Após o fiasco da greve de transportes de 2 de Fevereiro, Arménio Carlos, o fóssil que dirige agora a CGTP, estará ansioso e pressionado pelo PCP, para ter a sua "praça Sintagma", à maneira portuguesa claro, isto é, tudo sob o controlo estrito dos cordões de segurança, com participações bem vigiadas para evitar incidentes, e organizada ao milímetro para "só" poder correr bem, bem convocada, transportes organizados e pagos, células do Partido com objectivos imperativos de participações, palavras de ordem bem definidas, funcionários da Inter e do PCP por todo o lado para criar a ambiência adequada, e levar os milhares quase certos a exigir "que outra política é possível", sem no entanto ninguém ainda ter explicado que política é essa, onde se vai buscar o dinheirinho, como se cumprem as promessas, quem vai criar os empregos de que precisamos. Mas tal é irrelevante. Para manter vivo o "partido dos trabalhadores", é preciso as "massas" em movimento, com "lei e ordem", nada de anarcalhadas, nem pedras ou carros virados, montras partidas nem pensar, mostrar que são um partido de ordem, capaz de governar. Esta a mensagem a passar, desmoralizar sim, mas a UGT, não o patronato, pois é a UGT o inimigo principal. É a " resolução das contradições internas que faz avançar". Daí saber-mos já o que se espera para hoje. As capas dos jornais de amanhã já estão escritas por jornalistas "aggiornados", fazendo justiça à boa imprensa sempre reservada à Inter, e dirão "cerca de cem mil pessoas no Terreiro do Paço" ou "Terreiro do Paço Terreiro do Povo".
Compreende-se a necessidade de dar escape à contestação, e bem que seja a Inter a promover esse escape, e não movimentos inorgânicos e descontrolados. Aí o Arménio cumpre o seu papel e a sociedade está-lhe muito agradecida. Os direitos adquiridos permanecem vivos na cabeça das pessoas, mas dificil de se manterem na prática para os jovens, mas para esses a Inter conta pouco, e Inter conta pouco com eles. Amanhã regressa-se a casa a pensar na próxima meia greve geral, que deve estar em preparação (digo meia pois agora a UGT fica de fora... )
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