sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Eu torço pelo Cluj

Portugal no 5º lugar do ranking da UEFA, semi finalista no Europeu, 3 equipas na Champions, 3 na Liga Europa, é uma potência no futebol ?  Uma "lapalissada", estar bem é melhor que estar mal, estar em 5º é melhor que estar em 6º, não tenho dúvida, mas há que ver que estamos a falar de realidades que passam por muitos clubes falidos, salários em atraso, três grandes que pagam salários que não podem pagar, acima das receitas, que estão em queda, público ausente na esmagadora maioria dos jogos. Assim pergunta-se, potência de quê, quando muitos jogadores portugueses não encontram lugar, a formação de jovens faz-se pouco, o que leva muitos a ir para o estrangeiro, e mesmo equipas como o Marítimo e a Académica, estão cheias de brasileiros medianos pagos acima das possibilidades, quando recebem... e daí a verdadeira equipa portuguesa da Champions é o Cluj, campeão da Roménia, que tem dez  jogadores portugueses, alguns dos quais quase não fizeram carreira em Portugal. Eu cá torço por eles...

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O prometido é "de vidro"

Não se pode quebrar uma promessa, é de vidro e é perigoso. O Ministro Macedo cumpriu. Prometeu que ía abrir vagas para enfermeiros e o concurso vai abrir para 750 destes profissionais, sem alarde, à maneira  que o ministro já nos habituou. Outros que se possam vangloriar de tão depressa cumprir, não encontro neste Governo. E não é para ganhar 3,96 euros, mas sim o sálario inicial da carreira. Ainda bem. Tenho um grande apreço por estes profissionais, que por vezes (muitas) são desvalorizados, quando, a mim mesmo, posso dizer e ajuramentar, já me salvaram a vida pelo menos duas ou três vezes, e permitem que continue aqui a escrever estas coisas, e quando digo salvar a vida não estou a usar uma figura de estilo, estou a referir "vivo" como "contrário de morto", como dizia alguém da nossa praça.

Caminhada e pêras

Organizada pela Associação Futuro de Garvão, caminhada no próximo domingo de Garvão à Srª da Cola. São "só" 18 quilómetros, coisa para deixar o coração pelo caminho, e as pernas uma para cada lado. Coisa para iniciados nestas andanças. Termina com almoço, para o qual recebi um convite. Almocinho ainda vá, agora meter pés ao caminho, fatal...

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Combustíveis mais baratos

Calma !!! não é cá é em França. Um acordo entre o Governo e as distribuidoras permitiu a redução de seis centimos em média, por um período de alguns meses, sendo que o Estado paga 3 centimos e as distribuidoras outros 3, retirados da sua margem. Por muito simpático que seja, esta medida tipica de Governos que querem controlar o mercado (não é o mesmo que regular os mercados...), não sei até que ponto os combustíveis devem ser subsidiados, criando uma situação artificial, que como tal não pode ser duradoura. Qual a vantagem de viver uns meses com os combustíveis ao preço das low cost ? Por mim, quando posso vou ao Jumbo, e prefiro que os meus impostos sejam usados para outro fim, por exemplo para apoios sociais, para a saúde ou educação. Claro que nada me garante que sejam, mas isso são contas de outro rosário. Entretanto aqui em Portugal vivemos o "sindrome das segundas feiras", dia aprazado para actualizar o preço dos combustíveis, (actualizar igual a aumentar...)

terça-feira, 28 de agosto de 2012

David Blanco

Terminou a Volta a Portugal no domingo passado, e uma palavra de justiça e admiração para David Blanco que a venceu pela quinta vez, é obra. Tiro o chapéu a este galego, que diz quem o conhece, é de grande humildade, licenciado e pós graduado em economia (contraria a ideia do ciclista pouco polido ), que se tornou ciclista profissional porque "gosta do vento na cara", e das estradas de Portugal, onde iniciou carreira há 10 anos, e já com 37 anos dá cartas e mostrou, este ano no alto da Serra da Estrela, que é o melhor do pelotão. Grande ciclista, mas pelo que vejo grande pessoa, no infortúnio de um dos adversários foi dos primeiros a dar a cara e a oferecer-lhe o seu próprio amuleto da sorte. Parabéns, este o espírito do ciclismo.

Restos da festa

De passagem os "restos" das Festas de Garvão que foram no fim de semana passado. Algumas ruas ainda permanecem com decorações. Depois da música, da procissão, da tourada ( esta sem manifestações nem contramanifestações, pois a tradição é forte, e quem não gosta aceita que outros gostem...), do bailarico, ficam as flores de papel e os despojos de um fim de semana animado.

Manhã em Santa Luzia



Passeio a pé habitual e uma ida a Santa Luzia, precisava de algumas fotos e nunca tinha entrado nesta localidade aqui do concelho. Fui ver. Ficam algumas imagens desta manhã, de mais uma das freguesias de Ourique, onde não se fala de troycas nem de outras novidades. As novidades aqui são os velhos que de manhã se sentam ao sol, tirando partido do calor que já não é excessivo. Pequenos comércios que sobrevivem, pois aqui o hiper mais próximo estará a 20 quilómetros, nada que assuste, mas enfim dá mais um pouco de ar, alguns emigrantes, poucos, nada como no Norte, e uma luz como poucas, a do Baixo Alentejo.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Vamos ao controlo

Amanhã chega a troyca para novo controlo. Será que estamos a cumprir ?  Toda a gente já viu que sim, isto é, aquilo que estava no memorando "negociado" por Sócrates, está a ser cumprido, até por excesso. Já de resultados é melhor não ser optimista. Estão á vista, os positivos, e os negativos, estes com o cortejo das consequências sociais conhecidas, das quais o desemprego galopante, é o mais óbvio, mas também a quebra das receitas, a recessão, e associada uma crise social sem precedentes que a todos assusta. De positivo o equilibrio da balança com o exterior ( menos importações devido à crise, e mais exportações), a quebra  nos juros no curto prazo, e já no médio, e a credibilidade recuperada aos poucos.
Agora não querendo mais tempo nem mais dinheiro ( a menos que nos ofereçam), não sei como vão tapar os buracos provocados pelas decisões do TC em 2013, e é a altura para fechar uma decisão. Mais austeridade não acredito (mas a fé conta pouco), cortar a todos um subsídio, talvez, mas antes há que ver como vai a troyca analisar a questão da meta do deficit parecer estar por um fio. Umas rezas a Nossa Senhora de Fátima talvez ajudem, e porque não vai o ministro Gaspar a pé a Fátima ?

domingo, 26 de agosto de 2012

Secura

Imagens de hoje de manhã na barragem da Rocha mostram bem a secura que nos invade. O tempo estava fresco e o silêncio era quase total enquanto caminhava no paredão. Apenas os ruídos de alguns animais muito ao longe. Perfeito apenas se houvesse mais água.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

15 horas de trabalho para a nação (por semana)

Pode não parecer mais estou de acordo com a medida, e o título serve apenas para recordar o que se passou no dia 5 de Outubro de 1974, era ministro o Costa Martins, e primeiro ministro Vasco Gonçalves. Penso que o maior inimigo do emprego é a desocupação forçada, a sensação de inutilidade. Assim este contributo pode ser util, desde que não acrescente despesas suplementares, e seja compatível com a vida familiar e possibilidades de cada um. Agora temos de ter cuidado, pois se há algo a fazer, é porque existe um posto de trabalho; pode ser bem ou mal remunerado, voluntário, estágio, aprendizagem, mas não poderemos permitir que, por sistema, um posto seja ocupado desta forma. O trabalho não pode ser assim desvalorizado.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Borges diz como é

O Estado não é bom gestor de televisão, é a opinião do Dr Borges. Uma verdade absoluta, um axioma, não carece de demonstração, mas porquê ? Porque é que bons gestores, gerem mal se o fizerem em nome do Estado ? Simples, as tutelas políticas é que transformam bons em maus gestores porque muitas vezes lhes impõem regras absurdas para satisfazer interesses. Agora a gestão da televisão não se resume à gestão financeira.
Quanto à RTP parece que já não se vende, aluga-se...  uma concessão a um operador que, na opinião do Dr Borges até pode ser financeiro, e por muitos anos, para que a próxima geração não tenha de se preocupar, isto é alguém que no negócio só procura lucro, independentemente dos conteúdos, da programação ou do papel de serviço público, que seria reduzido aos serviços mínimos. Como dizia o outro "com palavras destas as esperanças são poucas".
Já agora aproveita-se e fecha-se a RTP2. E a rádio, que está integrada no grupo, o que lhe vai acontecer ? Mistério.

Referendo nas ilhas encantadas

O Dr Alberto João continua imparável na sua senda pelo rídiculo e pelo anedotário nacional, cobrindo de vergonha o PSD que lhe tem de aparar o jogo. É insuportável, e bem se mostra como é possível manter um mentecapto 30 e muitos anos num Governo, só porque se tem medo de se perder eleições se se afrontar a "fera". Agora quer um referendo, mas não se sabe para quê, nem ele diz, é para saber se "concordam com o sistema". Cuidado, se pergunta se querem independência, o pessoal da Madeira dirá que não, o do Continente que sim. Está tudo ao contrário. Depois quer outra Constituição, mais poderes, quando já tem tantos que até dá para gastar e esconder as dívidas. Tenha juízo. Numa altura em que está de tanga é que quer poderes, agora que perdeu a confiança de todos, é que quer mais autonomia... É mesmo para rir.

Uma sensibilidade tocante


Como já aqui referi a minha relação com o fado não é pacífica, razões pouco racionais, acredito, mas nisto de gostos a razão é apenas uma pequena parte. Por isso fiquei muito agradado com o mais recente trabalho de Maria Ana Bobone. Embora a raíz possa ser fado, mas lá está a música popular portuguesa e outras músicas, incluindo o fado, ou quase fado. A voz é soberba, já se sabia, uma das melhores do rectângulo, as interpretações originais e nada convencionais, servidas duma sensibilidade musical tocante. A ouvir as vezes que forem necessárias.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Dinheiro na mão

O Pingo tem todo o direito de limitar os pagamentos com multibanco a valores superiores a 20 euros. Eu tenho todo o direito de, com dinheiro na mão, ir a onde me apetece, e cada vez menos me apetece ir ao Pingo. Até porque se pensam que vou inflacionar as compras para chegar aos vinte euros, estão enganados.

Um piano para cavalos altos

Estava a ler desde Maio, altura em que assisti ao lançamento deste livro, em Lagoa. Entretanto outras coisas se interpuseram, outros livros também. Sandro é português, embora com nome vindo do Atlântico. Na realidade nasceu na Rodésia, já não se usa, agora diz-se Zinbabwé, e só se conhece pelo sinistro Mugabe. Estabilizou no Algarve e diz quem o conhece que é um poço de talentos, que vai das artes gráficas, ao teatro, declamação e desde há algum tempo a escrita (alguns pude confirmar ao vivo). Tem dois livros publicados, sendo este o segundo. De maior fôlego, e dimensão, está dividido em muitas dezenas de pequenos capítulos, que aparentam quase um livro de contos. O ambiente é concentracionário, de uma banda desenhada negra, em que as personagens não têm nome, mas função adjectivada, Ministro Calvo, Médico Loiro, Prostituta Anã, de um ar irrespirável, numa sociedade dividida, numa cidade murada, onde as zonas estão coloridas de acordo com a "qualidade" dos cidadãos, uns mais que outros. O livro emerge nesta imundice, pântano onde as personagens se movimentam como robots de um destino prefigurado, assim neste ambiente orwelliano, o autor não gosta desta comparação, a acção decorre e pelo meio passam-se coisas "inaceitáveis" que são normais. Não recomendado a pessoas sugestionáveis, não fácil de ler, embora se possa ler como um livro de contos, contos tenebrosos. Sandro William Junqueira, e um cavalo que foge, carregando duas moscas, e um menino que está preso ao piano, para aprender a tocar Satie.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

A Volta às voltas

Sempre gostei de bicicletas, e sempre gostei e gosto da Volta. É popular, é uma festa, e numa altura em que tudo se resume a benefício, tenho apreço pelos que lutam num desporto para sofredores em que o retorno é pouco para o esforço desenvolvido. Até porque sei um pouco do que falo. Este ano apesar da crise estamos a assistir a uma Volta competitiva, apenas com 4 equipas portuguesas, e muitas estrangeiras, mas com vários candidatos, um percurso interessante, onde o país se mostra. Pena que o Sul fique sistemáticamente de fora, mas tudo tem um preço, e organizar um evento desta dimensão em Portugal implica um grande esforço financeiro e no Sul, tirando o Algarve, não há dimensão para este evento. Lamentável, mas para mim continuo a acompanhar, e não estou sózinho.

Bom trabalho

Nós sabemos que "nem tudo o que luz é ouro", mas um Município que reduz de 20 milhões para 13,5 milhões a sua dívida em 6 anos, que reduz 109 dias no prazo de pagamento a fornecedores, é merecedor de aplauso, não importa o partido que o gere. É o caso do Município de Ourique, onde vivo, segundo informação municipal, o que permite reduzir os juros pagos ao Estado, como compensação.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O novo monárquico

Surpresa, Louçã parece convertido à monarquia. Não só sugere a metodologia, a tal lderança bicéfala, como diz os nomes de quem quer que lhe suceda. Assim para quê discussão, poupa-se tempo e neurónios, pois se há nomes ungidos por Deus, para quê gastar energias com coisas menores.

If you're going to S.Francisco

Foi conhecida hoje, mas já ocorreu há alguns dias a morte de Scott Mackenzie. aos 73 anos. Nunca cheguei a perceber o fenómeno. Se apareceu do nada, se emanou do movimento hippie, se foi um aproveitamento comercial, se foi a indústria a tomar conta dos acontecimentos. A verdade é que para muitos esta canção marca a identificação de um movimento em que não participaram, pois se passava a muitos quilómetros e a globalização ainda não era, estavamos em 1967. Publicou dois discos e desapareceu. Hoje pode-se não saber quem foi Scott Mackenzie, ele nem fazia nada por isso, honra seja feita, mas raras serão as pessoas que não conhecem a canção que o celebrizou, com razão ou sem ela. Eu cá por mim comprei o single na altura, chegou cá nos finais dos 60, da CBS, metido na saqueta de papel com um buraco no meio, onde o simbolo da CBS sobressaía em cor de laranja forte. Já agora, custou 45 escudos... ou seja um pouco mais de 20 cêntimos.

Fado é destino, é para contrariar...

Durante estes poucos dias aproveitei para ler este livro, "Fado" de Napoleão Mira. Penso ser o primeiro livro de ficção do autor, que tem a sua carreira no jornalismo regional. Tem sido feito o lançamento no circuito das Bibliotecas Municipais aqui do Sul, dado ser natural do concelho de Castro Verde. Para quem não viveu os anos 60/70 poderia ser uma boa leitura para conhecer esse Portugal, marcado pela fase final da ditadura. O país da emigração, mas diferente da que se fala hoje. A epopeia de José e Amália é uma história emotiva, bem escrita e traduzindo bem a realidade dos "grandes portugueses" que lutaram pela melhoria da vida, contra o destino que estava escrito. Numa altura de crise, que chamar áquilo que se vivia nessa altura ? E há ainda quem diga que nesse tempo era bom....
Sem ser uma referência de nada, nem a isso se propõe, um livro que nos prende com a realidade, de desfecho incerto, lê-se num ápice e fica na memória por algum tempo. Vale a pena ler. A capa é muito bonita, há quanto tempo se não via um Renault 8, um carro bem característico dos emigrantes em França no final dos anos 60.

Retorno com as cantadeiras

Após curto interregno para molhar os pés, a mais não me aventuro, regresso às origens. Venho acompanhado com este par de cantadeiras, e seus acompanhantes nas violas. Ainda não está totalmente pronto, mas dá uma ideia do que tenho procurado fazer, pois neste período não parei.

sábado, 11 de agosto de 2012

É o que se pode arranjar

Parece que este ano o Algarve está a abarrotar. Tuda a gente que já lá tinha casa aproveita. Quem não tem aluga. Quem não aluga pede emprestado. Quem não tem a quem pedir vai para o campismo. Quem não tem tenda sai cedo do Baixo Alentejo, passa o dia na torreira, apanha com os ultravioletas e os infrvermelhos, e vem, qual lagosta cozido ao final do dia, com a lancheira vazia e o estômago cheio, as costas vermelhas o peito escalmurrado. Felizmente incluo-me no primeiro grupo. Assim, apesar da crise tira-se proveito do que está à mão. Os restaurantes queixam-se de que não há clientes, que os portugas não consomem, e prevêm encerramentos em catadupa. Na realidade já há muitos anos me interrogo como é que certos restaurantes, bares, snacks, cafés, pastelarias, e outros se mantêm abertos. Também aí a crise vai fazer o trabalho sujo, enterrar cadáveres mortos há muito tempo, sem os donos saberem.
A partir de hoje vou também seguir a carneirada. Uns dias na confusão podem afastar-me deste teclado, mas será breve a ausência.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Jorge Amado

Passam hoje 100 anos sobre o nascimento do escritor. Talvez a maior injustiça foi não ter recebido o Nobel.
Li "Gabriela cravo e canela" nos finais dos anos 60, um dos primeiros romances a sério que li, depois das leituras obrigatórias do liceu (também boas). Só 10 anos mais tarde  vi sob a forma que todos os portugueses viram, em telenovela, o que tornou ainda mais popular o nome do escritor. Acabei por ler outros livros, e recordo em particular "Os capitães da areia", lido no contexto do Club de Leitura, ou a trilogia "Os subterrâneos da liberdade", escrito na era das ideologias, nos anos 50, quando Amado era assumidamente comunista, chegou a receber o Prémio Stalin, e as ideias comandavam, para o bem ou para o mal. O escritor, para mim, talvez dos casos mais sérios em que se alia a qualidade da escrita e a popularidade em simultâneo, foi capaz de ter uma presença junto do público, através da adaptação a novelas, séries de televisão, p que também lhe valeu críticas de puristas. No entanto "Tieta" ou "Dona Flor", foram enormes sucessos.
Jorge Amado representa bem o imaginário do brasileiro, e mostra-nos nos seus livros uma realidade que vai da luta pela liberdade, ao mais simples romance de costumes. Uma escrita clara, simples e luminosa, uma ficção que nos agarra pela força, graça e conteúdo das suas personagens. Continuo a gostar.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Tocadores de viola

A viola campaniça é um instrumento característico do Baixo Alentejo, mantendo-se pela mão zelosa de alguns amigos, pois os tocadores de viola começam a rarear. Existem registos em CD, não muitos, e os apoios de alguns Municípios, caso do de Castro Verde, entre outros. Tentei uma pintura destes tocadores que aqui se apresenta. As cores estão um pouco desmaiadas, dotes de um fotógrafo desastrado e ainda por cima não usa photoshop...

Assustador

Entrevista de ontem de António Ramalho, Presidente das Estradas de Portugal, na SIC Noticias, para ficarmos a saber, objectivamente qual a situação das PPP Rodoviárias, e os riscos que se correm. Ora segundo o entrevistado:
1. As últimas 7 autoestradas cuja decisão foi tomada no Governo Sócrates, salvaguardados os números da altura, não têm tráfego que as possa justificar, e parece já não terem no momento da decisão, pelo que há que de imediato, como disse, "não deitar dinheiro bom em cima de dinheiro mau" e enquanto é possível, renegociar, reduzir, evitando mais este encargo inútil que não tem quem o pague, a não ser os do costume ou os filhos deles.
2. As infraestruturas já construídas têm uma dimensão "industrial" sobredimensionada. Por exemplo, existe um centro de manutenção, super equipado, em cada 100 km, com esquadras de polícias, oficinas, camas para o pessoal, escritórios, etc etc,na maioria sem qualquer uso, nem se prevê que venham a ter. Outro exemplo, os pórticos de cobrança das novas ex SCUT, custam mais de 1000 milhões de euros, quando ñós já tinhamos tecnologia de excelência na Via Verde, e que poderia ter sido usada. O número de câmaras de vigilância é excessivo, e a sua gestão é um custo insuportável.
3. Estão a auditar para saber se as compensações pagas aos concessionários são adequadas ou excessivas. Mas duma maneira ou de outra uma certeza, não se poderá pagar. O volume da dívida da empresa aos concessionários, a partir de 2014 subirá de forma astronómica e em 2020 passará dos actuais 3000 milhões para 14000 milhões, isto é, cerca de 10% do PIB. Ao pé disto o orçamento da saúde e da educação são amendoins...  escusado será dizer que é impagável.
4. Ficou ainda no ar outra ideia, não totalmente "dita". As decisões tomadas no Governo Sócrates, não só não implicaram em muitos casos qualquer pagamento inicial, remetendo toda a dívida para os outros pagarem, como terá havido pagamento dos concessionários ao Estado, com agravamento dos pagamentos posteriores, o que indica que o Estado poderá ter utilizado os concessionários para se financiar, e apresentar aqueles deficits expéctaculares, remetendo para as calendas o pagamento, quando já estivessem a estudar filosofia...
5. Durante a entrevista surgiram imagens de uma entrevista com o Secretário de Estado Paulo Campos, pai destas embrulhadas e actual deputado do PS. Dizia o sr que "não havia problema de deixar as dívidas para os filhos e netos, pois também lhes deixamos as estradas que duram muito anos". Só um pormenor, vão ter que pagar o que não decidiram construir, sujeitando-se às decisões destes iluminados pouco escrupulosos e incompetentes, e pelos vistos ainda vão pagar os deficit dos seus antepassados.
É assustador...

O Alqueva é um direito sem Roquete nada feito...

Será um dos projectos em Portugal que mais tinta tem feito correr nos jornais. O tempo que demorou, e ainda hoje está longe do fim, pois a componente de regadio ainda não chega aonde é necessário. Depois a componente turística, muito criticada, e por muitos menorizada. Ainda o aproveitamento agrícola que parece ter agradado mais a espanhóis que a portugueses. Muitos são os pontos de dúvida, tão discutido como a saúde ou a educação, que arrisco a dizer que o Alqueva é um direito dos alentejanos (mais um ...)
Agora, um dos projectos de maior dimensão vai parar, muitos milhões de euros depois. Pode-se discutir o seu valor, a pertinência de encher o país de campos de golfe, mas isso é quando se discute. Agora acabou a discussão e é preciso fazer. O empresário José Roquete, tomou em mãos um desses investimento. Agora, a CGD vem negar o apoio financeiro. De facto, disso não entendo nada, mas quando se vê a CGD no passado, a apoiar especuladores como Berardo, apoiar alguém para comprar uma fatia da Brisa, apoiar Manuel Fino num processo cheio de dúvidas, agora vem dizer que quer mais garantias para apoiar Roquete, pois "não pode assumir este risco", fica-se um pouco espantado. É o nome que os assusta, é a viabilidade do mesmo ?  Mistério...

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Investimento gorado

Já na altura me parecia mais uma socratisse, mais um projecto megalómano do conhecido empresário Alexandre Alves, lembram-se da FNAC, não esta dos livros e CD, mas a Fábrica Nacional de Ar Condicionado, que nos anos 80 dominava o mercado deste tipo de equipamentos ainda antes da entrada de japoneses e coreanos no negócio e que pertencia a este empresário, conhecido como "vermelho", pelas suas tendências políticas, clubisticas e de gestão ( a FNAC sempre foi uma cooperativa). Explodiu de uma forma pouco clara e seguramente as dívidas ainda andam por aí... Agora Sócrates ía colocar~lhe nas mãos uns milhares de milhões, em 2010, para projectos de painéis solares, menina dos olhos do nosso actual candidato a filósofo. Como se esperaria mais uma barracada que não tem fim. Sonhos gorados, seguramente dinheiro de que não se vai saber o rasto, e do que se construiu ficam os escombros. É o meio empresarial do país no seu pior. Vamos a ver se fica por aqui.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

20 anos depois

Faz exactamente vinte anos. Um coração parou, uma boca deixa de respirar, um sofrimento que termina, outro que começa. Um vida retirada jovem, um projecto que desaparece arrastando num turbilhão outras vidas desamparadas. A casa nova sem sentido, o sonho desfeito, a procura das alternativas que o não são. A vida sobrepõe-se à morte, mas o esquecimento não. Permanece no interior do silêncio.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Baixo Alentejo

Não sou de cá mas tenho de reconhecer a vantagem de aqui estar. De manhã pão alentejano ainda quente à porta, Para melhorar os diabetes, depois dum pequeno almoço a condizer, um passeio na barragem, um verdadeiro tapete de ginásio, mas à borla e ao ar livre. Temos o calor e a sesta. Não temos pressa. Temos a linguiça, que mantenho longe da vista, e o porco preto, longe do coração. Tudo é logo ali. Temos a viola e o cante. A planície que agora é seca, mas a manhã reanima-a todos os dias. Uma alma que renasce. É bom. Faz bem ao coração, mesmo que este não saiba bem donde veio.

domingo, 5 de agosto de 2012

Norma Jean

50 anos sobre a morte de Marilyn Monroe, o mito permanece. Não seria uma grande actriz, mas fez 50 filmes e ainda hoje os vemos, e ganhou um Oscar, não seria uma grande cantora mas cantou muitos sucessos musicais, não seria uma intelectual, mas casou com um, Arthur Miller, não seria um exemplo de opções políticas, mas esteve perto de presidentes e candidatos. Foi "apenas" uma mulher, representante por excelência do "eterno feminino". Deus não se enganou.

sábado, 4 de agosto de 2012

Hospitais em avaliação

Publicado hoje o relatório de avaliação dos centros hospitalares. 69 dos 164 obtiveram nota máxima nos 5 critérios de avaliação, o que parece ser um resultado muito bom. Na especialidade que mais me interessa, cardiologia, nenhum obteve essa nota. O Hospital de S. Marta obteve nota intermédia no item "excelência médica", e do que conheço, não é preciso mais. Temos que perceber que a excelência custa dinheiro, não é de borla, e muitas vezes a "máquina ultimo modelo", não é imperativa para a qualidade, pois não podemos confundir qualidade prestada, satisfação do utente e excelência. A excelência é algo mais, muito mais que a simples qualidade do serviço prestado, já a satisfação pode até existir sem existir qualidade do serviço. O ponto que eu previlegio é este último, E para mim como utente chega. Se calhar nalguns casos até já temos "qualidade a mais" (isso também existe... e não é bom).

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Negócios no ar

O governo definiu o quadro da privatização da TAP. Não sei se estará certo ou errado. Julgo que está certo, tenho dúvidas que Portugal, por si só, tenha condições no presente, para garantir uma companhia própria rentável, sem realizar alianças, fundir-se com outras, ou privatizar. A surpresa são os pilotos. Ou está tudo doido, ou algum doido assinou sob pressão algum "acordo" para o qual duvido tivesse mandato. Querem estes senhores um quinto da empresa, e de borla. Mas isto não existe !!!!  Se uns dizem que não se deve vender, o que pensamos quando alguém defende que se dê, dado, de borla, aquilo que por enquanto é de todos os portugueses ? Será que a apalermação galopante da sociedade não pára ? 
Vendo bem até estou de acordo que se dê um quinto da TAP aos pilotos, mas já agora, e como somos generosos, ofereça-se também aos ditos, um quinto das dívidas. Pegar ou largar...

Vida por vida

Não poderia ficar indiferente à notícia da queda de um avião utilizado no transporte de orgãos. Após a recolha feita em Portugal e o transporte para Oviedo, onde o coração foi aplicado num doente que o esperava, aparentemente com sucesso, o avião regressava à base e teve um acidente em que faleceram os dois tripulantes. Os dois acontecimentos, isoladamente são normais e ocorrem com frequência, mas quando um ocorre na sequência do outro, pensamos duas vezes, e vemos como o homem é grande e capaz do melhor (até nos esquecemos do desprezo pela vida que se passa todos os dias na Síria...). E já agora não se pode esquecer aquele que perdeu a sua vida, permitindo a utilização de um orgão (ou vários), salvando assim uma ou várias vidas. Uma vida que vai passando de mão em mão, numa batalha que umas vezes se ganha outras se perde.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Finalmente

Ao que parece o Governo vai finalmente actuar junto das muitas centenas de Fundações, que em muitos casos são mais um sorvedouro de dinheiro público, ou de benesses fiscais, sendo também usadas pelo Estado para "agilizar" processos, como é o caso da maior consumidora de dinheiros, entre as Fundações, a Fundação das Comunicações Móveis ( que gere as entregas dos computadores Magalhães) . Muitos interesses se movem e muitas areias movediças. É altura de pedir a quem pode dar.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

É muito trabalho

Talvez da "silly season", fiquei apatetado. Será que ouvi bem que os gestores das empresas cotadas em média estão em 13 administrações, e existe um presente em 73, sendo remunerados por todos ou quase todos os cargos. Não me questiono se têm tempo, pois sei que alguns só exigem presença 2 ou 3 vezes por ano, para sessões meramente estatutárias, mas encontro trabalho a mais, remunerações indevidas, e poucos escrúpulos. Não haverá "código laboral" que impeça esta  "exploração" ????

Agosto e a "silly season"

O mês de Agosto que tinha por hábito ser a época alta da "silly season", isto é, ausência de notícias, notícias parvas exploradas à saciedade por jornalistas que precisam de encher papel, ou horas de telejornal, está a evoluir, pois agora a política já não vai de férias da mesma forma, e mesmo em Agosto o peso da crise não nos deixa pausa para pensar noutras coisas, nem é necessário. Vem a propósito exactamente hoje, inicio da "estação" ter sido anunciado um bom investimento para a região de Ovar e Gaia. Não é normal na "estação". Mais uma vez a Salvador Caetano dá o exemplo, e mesmo após a morte do seu fundador, o espirito empresarial mantêm-se, e a empresa continua a investir e a lançar novos projectos. Quem nos dera mais como ele, sobretudo aqui no Sul, onde pouco se passa, e as pessoas se afundam numa modorra de inactividade, esperando do Estado tudo, deste Estado cada vez mais descredibilizado e sem dinheiro.