Lembro que quando foram criadas geraram confusão. Afinal que era feito do SNS "tendencialmente gratuito". Nessa altura foi Cavaco quem as introduziu. Mais tarde Correia de Campos, no governo Sócrates fez o "up load", introduzindo nas cirurgias, internamentos etc. Caiu o carmo e a trindade, e até o PSD e CDS se atravessaram contra. Vieram mais tarde a ser reduzidas à primeira forma por Ana Jorge, no mesmo Governo. Agora a dita "troyca" diz que há que introduzir e aumentar os seus valores, sendo que ao que parece só os pobres mais pobres se livrarão delas. Claro que pedir 1.39 euros numa consulta não é demais, mas o problema é que já hoje, quem quer uma consulta de especialidade a tempo e horas, tem de pagar no privado 60 ou 70 euros, senão espera meses ou anos por essa consulta. Ou seja para muita gente o problema já nem se põe... é pagar e bico calado, e ainda é sorte se conseguir fazer os exames auxiliares de diagnóstico pelo SNS. Trata-se da mais pura hipocrisia. Verdade que cada um poderá pagar de acordo com as suas posses, e valores como 1.39, desvalorizam a própria prestação de serviços. Mas será de esperar que, a um aumento, também corresponda uma outra capacidade de resposta. Senão mais vale a medicina privada, que já se viu que sózinha também não vai a lado nenhum, pois tem de ter um suporte público, para as intervenções não rentabilizáveis na lógica dos privados...
Dado a minha grande dependência do SNS, temo bem pelo futuro, pois outras coisas já estão em prática (transportes, por exemplo), e outras se anunciam, como limitar receitas, reduzir comparticipações em medicamentos, limitar intervenções, etc. Para quem toma mais de 20 comprimidos por dia, o meu caso, consultas quinzenais a 200 km de distância, e outros mimos, mesmo que tenha um bom rendimento, a factura da saúde pode tornar-se insuportável. E já muita gente fala em "ou os medicamentos ou a comida". Aqui não há dúvida acerca de como se vai fazer a escolha.
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