terça-feira, 9 de outubro de 2012

Apenas simples coincidência

Dia 9 de Outubro foi marcado por milhares de nascimentos e milhares de mortes, é um dia como os outros em que a luz se apaga para uns e se acende para outros. Mas 9 de Outubro é especial. Viu nascer em Liverpool, em 1940, estavamos em plena Segunda Guerra Mundial, alguém que pela sua forma de estar no mundo o tornou melhor, falo de John Lennon. Liderou aquele que foi o grupo rock mais famoso, rentável, ouvido, de sempre, The Beatles, se bem que sei que existem os do "outro lado", aqueles que guardam estas palavras para outro grupo, os Rolling Stones, mas para mim não, Beatles são inegualáveis no que tiveram de bom e de mau, e Beatles, que apenas duraram 10 anos, quanto a mim ainda permaneceram enquanto Lennon viveu (até 1980). Depois apagou-se a chama.
Mas este nono dia de Outubro reservava mais. Em 1967, La Higuera, na Bolívia, era morto (diria executado)  Ernesto Che Guevara. Não diria o mesmo que de Lennon. Do poeta urbano, do músico talentoso, da pessoa que passou os ultimos anos de vida no possível anonimato, passamos ao exuberante guerrilheiro, ao protagonista na revolução mundial, a um tipo novo de marxista, que se demarcava da visão dos marxismos de Leste, da burocracia soviética e do Gulag, apresentando a revolução dos que nada tinham, dos sem terra contra as tiranias da América Latina da altura. Lembro que para mim foi uma inspiração, para os que em finais dos anos 60 chegaram ao Che, muitos já depois da sua morte recente, e de forma apaixonada aderiram ao seu perfil de guerrilheiro romântico, embora, sabe-se depois, muito do que se passou em Cuba teve "muito pouco romantismo" e acabou como agora se vê, num regime anquilosado, tirânico, explorador, negando o mais básico ao seus, em nome de ideologias já fora de prazo e do poder pessoal de uns tantos "iluminados". Fica o Che da nossa juventude, que "felizmente", não assitiu ao desmoronar dos regimes comunistas que a custo engolia...
Se compararmos estas duas figuras fica claro que, quase certo, o mundo mudou mais, e melhorou mais, com a acção de uma estrela da música pop do que com a acção do revolucionário mais mediático de sempre. Dá para pensar...

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