Tinha sido já há quatro anos o último nascimento na família. O final desta nova gravidez aproximava-se, a mãe tinha acabado de fazer o exame de condução, um pouco apressadamente para não interferir. Era uma quarta feira e ao meio da tarde começaram os primeiros sinais. Tudo tinha corrido bem até ali. Mas perante os sinais há que repeitar o tempo próprio e ir para o local mais adequado. Não tinhamos carro, mas por uma questão de precaução pedi o carro do meu pai, para o que desse e viesse. Era um velho carocha côr de "zarcão", que nos serviu muito bem para no final do dia ir até ao hospital. Era o mesmo do costume, o Particular em Lisboa, e nós agora estávamos no Monte da Caparica. A Inês já tinha 4 anos, e ía ficar com a avó, se bem me recordo. Fomos de facto para o Hospital, inicio da noite, mas perante a observação feita, foi recomendado o regresso a casa, e o retorno no dia seguinte, sendo a médica avisada da situação, que era normal. Que tudo ficasse descansado que nada de anormal estava para ocorrer. Assim foi, regressámos a casa, e a noite foi passada na expectativa, uma vez que uma vez sentidos os primeiros sintomas, parece que estes estão sempre iminentes.
No dia seguinte, pelas 5 da manhã, pareceu ser a hora. Vestir, pegar na trouxa, que já estava preparada, e regressar ao hospital. Pelas 7 ou 7 e meia, estávamos de novo lá. Agora parece que sim, que ía ser, esta seria a hora. O pai poderia ficar e esperar, ou ir para o trabalho, pois aparentemente não era para já. Penso agora que a segunda opção foi a escolhida, uma vez acomodada a mãe. Era 5ªfeira, dia 15 de Abril, não sei se havia sol ou chuva, já não me lembro. Sei, do que me lembro, que o nascimento se deu pelas 10h00, e era de novo uma menina. Também já tinha nome que a irmã tinha proposto e os pais aceitaram, Joana. Pela hora de almoço já a estava a ver e a pegar naquele corpo frágil no quarto. Tudo se tinha passado normalmente e sem surpresas. É assim que a vida deve ser.
Sem comentários:
Enviar um comentário