sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Comer

Hoje é o Dia Mundial da Alimentação, ou seja um dia dedicado ao simples gesto de comer. No entanto se no mais vulgar animal, estender a mandíbula, abrir a bocarra, zurzir as gâmbias, amarfanhar, engolir, devorar, são coisas simples e fartas, nós temos uns hábitos mais estranhos. Não comemos qualquer coisa, temos um particular apetite por tudo o que faz mal, procuramos o que nos sabe bem, para satisfazer uma vontade que vem mais da cabeça do que do estômago. Depois para comer é preciso haver, e aí é que está, a escassez, real em zonas do globo desprotegidas por Deus, imposta nos locais onde à vontade de Deus se sobrepõe a dos mercados financeiros, que como são masoquistas, só querem que as pessoas passem fome, para produziram pouco e mal e não gerarem mais valias para os seus investimentos. É o grande capital, o capitalismo monopolista açambarcador, a explicar muita coisa. Assim comer passa de necessidade básica a luxo a que só alguns acedem com toda a qualidade e muitos não chegam de todo além das migalhas, Assim neste dia prefiro lembrar as desigualdades que subnutrem mais do que a igualdade na fome e na miséria que está por aí tão escondida. Assim até comer é um acto político...

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