Hoje faz um ano que registava no caderno azul:
"Chegámos ao conhecido dia de consoada, paz na terra, etc,etc... Aqui vou consoar a três, eu e as duas filhas. Acertou-se tudo com os enfermeiros e vêm jantar comigo trazendo o que bem entenderem. Fazemos uma espécie de picnic na enfermaria, espero sem chatear ninguém, e depois cada um vai à sua vida. Eu vou para a cama do costume, uma das filhas vai para a avó, a outra tem trabalho no hospital. Faltam neste picnic pessoas que gostaria de ter comigo também, mas este ano não é a excepção. Não vale a pena alinhar na utopia de que o Natal junta aquilo que o resto do ano separa."
Até recebi prendas. No entanto a verdadeira prenda estava reservada para daqui a dois dias, sem esperar. Entretanto a torneira donde uns pingos de vida caíam, ía-se fechando, e o meu sentido de sobrevivência pedia "outra" solução.
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