domingo, 14 de julho de 2013

Amor

Óscar para melhor filme estrangeiro deste ano, do austríaco Michael Haneke. Amor, fala-nos do amor no ocaso da vida, e das formas de que este se pode revestir. Formas estranhas, que podem incluir actos, que jamais associamos ao amor, mas que serão provas de amor "irrevogáveis" (palavra na moda). Ter perfil de cuidador, ser cuidador é um acto de amor, ou amor é resolver problemas por quem se julga não poder ? E se o único acto de amor a prestar, e aceite pelo outro é a morte, pura e dura ? Mata-se ? É dura a problemática que este filme nos coloca, não sendo de uma grande originalidade, é de grande actualidade, quando a duração da vida aumenta, que não necessáriamente a qualidade da vida e, sobretudo quando a mente daqueles que envelhecem permanece viva e cultivada, impondo a atroz consciência do próprio processo de envelhecimento. Jean Louis Trintignant, um dos galãs dos anos 60, faz um papel de grande densidade, Emmanuelle Riva, uma octogenária no melhor nível, Isabelle Huppert credível, e até Rita Blanco, uma "concierge" portuguesa em Paris, num prédio em decadência, cinzento e escuro, à espera da morte dos seus habitantes para ser renovado pelos investidores imobiliários. Depois de um filme que eu detestei, "A pianista", Haneke traz-nos agora um dos grandes filmes do ano de 2012. Está em DVD e deve ser visto mais de uma vez. para que possamos reflectir.

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