quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O dia começa cedo

Aqui no hospital o dia começa antes das 7h00 da manhã com os primeiros comprimidos e as primeiras avaliações da tensão arterial, bem como retirar dia sim dia não sangue. Isso permite que a partir dessa hora me ligue, em geral á Antena 1 para ouvir notícias e rubricas preferidas, como o Pano para Mangas do João Gobern.
Hoje ouvi uma entrevista com o filósofo José Gil, a qual pode ser ouvida na íntegra neste post em baixo, vale a pena mesmo ouvir, onde ele diz que a crise está a tornar os portugueses mais egoístas e o medo regressa ao ambiente de trabalho das empresas, sobretudo aquelas onde se estão a efectuar reduções de pessoal. Cada um trata de si, a cooperação no trabalho é uma excepção, e a regra é salvar a pele, com consequências a todos os níveis, até na produtividade. Diria que isto não é novidade, nós tendemos para o individualismo, e os hábitos de trabalho em equipa nunca foram muitos fortes.
De resto os dias permanecem iguais só a espera desespera.

1 comentário:

  1. Olá! Que bom 'vê-lo!'
    As crónicas hospitalares vão subir exponencialmente nos próximos tempos! :-)

    É mesmo verdade isso que diz.
    Em tempo de crise, em que a nossa subsistência está posta em perigo, o nosso lado mais animalesco surge. Bem, não é mais do que uma reação normal e que atravessa praticamente todas as espécies. Quando a nossa sobrevivencia (ou a sobrevivência no nosso estilo de vida) está em causa, claro que nos fechamos e lutamos por nós.
    Não é necessariamente mau. Esta reacção, permite centrar e unir esforços naquilo que é realmente importante para a nossa própria sobrevivência. Se cada um olhar por si e fizer o que para si é mais importante, vamos acabar por assistir a uma melhoria na sociedade em geral, assim preconizou Adam Smith (um dos principais fundadores da 'escola clássica' do pensamente económico) no século XVIII; e o resultado, segundo este autor, será um crescimento económico e aumento da inovação tecnológica.
    Segundo este autor, "não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em promover seu "auto-interesse".

    É claro que esta teoria liberalista e clássica, foi depois colocada em causa mais tarde, mas apenas no século XX, por Jonh Nash (Prémio Nobel da Economia em 1994) ao demonstrar que as preferências individuais geram na maioria dos casos uma irracionalidade da acção coletiva.
    enfim... Teorias...

    Vão surgindo umas que destronam outras...

    Trabalho em equipa...
    O que é certo é que em momentos de crise, seja ela qual for, lutamos por nós e pelos nossos!Porque é isso que nos interessa! Lute por si! Não desista!!

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