectado pelas políticas de redução de custos, e que levou a que o Estado Social em muitos casos se tenha tornado num sorvedouro de dinheiro público mas não ao serviços do cidadão mas sim de uma casta de funcionário públicos que tudo pode, tendo todos os direitos e poucos deveres, de uma insensibilidade social que repugna, servindo um monstro que alimentam, para devorar, desanimar, humilhar e fazer desistir qualquer necessitado que dele venha a precisar. E este filme não é de direita, não é ataque ao sistema público, toda a gente sabe quais as tendências políticas de Ken Loach , e são bem de esquerda. Este é o tal filme que todos os prestadores públicos deveriam ver nas suas sessões de formação, pois mostra a dimensão deste polvo que asfixia o cidadão mais fragilizado.

sábado, 18 de março de 2017

Em defesa de Pedro

Não sei se todos viram o mesmo que eu, pois muitos olham poucos vêm, mas num dos telejornais da RTP ou da SIC, não estou certo, de ontem, enquanto se anunciava a investigação a oito deputados do PS e PSD, na Comissão de Ética do Parlamento, por se julgar terem infrigido a regra das incompatibilidades, pois seriam donos de mais de dez por cento de empresas que trabalham para o Estado, foram mostradas imagens parlamentares em que o deputado por Beja, Pedro Carmo, era várias vezes mostrado em grande plano, ficando assim a ideia, para quem o conhece, que ele estaria nesse grupo de oito. Sabemos bem que não pois tenho os nomes e não consta o seu nome. O que se passou é um mau trabalho, em que à falta de imagens desses deputados se mostram imagens de arquivo induzindo as pessoas em erro. Existe um site chamado "Truques da Imprensa Portuguesa" em que se mostra que este tipo de "notícias" muitas vezes não são tão inocentes como se pensa. Assim vemos como certos descuidos são plantados !  Não será talvez este caso, mas que é feio é !!! E acredito que a maioria dos deputados não merece este tratamento pouco cuidado (no mínimo).

Produto estrela

Hoje no mercado um produto se salientou como uma "estrela" do marketing. Nem mais que um "massajador" de costas e de pernas que a foto ilustra, e o público em geral pode experimentar ao vivo com manifesto agrado. O preço, uma surpresa, "o que quiser dar", só mesmo quem não quer não pode aceder a esta maravilha da técnjca chinesa. Claro também comprei o meu, pena não trazer como extra alguém para massajar as costas !!!

Mercado mensal

Hoje 18 de Março, mais um mercado mensal, hoje com mais "mercadores" que o habitual. Lá estive de novo numa manhã diferente da rotina. Por lá estavam talvez dez ou doze pessoas a vender, e eu a mostrar os meus trabalhos, e naturalmente a pintar ao vivo. Dá mais cor ao local e permite ter uma componente de artesanato que lhe tem faltado. Surpreendente encontrar telas no meio dos queijos e das hortaliças. Música alta mas boa, workshop de sabonetes, e outras mercadorias, de facto tem vindo a melhorar muito, e um dia destes o espaço já é insuficiente. Ainda bem, pois faz falta esta alternativa. Mercado é cultura !

sexta-feira, 17 de março de 2017

Porcos e outras coisas da terra

Fui ver a exposição de António Saiote na Biblioteca Municipal e gostei do que está exposto. Tudo alentejano, pelos vistos origem do pintor, e na semana da feira do porco, saliento as telas com os ditos animais. O tema é inesgotável e o pintor reflete bem esta terra, Vale a pena ir ver e para  quem aprecia voltar outra vez. É assim que se deve fazer para rever pormenores. Apenas me parece que a luz de todas as telas está um pouco escura, mas isso deve ser defeito meu que tenho a mania das cores mais abertas.

terça-feira, 14 de março de 2017

Torturem os números... eles confessam !

Existem neste país apenas cinco concelhos em que em média as mulheres ganham mais do que os homens, o que é uma preciosidade rara. O ideal seria que ganhassem todos aproximadamente o mesmo. Desses cinco concelhos referimos Ourique, Mértola, Castanheira de Pêra, Nordeste e Lajes do Pico, dois nos Açores e três no interior.  Nada de anormal, todos têm em comum serem pequenos em população, o que significa que basta que uma gerente bancária seja substituida por um homem, para se alterar o resultado. Temos pena, mas em estatística as pequenas amostras têm este comportamento, para o bem ou para o mal. Até aqui tudo bem ! Até que se  compreende que qualquer dos cinco municípios saliente esta situação factual, fruto sobretudo do efeito da pequena amostra que representam, e do grande orientador de muitos dos resultados que se obtêm... o acaso !!! Agora que um destes municípios venha dizer em comunicado

"Os dados divulgados (...) confirmam o sentido do trabalho de anos de construção de uma comunidade com novos equilibrios" ou "os resultados dão-nos alento para continuar a trabalhar na concretização dos apoios sociais" ou "São indicadores positivos que nos interpelam a prosseguirmos o caminho do combate às injustiças. às desigualdades e às expressões de violência nas comunidades"

Só pode provocar uma barrigada de riso. tal a ignorância que demosntra, alguém que não resistiu à tentação de números sedutores, obtidos por simples cálculo, para daí tirar conclusões de foram obtidos por políticas bem definidas ! (até poderia chamar oportunismo, mas não quero ofender ninguém... ) Não gosto de política feita assim mesmo que venha de um partido de que gosto !!!

Giracôr

Este o grupo representado na colectiva em Lagoa, acompanhado da professora Manuela. Como normal nestas coisa a presença feminina é esmagadora, pois apenas vemos três membros do sexo forte, que para este efeito é muito fraquinho. E dos três um deles não é bem um aluno, o Brian Mehl, que é um grande artista e gráfico, com obras extraordinárias, onde muito me inspirei pois dadas as diferenças de nível pinta realismo, obsessão pelo detalhe, execução perfeita de quem tem formação. Lembro que entre muitas coisas o Brian produziu os rótulos das garrafas do vinho que o Clif Richard produz no Algarve. De resto um grupo de apenas alguns dos muitos alunos da Manuela que nos incentivou sempre a trabalhar, e a errar e superar os erros, sem criticas destrutivas ou excesso de intervenção. Gosto.

segunda-feira, 13 de março de 2017

Old man painting

Hoje de manhã até estava bem ! Na minha frente de batalha para ajudar a combater a solidão, a desertificação, a desocupação, pelas artes e pela ocupação positiva da mente. Lembrei-me da neta e de como gostaria da acompanhar, dedicar algum do tempo que vai para outros, alguns que não mereceram o meu tempo. Mas nada pode combater a distância, apenas mitigar, aproximar e permitir que este "old man painting" continue a sua actividade, capaz de se automotivar, de fazer das frquezas forças, e das forças tudo o que de melhor for possível. Afinal, nesta altura sou apenas um "old man" com algum jeito, e estes grupos compensam outras coisas que me faltam. Se as tivesse se calhar não seria um "old man painting" e não se perdia nada !

Também já tive 39 anos, mas usava fato e gravata !

Esta foto é dedicada à minha filha Inês que hoje completa 39 anos. O pai diz-lhe que também já teve 39 anos, há 25 anos atrás, usava fato e gravata, coisa de que já se esqueceu, e tinha saúde, um bom ar e uma razoável boa disposição, apesar de tudo o que se abateria sobre ele nesse ano de 1992. Aqui podemos vê-lo. com a sua eterna mania de ficar na ponta das fotografias, será então o primeiro a contar da direita, com os colegas a quem chamavam "Comité de Direção", da fábrica de que todos temos muitas saudades, pois correspondeu a um ponto alto das nossas vidas. Aqui comemoravamos a saída da linha de produção do veículo meio milhão, é obra, que se tinha conseguido após cerca de 12 anos de laboração. Por isso Inês, nada deve ser dado como certo, mas umas perdas não preconizam outras, nem são premonitórias. Trinta e nove anos é talvez o fim da nossa juventude, e a partir de agora cada ano é uma conquista, no emprego, na vida, e na nossa "carreira" que nos vai conduzir ao declínio. Mas até esse se deve poder gerir, e integrar na nossa felicidade, a felicidade de ser vivo, e repara que não digo "estar" vivo, aqui  se justifica a nossa lingua distinguir o ser do estar !!!

domingo, 12 de março de 2017

Offshores...

O caso das offshores parece começar a tomar contornos previsíveis, mas de modo a ficarmos mais "descansados". Foi descoberto que cerca uma boa parte do valor das transferências  provinha da compra da PT pela Altice. Já se sabia. Agora sabe-se que uma parte ainda maior será dinheiro transferido do BES para contas da PDV (Petróleos da Venezuela). Ora esse dinheiro era depósito de dinheiro pertencente à PDV que apenas foi transferido para o seu dono, não havendo lugar a impostos. Foi apenas problemático pois ajudou a descapitalizar ainda mais o BES, já na beira da resolução. Assim a PDV "safou o seu", um bom serviço prestado a Chavez, ou ao seu sucessor. Nada a dizer. O dinheiro já era deles, e assim safaram-se de ser "lesados do BES". Se repararem hoje o velho Jerónimo, amaciou o tom com que falou no assunto. Pudera. Agora o que é mais estranho é que tenha sido escolhido para cobrador de impostos um homem tudo fez na sua vida profissional para "ajudar" as empresas a fugir aos ditos. Ele há coisas...

Vedações

Para que servem as vedações ? Para nos proteger do exterior e impedir que "entrem", ou para nos proteger no interior e impedir que "saiam" ?  Com grandes interpretações de Denzel Washington e de Viola Davis (Óscar para melhor actriz em papel secundário 2017), o filme "Vedações" relata a vida de um casal Rose e Max, seus filhos, sua amante, seu amigo, seu irmão demente na América dos anos 50, onde os negros viviam dentro de "vedações" construidas pelo segregacionismo, e o preconceito. Uma família quer ter uma vida normal e decente, mas nem tudo está acessível. Pode-se tocar música mas não jogar basebol. Pode-se carregar os bidons do lixo mas não conduzir o camião. Mas não é o preconceito o cerne deste filme, é o drama de um pai que quer reproduzir junto dos filhos os seus valores de submissão, mas para estes já é tarde e outros valores se levantam. E de uma mulher que de forma heróica, como sempre nas mulheres, quer equilibrar o amor entre os contrários, e ao mesmo tempo queria ser feliz. Quase uma peça de teatro, sem efeitos, sem exteriores, e um diálogo e argumento que vale pelo resto. Denzel, também realiza. Estamos cada vez mais perante um Clint Eastwood negro !!!

sábado, 11 de março de 2017

Colectiva

Exposição colectiva em Lagoa, no Algarve, na Escola de Artes onde durante três anos muito aprendi com a Prof Manuela Vale, isto até 2010. Todos os anos faz uma exposição com alunos actuais e antigos, o meu caso. Decidi colocar lá apenas uma peça, a tela que se pode ver na foto, talvez aquela que me deu mais trabalho de todas as que fiz, e que representa uma janela aqui mesmo da vila de Ourique, numa casa em frente da agência da CGD. A janela é complicada e o seu cortinado também. A tela tem 100x80, e geralmente repousa na minha sala de estar. A exposição tem material de alunos da Manuela, no caso esmagadoramente mulheres, e estrangeiras, os homens também lá são pouco dados às artes. A foto foi me tirada pela Pamela.

Viver dá muito trabalho

Parece uma daquelas evidências, um lugar comum do qual toda a gente se queixa, apresentando várias e diversas razões para que o dia a dia nos pareça nem sempre muito divertido, nem sempre muito sexy, nem sempre muito animado, Claro não temos as queixas da formiga pisada a qualquer momento. Não temos a queixa do carapau pequeno, apanhado, queimado e comido sem contemplações e sem aviso prévio. Não temos a queixa da lagosta cozida viva sem lhe pedir licença, isso sim vidas cansativas e perigosas. Mas a nossa não faz inveja, e nem para isso é preciso que nos cruzemos com alguns daqueles doidos islâmicos, nem com as fomes endémicas do Sudão do Sul. Aqui mesmo no meio do conforto, o cansaço assalta-nos, e o "ofício de viver" parece uma tarefa trabalhosa, quando a terra nos chama, a vida respira com dificuldade e o sofrimento toma conta de algumas das nossas horas. As horas mais dificeis em que a doença parece querer apossar-se do sopro vital, e tudo, mas mesmo tudo, se faz para a sacudir, a rejeitar, a esquecer, retirar-lhe espaço, potência, travar, procurar o caminho para lá das pedras. Viver dá muito trabalho quando as pernas te pesam, quando voltar atrás para apanhar uma meia caída no chão se torna num acto heróico, e os olhos te recusam o essencial do que te prometeram. Um momento pessimista, e o pessimismo tem de dar lugar ao optimismo, mesmo o "irritante" como agora se diz...

sexta-feira, 10 de março de 2017

Praça D.Dinis

Este o painel que reproduz a Praça D,Dinis, no centro histórico da vila, uma vista em 360 graus. Foi feito em 2012, salvo erro ou omissão, composto por 4 telas, num  total um metro e sessenta por quarenta. Foi vendido e o resultado entregue a uma instituição do concelho, e penso que quem comprou gosta dele, tanto que o expôs publicamente, o que muito me sensibilizou. Acho que não sendo o melhor, isso não existe, corresponde bem ao que gosto de fazer. Agora a praça está a ser intervencionada, mas penso que só pode mesmo melhorar. É um ex libris de Ourique que parece uma sala de estar, onde neste momento não se está, pois não tem quase comércio, cafés, bancos de jardim, ou equipamentos urbanos, Vamos lá quando se vai ao cinema, aos  serviços camarários ou de passagem. É uma Praça muito bonita mas deserta. O centro da vila agora fica noutro local, junta da escola, paragem de autocarros, jardim e biblioteca, ou então no ... Pingo Doce.

quinta-feira, 9 de março de 2017

Santa Luzia

Mais uma vila do concelho com a sua matriz altaneira pintada numa tela em acrilico de 50x40. Segundo percebi é do século XVII. sofrendo no entanto melhorias posteriores. Não sei mais sobre a sua história, mas gosto do horizonte em que se integra, é bonita simples e tem uma claridade que ofusca. Não sei se o resultado está bem conseguido, gosto, poderia talvez fazer melhor, mas trata-se de uma imagem que me agrada. A luz e a sombra valorizam, e é coisa que não falta por lá.

Primeiras impressões (apresentação 29)

Tinha mesmo de ser menina F. Dentes, creche, novos contactos, não só com meninos e meninas, mas também com virús, bactéries e outros agentes portadores de más notícias. Assim lá veio o que já se previa, a febre, os vómitos, o ranhito no canto do nariz, e virou xoxinha. è o contacto com o mundo real que tinha de acontecer mais dia menos dia, mais coisa menos coisa. Infelizmente não há avós por perto para servir de rectaguarda, assim a frente de batalha tem sempre de ser assumida pelos pais. Nada feito é a vida como ela é.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Dia Internacional dos H

Hoje "so called" Dia Internacional da Mulher, prefiro falar do outros dias e outras vidas, relembrando os homens (em sentido restrito) que criaram filhos sozinhos, que os puseram na escola, que fazem a sopa, o bacalhau e o peixe cozido, lavam a roupa própria e a estendem no terraço, perante o olhar  de soslaio dos vizinhos, a passam e varrem a entrada, limpam as lareiras e carregam a lenha, não saem do quarto com cama por fazer, nem deixam meias espalhadas e cuecas no chão da casa de banho, que aliás limpam criteriosamente para que as bactérias se mantenham em respeito, que arrumam livros, e retiram pó onde ele se acumula, pintam as paredes e regam as flores, como aliás fazem muitas mulheres, que não a maioria podem acreditar, mas para além disso têm ou tiveram um trabalho de mais de 40 horas, mudam os pneus do carro, reparam o autoclismo, e refazem o sistema elétrico do escritório.  E ainda vêm para a net contar a história. Dirão, tal não existe !!! Existe eu conheço ! E tiveram mulheres que aproveitaram disso, não poucas. Mas livraram-se delas. Para esses, e outros e outras, deveria haver o Dia Internacional dos Humanos ! Pois todos devem poder ser assim !

terça-feira, 7 de março de 2017

Heartmate 3

Não é ficção cientifica mas uma realidade até em Portugal, onde foi hoje aplicado o primeiro dispositivo de assistência cardíaca, ou jornalisticamente chamado "coração artificial". E quem o implantou, pois o mesmo Professor José Fragata que me fez o transplante e antes tinha feito o "by pass". Parece coisa simples, uma bomba que leva o sangue de um ventriculo ineficaz, directamente à aorta, fazendo um by pass ao aurículo esquerdo. Assim temos meio coração a funcionar bem, e a outra metade quase parada, mas continua lá, e o débito desviado por essa bomba mágica que substitui a "bombagem natural" a fazer  pelo ventrículo esquerdo. Não há transplante, não há um penoso processo de medicação imunosupressora ou outra, riscos de contaminação. Apenas um pequeno detalhe, é preciso carregar ao fim do dia. E qual electrodoméstico, ligamo-nos à corrente ! Como se percebe este dia diz-me qualquer coisa, vítima que sou da mesma "insuficiência cardíaca" fatal, que mata sem piedade, em silêncio e sem dôr (até que é uma boa forma de morrer...) Hoje o meu "herói" a quem devo directamente a vida esteve em todos canais e explicar tudo com a mesma simplicidade de todos os dias, e disse uma coisa maravilhosa " a saúde tem custos mas não tem preço". Ao vê-lo não me esqueço que para mim ele foi o último elo da cadeia, meteu a mão na massa, mas outros estão na minha cabeça, desde a primeira detecção por alguém que podia não o ter feito, o acompanhamento de quatro anos de uma cardiologista na provincia, o suporte hospitalar, e o acompanhamento nestes últimos 6 anos e que vai continuar, pelo menos por mais seis.... Afinal o Prof. Fragata apenas "marcou o golo !!! E como é normal no jogo, o golo é que é notícia !

segunda-feira, 6 de março de 2017

Surpresa

Hoje fiquei surpreendido quando na consulta do Centro de Saúde vi o consultório decorado com 4 telas que já não via há alguns anos e que redescubro agora. Esta é uma delas, uma montagem que ilustra a vila de Ourique, mas também se encontra por lá um conjunto de três telas que formam no conjunto uma vista da Praça D. Dinis, no centro histórico da vila, Fiquei feliz. Acabei por ver como agora talvez já não fosse capaz de pintar esse painél que consta de 4 telas e que apelidei de "360 graus" pois permite ver a totalidade da praça quando rodamos 360 graus. Os pormenores estão muito bons, passe a modéstia, e talvez hoje com a vista que tenho, ou já não tenho, talvez não voltasse a fazer.  Boa surpresa, e sobretudo quando me disse que as pessoas que entram no consultório olham as telas e num primeiro impacto "esquecem-se da doença". Se for apenas por um minuto já cumpriu a sua missão. Esquecer o feio e elevar a beleza !

Luiza e Salvador

Estes manos são mesmos talentosos. Já nos tempos dos Ídolos lembro a Luiza com 15 anos quase a ganhar, julgo que foi segunda, e o Salvador alguns anos depois a ir longe. Quinze anos depois a "miúda" agora já com trinta anos sai-se com esta música genial, de alguém madura que viveu anos de amor. Uma verdadeira canção de "dor de corno", elegante, bonita, sedutora e bem escrita. Cantada pelo irmão Salvador, que muito deve ter suado para fazer aquela voz. E a Eurovisão ? Assim como assim não ganharíamos, melhor é melhor !!!

Sob as árvores

Uma tela terminada na Aldeia e mais uma vez a Dona Maria Antónia mostra do que é capaz. Um motivo em que tudo se joga entre a luz, pouca, e a escuridão por baixo das copas das árvores. Sem dúvida um trabalho dificil para qualquer um, mas que foi plenamente ultrapassado. A progressão é notável, e ver pessoas com tantos anos vividos realizar tais trabalhos é um motivo de orgulho. Bem resolvido, e a luz muito bem controlada. Com alguma ajuda mas lá chegou. Este trabalho quase não tem desenho, apenas pintura e muito controlo da mancha. Gostei.

domingo, 5 de março de 2017

Conversa

Passei o dia a conversar comigo mesmo. Aqui o resultado da conversa para ver se alguém entende. Trabalhos incompletos, para render ainda muitas  "conversas". Para mim "a perfect day", em que ao mesmo tempo que converso com as tintas e os pincéis vou ouvindo rádio, música, ou outras formas de produzir ruído domesticado. Apenas interrompo para grelhar os carapaus do almoço. Os carapaus também conversam comigo, isto é, querem conversa mas eu calo-os logo comendo-os. Uma realidade contra a qual pouco podem fazer as almas solitárias, para não estarem para sempre caladas, que há muitas formas de expressão, para além da cavaqueira, do chat, que bani há muitos anos, ou da afixação de gatinhos no Facebook. Depois apareceu uma playlist de "cantoras francesas" no Spotify, que tive curiosidade de ouvir enquanto tratava das paredes da igreja de Santa Luzia, uma terra aqui pertinho. Mais um dia invernoso, cheio de conversa. Alguém entende ?

sábado, 4 de março de 2017

Inverno ou Primavera ?

O dia acordou de novo com alguma chuva. De noite ouvia-se cair, aquela que faz muita falta por aqui, mas que muitas das vezes abominamos. O dia está assim cinzento e depressivo, pior ainda para quem está indeciso sobre qual tela começar, ou qual imagem escolher, que campos percorrer. Parece que este tempo não vai durar, que o sol vai reaparecer para a melhor imagem do Alentejo que é a imagem dos dias primaveris. Mas sem Inverno não há Primavera verde e florida pois a humidade é necessária. Nesta foto já começam a aparecer as pequenas flores e a natureza parece estar na dúvida para que lado cair.

quinta-feira, 2 de março de 2017

Vila de Garvão

Tenho ido por lá com frequência nas últimas semanas, e fui tirando umas ideias para apresentar em tela esta vila do concelho de Ourique, Já fiz várias telas esta é mais uma, mas uma vista particular, uma vista "de helicóptero" como a poderíamos imaginar. Ficou desta forma, depois de muito desenho e algum trabalho de pintura, ficou uma espécie de "desenho pintado", assim como aqueles desenhos para colorir que se retiram da net e se dão às crianças. Garanto não foi o caso,,, Tem 50x40, não é muito pequeno e para que aprecia estas minhas visões naturalistas, quase "naif", acho que nem ficou muito mau.