domingo, 31 de agosto de 2014

Noruega, destino improvável 6

Partida em Flam
Um fjord é um vale em forma de U, com paredes verticais de muitas centenas de metros, sendo na Noruega invadido por mar, a profundidade é equivalente à altura das paredes, muito profunda então. Fazem um rendilhado na costa com braços multiplos que se estendem em muitas dezenas de quilómetros para o interior. Flam, onde nos encontramos, encontra-se no interior final do Sognefjord, um dos dois grandes fjords junto a Bergen, e vamos iniciar um trajecto que nos levará ao mar, e pelo mar navegaremos pelos canais entre pequenas ilhas até ao porto de Bergen.
Uma escuridão onde a luminosidade mal penetra
A viagem demora cerca de seis horas, das 15h30 até depois das 21 horas, num catamaran de dois andares, que faz transporte público, mas também leva os turistas, cerca de dois terços são mesmo turistas. A duração da viagem deriva do facto de atracar em 9 localidades ribeirinhas atá Bergen, onde entram e saem pessoas e mercadorias, pois muitas dessas localidades são apenas acessíveis por barco. Os fjords têm muito pouca terra firme até às paredes, de 0 até 500m, mas estas zonas são habitadas e nelas se cultiva verduras, horticolas e até vinha e pomares de fruta. Os campos são cuidadosamente cobertos com panos que são colocados e retirados em função do tempo, mas até no Inverno a agricultura é possivel e pelos vistos florescente.. Após a partida entramos num vale profundo e escuro, pois as paredes não deixam quase penetrar a luz do sol e durante os primeiros quilómetros é assim, maravilhoso, encontramos muitos braços mas o piloto lá se orienta no caminho certo, pois a mim parece tudo igual, como num escuro labirinto, até que o fjord alarga para talvez mais de 1000m de largura e a luminosidade entra de frente, quebrando essa escuridão azulada. O barco passa por outros em sentido contrário e a sensação da nossa pequenez face aquela paisagem gigantesca é esmagadora. Surge uma pequena localidade  e o barco aponta para ela, que se aproxima, vemos pequenas estalagens, muitas casas, pessoas, e o pontão de atracagem, onde se faz a primeira paragem. Estamos em Aurland.
Aurland, primeira paragem
Entram pessoas, saem mercadorias, bidons, pequenos contentores, e percebe-se que alguns comerciantes vêm buscar encomendas.A paragem é curta, apenas alguns minutos, e de novo nos fazemos ao mar, pois lá ao fundo num outro braço para onde o barco se dirige já se distingue outra localidade, Leikanger, onde ao aproximar se distingue um grande hotel constituido por vários edificios não muito grandes. A bordo instala-se a tradicional máquina de cachorrros, onde as salsichas rolam sobre rolos, e são servidas dentro de um pão perfurado. Na Noruega encontramos estas bancas por todo o lado. Os passageiros fazem fila para os cachorros. Novas localidades se seguem, percebendo-se que muitas vezes o barco volta a trás para entrar num outro braço do fjord, pois tem uma localidade de paragem que não fica no alinhamento. Tudo transpira calma e equilibrio, e o final da tarde de Agosto aproxima-se o que dá uma luminosidade que tudo cobre. As águas essas são azuis muitos escuras devida à profundidade.
Balestrand, mais uma paragem
Segue-se Balestrand, Vik, Nordeide, Lavik, Rysjedalsvika, Solleibotn, Vardetange, entre outras de nomes estranhos. As margens agora são mais baixas, até percebermos que já estamos em mar aberto, embora protegidos por ilhas rasas que começamos a contornar.
Atracagem do catamaran em Rysjedalsvika
A noite já caiu, pelo que a terra já só se distingue pelas luzinhas sinalizadoras, pois a nevegação é confusa, para nós que não conhecemos, e ao fundo  distingue-se a claridade de Bergen, onde se chega depois das 21h00, onde o barco atraca finalmente. Saimos e a fome de um dia pleno aperta. Comemos alguma coisa nos bares do porto, que são muitos e nas esplanadas, cheias em todos os bares.
As espalanadas do porto de Bergen
A temperatura não recomendaria a esplanada mas nada que não se resolva, pois todas as cadeiras têm uma manta que os clientes colocam nas pernas ou nas costas mediante o frio que sintam, e fica-se na esplanada a ver os edidficios tipicos do porto, iluminados. Grande dia.

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