sexta-feira, 18 de junho de 2010

Feriados, pontes e outras obras de engenharia


Ouviu-se ontem uma proposta de PS para juntar feriados com fim de semana, salvo Natal e Ano Novo. Ora como tenho muito tempo livre, isto já não me afecta, mas peguei nas agendas de 2009/10/11 e fui fazer umas contas. Assim, em 2009, segundo a lei actual gozou-se efectivamente 14 dias, e com a nova seriam 13; em 2010, pela actual 13 dias e pela proposta do PS 12 dias; em 2011, um pouco diferente, pela lei actual 16 dias gozados, pela proposta 13 dias. Porquê? porque a proposta junta feriados a fim de semana, mas se for sábado ou domingo o feriado passa do sábado ou domingo para a segunda feira seguinte. Um "estudo" de uma Universidade diz que cada feriado "custa" ao país 37 milhões de euros em perda de produtividade, assim em 3 anos haveria um ganho de 185 milhões de euros. As minhas contas partem ainda do princípio que todas as pessoas no activo gozam as pontes todas, o que não é bem verdade.

Ora sabemos que todos os meses o Estado pede emprestado no exterior sempre mais de 500 milhões de euros (contas por baixo), e que a redução de feriados se gera receitas numas empresas, faz perder noutras (na indústria do lazer, por exemplo, restaurantes, viagens, hotéis, etc, etc).

Tudo concluído, não estaremos perante mais uma das iniciativas demagógicas para entreter as pessoas??? Fica a pergunta... sem resposta.

4 comentários:

  1. Bem, eu pontes só conheço mesmo as da fotografia, e outras do género (viadutos e afins).

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  2. No imediato a medida proposta pretende acabar com os custos que as tolerâncias de ponto implicam, principalmente para a actividade privada que não poderá aceder a serviços públicos.

    Este potencial custo da paragem da função pública será compensado pelo ganho adicional do maior consumo que alguns sectores sentirão, nomeadamente o turismo, hotelaria e restauração – ganho este que se perderá com a nova lei.

    Ora, esta a anulação deste ganho adicional destes sectores, é mais do que compensado, pois a passagem de feriados que calham ao fim-de-semana para a segunda-feira seguinte, torna o número de fins-de-semana prolongados superior ao que se geraria se a lei antiga se mantivesse.
    Ainda que os fins-de-semana prolongados passem a ter apenas 3 dias em vez de 4, já não serão só os funcionários públicos que estarão disponíveis para consumir mais, mas os funcionários ligados à actividade privada também.

    Pelo exposto, e em jeito de resumo, a minha opinião:
    - Ganha a Hotelaria, o Turismo e a Restauração;
    - Os funcionários privados ganham dias de descanso;
    - As contas públicas perdem menos (deixarão de pagar os dias correspondentes às tolerâncias de ponto dos funcionários públicos);
    - Os funcionários públicos perdem dias de descanso (correspondentes às tolerâncias de ponto) e a remuneração desses mesmos dias.

    No final, parece-me uma boa medida, e que já vem tarde.

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  3. De início tb me pareceu bem, mas depois de fazer estas contas fiquei um pouco surpreendido, pareceu-me muito barulho para tão pouco. Talvez esteja enganado.

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  4. Pois, contas, contas eu não fiz, nem imagino que alguém consiga valorar correctamente todas as variáveis... mas não podemos partir do principio que todos gozam as pontes... temos sim que considerar que apenas uma minoria é que o faz - e que essa minoria priva o restante de atingir os níveis de produtividade normais. Se tivermos isto presente, saberemos institivamente que a medida é positiva para o país.

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