Ontem o ministro da saúde foi a uma das carrinhas de recolha de sangue para um pequeno "show off" de dádiva de sangue. Penso ser bom sinal, mas não era necessáriamente preciso este gesto. Também não lhe fica mal... Agora não fica bem negar tudo aquilo que se diz só porque são outros a dizer.
É sabido que o sindicato dos enfermeiros denunciou há pouco tempo penúria de alguns meios básicos nos hospitais. Por outro lado, também há algum tempo se denunciou o facto de parte do sangue dado não ser aproveitado por não se produzir plasma em Portugal, fruto de um contrato de exclusividade com uma entidade estrangeira. Na altura não se desmentiu, mas agora, o ministro desmentiu tudo. "Não conheço que faltem meios", e "produz-se plasma em Portugal", disse ontem aos jornalistas. Quanto ao plasma nada posso dizer, agora quanto a alguma falta de meios, em hospitais, pude testemunhar a veracidade da afirmação do sindicato.
Assim, determinado tipo de pensos já não se encontram (os impermeáveis,por ex) , as seringas em certas utilizações são substituidas por outros meios, mal se apanha um gel de banho, se for preciso um pacote de leite suplementar aqui del-rei, não há, pelo que é nítida alguma penúria. Apesar disso, por vezes há desperdício, por exemplo, não faz sentido deitar fora uma embalagem de compressas esterilizadas, quando se retirou apenas uma ou duas, e as restantes podem bem ser usadas para limpezas onde a esterelização não é necessária (por exemplo para os dedos dos diabéticos quando da medida da glicémia), podendo até ser cortadas ao meio com tesoura, pois são grandes.
Macedo disse que não iria apenas "atrás" dos números. Espero que sim, mas não negue o óbvio, que é ter de haver cortes nos desperdícios, e o ideal seria que cada serviço tivesse o seu Plano de combate, mensurável e gerido por quem sabe o que é imperativo e o que é acessório.
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