quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Barcelona

Dizem que é uma cidade vibrante, acredito pois todas as cidades de Espanha assim são, e esta em particular tem os dons de uma cidade portuária, que afinal não é espanhola, assim, mas catalã. Apenas a visitei uma vez e já foi há alguns anos, 1998, para ser mais exacto, e mais uma vez juntou-se um compromisso profissional, com um pouco de turismo. Das suas extraordinárias benesses arquitectónicas e artisticas não falarei agora, mas muitas passam por Gaudi, por Juan Miró ou Picasso, que ali dispõe de um museu que lhe é dedicado, entre muitos outros, como Dali, ou até literárias, lembro a boa recordação de romance "A sombra do vento", de Carlos Luiz Zafon, ali passado. Mas de nada disso quero agora falar, ou recordar, mas a minha recordação de hoje está ligada a uma coisa mais prosaica, um estádio famoso na cidade, que se confunde com ela, e com a própria Catalunha. O Estádio Olimpico de Barcelona. Mas não é de desporto verdadeiramente, mas de um facto por mim vivido que tem algo de curioso. Tinhamos ido a Barcelona para assistir ao lançamento europeu de um automóvel da marca para a qual trabalhava na altura. Uma daquelas operações de massas, em que aviões fretados e uma organização impecável colocam milhares de pessoas numa cidade. Assim foi, chegámos a meio da manhã, e fomos deslocados para a zona de Montjuic, onde se tinham realizado os Jogos Olímpicos em 1992, que fomos visitar, e por ali se andou, a ver o museu Miró, que também está na zona, mas onde a populaça visitante, composta em grande parte por vendedores de automóveis, com uma cultura inversamente proporcional ao tamanho dos nós das gravatas, bocejava de fome, pois a hora de almoço chegava e não se via por ali local onde se pudesse amesantar tantos "gentilómens". Nisto a ordem é para nos dirigirmos para o estádio Olimpico, e directamente para o relvado, e ainda houve comentários acerca do estranho conteúdo da refeição. Mas não. Ao entrarmos vemos um conjunto de tendas montadas no relvado, para onde se entrou, e onde muitas mesas, buffet de excelentes entradas, escandalosas sobremesas e um serviço de mesa para refeições quentes saciou a fome daqueles milhares, que têm para contar terem almoçado no próprio relvado do grande Olimpico onde a nata dos atletas desfilou, e bebido grandes vinhos e melhores digestivos ( coisa que um bom vendedor de automóveis jamais dispensa). Fiquei com essa recordação gravada, desta grande cidade, e ainda hoje apesar de ter visto grandes obras nos seus museus, é o almoço na relva que perdura. Obrigado vendedores de automóveis !!!

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