domingo, 16 de outubro de 2011

O sobrevivente

Chegar aqui foi uma odisseia. Este blog é testemunha das diversas etapas dessa odisseia e dos vários estados de humor, de espírito e de capacidade física pelos quais fui passando. Desde uma grande debilidade física, ao cardiograma no monitor, que mais parecia uma construção clandestina, sequência de arabescos sem lógica, até à esperança de acordar pelo menos no dia seguinte. Para ocupar a cabeça por vezes tentava imaginar que música poderia acompanhar os meus restos mortais, ou nos dias de óptimismo, como seriam as portas da sala de operações no 3ºandar. Afinal, há um ano não imaginaria posar para a foto que a Maria Augusta tirou ontem e que aqui apresento em estreia. Menos vinte e tal quilos, alguma tendência para entortar, mas a esperança reforçada. O risco permanece, mas o ponto de partida mudou. Obrigado a quem tornou tudo isto possível. Infelizmente o contributo principal foi dado por alguém a quem foi retirado o direito de prosseguir a sua vida. Mas esta é mesmo a lei da vida.

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