quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Red roses too...

Durante o meu internamento a minha mulher tinha um certo número de compromissos, e logo na fase mais delicada dos problemas. É sempre assim, o que tem de acontecer acontece nos piores momentos. Entre os diversos afazeres havia um totalmente inadiável, a defesa da tese de doutoramento na Universidade de Aveiro. Já tinhamos acertado como se iria fazer, eu iria assistir, naturalmente. Agora tudo por água abaixo, a data de 22 de Julho era difícil de alterar, e um trabalho de 6 anos poderia perder-se. Aqui se distinguem as pessoas de uma outra dimensão. Carregada de preocupação, cortou comigo o mais possível, apenas mantendo o contacto telefónico diário, e preparou tudo o necessário, nada pouco, para ir a Aveiro, onde defendeu a tese com a maior presença de espírito, mas certamente o coração apertado e a lágrima no canto do olho, e ficou aprovada !!! Grande mulher...
Na véspera do 22 de Julho, usando cumplicidades várias, consegui fazer entregar um ramo de rosas a partir da unidade onde estava internado, no hotel onde estava a Maria Augusta com votos de força, a partir de alguém que as estava a perder...
Grande mulher, um grande beijinho, ganhamos forças também com as forças dos outros.
Caso para cantarolar "I see trees of green... red roses too..."

2 comentários:

  1. No Universo há três grupos de pessoas boas. As boas pessoas, as pessoas boas e as boas pessoas que tambem são pessoas boas. Lembro o dia que este casal entrou pela primeira vez no meu gabinete, depois de escolher sem me conhecerem, como Médica de Família. Não é facil, mas houve logo empatia. Curioso que na altura o Carlos era o muito mais saudavel, que "brincava" com as doenças. O cenário mudou, mas o Carlos e a Maria Augusta continuam a ser duas Boas pessoas que tambem são pessoas boas e um exemplo como seres humanos e como casal. Para eles toda a minha Amizade e o desejo que o Carlos, que "tem a chave, encontre a porta". Bjs, Ana Maria

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  2. Deus queira que não perca a chave, pois aí não há porta que valha.
    Obrigado pelas palavras que nos deixam sem palavras...

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