quinta-feira, 26 de julho de 2018

Um dia igual à vida

Uma imagem vale muito. Hoje que foi dia dos avós, mais uma iniciativa comercial, mas que muitos aproveitam para lhe dar algum conteúdo. Na Associação fizeram com os idosos uma actividade deveras interessante e que nos deve deixar a pensar. Desde algum tempo que tem sido pedido às familias dos utentes que enviem fotografias dos netos desses utentes, quase todos idosos muitos em estado de grande debilidade fisica. Claro que muitos dos familiares ignoraram o pedido apesar de ter sido explicado o fim em vista. Mas cerca de metade respondeu. E hoje durante a manhã foi feita uma apresentação das fotos dos netos aos avós ali presentes. E o resultado foi bem comovente. Para muitos deles os netos eram desconhecidos, alguns nem sabiam os seus nomes nem as suas idades, outros não viam imagens deles fazia anos, levantaram-se para ver as imagens projetadas mais de perto, para muitos o afastamento era total, e o reactivar destas imagens do passado emocionou. Não estou aqui a fazer julgamentos. Eu sei que a vida muitas vezes separa o que deveria estar junto cria barreiras onde deveria haver compreensão, por culpa de uma nova geração com outros valores, ou sem eles, mas também muitas vezes por culpa destes avós que durante tempo não alimentaram a relação sentados na sua arrogância e falta de afectividade. Nem todos os netos são indiferentes, nem todos os avós são o afecto em pessoa. Afinal somos todos individuos com defeitos e virtudes. Criamos laços mas também os destruímos. Aproximamos e afastamos todos os dias da vida.

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