sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Jorge Amado

Passam hoje 100 anos sobre o nascimento do escritor. Talvez a maior injustiça foi não ter recebido o Nobel.
Li "Gabriela cravo e canela" nos finais dos anos 60, um dos primeiros romances a sério que li, depois das leituras obrigatórias do liceu (também boas). Só 10 anos mais tarde  vi sob a forma que todos os portugueses viram, em telenovela, o que tornou ainda mais popular o nome do escritor. Acabei por ler outros livros, e recordo em particular "Os capitães da areia", lido no contexto do Club de Leitura, ou a trilogia "Os subterrâneos da liberdade", escrito na era das ideologias, nos anos 50, quando Amado era assumidamente comunista, chegou a receber o Prémio Stalin, e as ideias comandavam, para o bem ou para o mal. O escritor, para mim, talvez dos casos mais sérios em que se alia a qualidade da escrita e a popularidade em simultâneo, foi capaz de ter uma presença junto do público, através da adaptação a novelas, séries de televisão, p que também lhe valeu críticas de puristas. No entanto "Tieta" ou "Dona Flor", foram enormes sucessos.
Jorge Amado representa bem o imaginário do brasileiro, e mostra-nos nos seus livros uma realidade que vai da luta pela liberdade, ao mais simples romance de costumes. Uma escrita clara, simples e luminosa, uma ficção que nos agarra pela força, graça e conteúdo das suas personagens. Continuo a gostar.

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