sábado, 3 de setembro de 2011

Ondas de choque

Já começaram as ondas de choque dentro da coligação acerca das decisões do Governo, seja no domínio fiscal, onde Marques Mendes e Manuela Ferreira Leite abrem as hostilidades, embora ontem no Parlamento os deputados do CDS tenha tratado o tema, demarcando-se destes aumentos de impostos, e questionado o ministro suporífero com a regra do 1/3  receitas 2/3 despesas, cada vez menos clara. As decisões de Paulo Macedo também sofrem contestação, seja da classe médica e enfermeiros, seja hoje de um antigo ministro de Cavaco, Paulo Mendo, e a demissão da responsável pela politica de transplantes. Não se vê na Saúde como os cortes a fazer permitem manter a qualidade dos cuidados prestados. E será que vamos, num país civilizado, embora pelintra, deixar morrer pessoas que podem fazer um transplante e ganhar nova vida, "apenas" porque não há dinheiro? Não seria preferível eleger outros cortes, fazendo uma forte aposta na redução do desperdício, começando pela prescrição médica, favorecendo genéricos, ou estabelecendo protocolos, que podendo ser um pouco menos eficazes, são muito mais baratos. Ainda há pouco numa conversa que assisti, e durante o meu longo internamento pude constatar que assim é, se prescreve terapia intravenosa para doentes que podem muito bem fazer a mesma terapia oral, com eficácia equivalente. Há que juntar quem sabe, analisar de "cabo a rabo" as práticas e fazer propostas de melhoria da eficiência. Reconheço que é mais fácil cortar nos incentivos à recolha de orgãos, e mais rápido, mas será que é humanamente aceitável ?

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