A REGRA DO JOGO
Adivinham-se tempos difíceis:
a obsessão apoderou-se das tribos;
uma vírgula pode ser um crime,
a ameaça esconde-se numa frase incompleta.
Os jornais encheram-se de notícias peregrinas,
os editoriais ponderam. Murmura-se
nas fileiras, a especulação prospera.
Com um salário que é como mau tecido,
depois da primeira lavagem, o funcionário público
poupa na fruta, no tabaco, no queijo. Amanhã,
de comboio, a História enfrentará o seu destino,
ou, pelo menos, uma cópia que levará tempo
(medido em lustros) a rasurar.
Do poeta José Alberto Oliveira, uma vista pelos tempos que correm. Curioso, o poeta é também o chefe da Unidade de Cuidados Intensivos de S. Marta, onde estive três meses a aguardar o transplante e sem saber esta sua faceta, quando muitas vezes me auscultava.
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